quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Um breve resgate histórico.

Há muitos anos conheço na prática as inúmeras funções que uma bicicleta pode oferecer enquanto meio de transporte. Desde criança, que sua utilização está presente quase que diariamente, seja para o lazer, trabalho ou mesmo para deslocamentos freqüentes, como à escola, por exemplo, que na época ficava a uma distância considerável de casa, entre outros lugares onde o acesso era possível.

Hoje, fazendo um breve resgate histórico para demonstrar melhor essa relação com a utilização da bicicleta, talvez seja pertinente uma menção aos tempos remotos, onde esse instrumento era considerado, sobretudo, um brinquedo, tornando uma simples bicicleta no sonho de muitas crianças e graças aos meus pais tive a possibilidade de ter algumas, de modelos e tamanhos diferentes, conforme minha idade avançava. Sempre cuidadoso, soube valorizar o que tinha à disposição, desse modo, todas minhas bicicletas foram bem conservadas na medida do possível, favorecendo a um maior tempo de utilização das mesmas. Para além desses fatores, o investimento, destinado aos acessórios e manutenção era algo do qual não hesitava em realizar, mesmo quando os recursos eram escassos, afinal de contas, a maioria das crianças depende do dinheiro dos pais, meu caso não era diferente.

A complexidade urbana de Foz do Iguaçu / PR

Durante a adolescência a bicicleta continuou presente, contudo, de uma forma menos freqüente em razão de alguns fatores que hoje compreendo melhor. Minha infância foi em uma pequena cidade do interior paulista, local onde as condições para pedalar são mais favoráveis, seja pelo tipo de terreno ou do trânsito menos agressivo se comparado a médios e grandes centros urbanos. Esse cenário tranqüilo transformou-se no final da década de 1990, quando minha família mudou-se para Foz do Iguaçu, oeste paranaense, uma cidade de maior expressão populacional e também de espaço físico, este, como na maioria dos municípios brasileiros, com uma estrutura urbana voltada principalmente para os automóveis. Meu atual ambiente se torna um pouco mais complexo por ser tríplice fronteira, Foz do Iguaçu faz divisa com Ciudad Del Este no Paraguai e Puerto Iguassu na Argentina, veículos motorizados de ambos os países são facilmente encontrados na cidade, resultando em um fluxo ainda maior pelas ruas.

Foz do Iguaçu ainda compõe um cenário turístico em razão das várias atrações que a cidade proporciona, seja pelas belezas naturais, sobretudo, das Cataratas do Iguaçu ou por exemplo, da grandiosidade arquitetônica que é a obra da usina hidrelétrica de Itaipu, a maior em funcionamento do mundo e responsável por quase ¼ da energia gerada no Brasil. A estadia no município além do mais, possibilita a visita aos países vizinhos e talvez o Paraguai seja o mais procurado, Ciudad Del Este é um paraíso para compras de todos os tipos, fator que atrai todos os anos um número significante de turistas, excetuando-se aqueles compradores atacadistas, chamados de “muambeiros”. Para além desses fatores, Foz do Iguaçu é composta por moradores de diversas etnias, possuindo por exemplo, a segunda maior colônia árabe do país. Tornando-se assim um fato comum, encontrar diálogos em idiomas diferentes do português em quase todos os lugares.



A complexidade que envolve Foz do Iguaçu, inclusive no trânsito, não é suficiente para que as autoridades sejam capazes de reservar um espaço destinado aos ciclistas, a cidade possui apenas uma ciclovia, sendo um pequeno trecho em frente de hotéis luxuosos, distantes do centro e das áreas mais populosas. Nenhum tipo de política publica na prática encontra-se na realidade daqueles que utilizam a bicicleta como meio de transporte na cidade. O que transforma sua utilização em um grande risco, dificultando, inclusive para a expansão dessa mobilidade urbana. Mesmo com enormes obstáculos ainda observa-se que a atividade é realizada por aqueles, como eu, que conscientemente ou não ainda utilizam a bicicleta pelos inúmeros benefícios que a mesma proporciona.

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