quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estrada da Graciosa. Antonina, Morretes e Matinhos.

Expedição de Verão - Parte 2

Segunda etapa:

Quando fiz o planejamento da viagem a pretensão seria sair de Curitiba e seguir para Joinville. Mas conversando com o João chegamos a conclusão de que seria possível fazer um caminho mais interessante, seguir pela tão conhecida Estrada da Graciosa, “antiga rota dos tropeiros em direção ao litoral” e ainda passar por Antonina, cidade histórica que nenhum de nós conhecia, inclusive o João.

Então no último dia de 2010 saímos de Curitiba às 07h00 em direção à Matinhos, litoral do Paraná. Nosso objetivo era chegar na casa da tia do João, onde passaríamos a virada do ano. Com um pouco menos de dor, Alexandre segue conosco. Nos primeiros quilômetros do dia as ruas estão vazias e o tempo nublado. Já na BR 116 a chuva começa a cair e continuaria até avistarmos o portal de entrada para a Graciosa. No local uma parada para registrar o momento. A estrada é conhecida por sua beleza e charme peculiar. Há tempos gostaria de conhecê-la, estava ansioso para descê-la.

Pedalando pelas ruas ainda desertas de Curitiba.

Em direção à Estrada da Graciosa.

Portal da Estrada da Graciosa.

Registrando a passagem pelo local.

Alexandre e João Paulo.

Imaginava que após o portal começaria a descida, mas engano meu. Pedalamos alguns quilômetros para enfim começar a descer de verdade. Antes disso a neblina tomava conta do lugar, era difícil enxergar alguma coisa no horizonte. João e Alexandre pedalavam mais a frente enquanto eu parava para tirar fotos e observar melhor o local.

Uma cena sinistra de filme de terror. Em meio a neblina no caminho estreito e pouco utilizado naquela ocasião, atravesso o pequeno Rio do Corvo. Ao lado da estrada duas obras de arte, se é que podemos chamar assim, que deixavam o local ainda mais sombrio. Para completar a cena, ao longe era possível ouvir batuques, parecidos com aqueles tocados em terreiros de macumba. Veja as imagens e pense na cena.

Obra de arte I

Obra de arte II

Motoqueiro Fantasma.

Rio do Corvo.

Muita neblina.

Estrada da Graciosa, eu pedalei por ela.

Estrada realmente Graciosa.

Quando acaba o asfalto e começa o pavimento poliédrico a descida fica acentuada. Com a chuva as curvas fechadas ficam ainda mais perigosas. As pedras ficam muito escorregadias. É preciso controlar bem o freio para evitar ir ao chão. Em compensação o visual mesmo que comprometido com a neblina é muito bonito. Hortênsias marcam o caminho sinuoso com extensão de 10 km.

Maravilha de caminho.

Estrada repleto de hortênsias.

Segura o freio, Jamanta.

João Paulo e Alexandre no final da descida. Começo da chuva, de novo.

Quando chegamos ao final da descida paramos para tomar um caldo de cana e esperar a pancada de chuva passar. Não demorou e voltamos a pedalar. Com o tempo já aberto o sol deixava a flora da região ainda mais intensa. Uma paz incrível. Lugar tranquilo de pedalar meio a Mata Atlântica.

Em direção à Antonina.

Mata Atlântica.

Flora.

Em Antonina pedalamos por suas ruas históricas. Muito divulgada no estado, esperava encontrar algo a mais na cidade. Muitas casas e casarões antigos no centro do pequeno município, onde almoçamos muito e pagamos pouco em um restaurante na frente da rodoviária e ao lado da baía de Antonina. Após o almoço fomos descansar debaixo de umas árvores antes de seguir para Matinhos.

Casas antigas em Antonina.

João Paulo: Mestre dos Mulambikers.

Alexandre tirando uma soneca.

Ruinas em Antonina.

Porto de Antonina.

Baia de Antonina.

Antonina.

Em direção à BR 277 ainda passamos por um bom trecho de Mata Atlântica antes de chegarmos a maravilhosa cidade de Morretes, lugar que estive em 2008 na companhia do camarada Aramis, em um pedal memorável.

Maravilhosa cidade de Morretes.

Chegamos na 277 com um trânsito intenso e compreensível. Era o povo descendo para o litoral para passar a virada do ano. Na rodovia duplicada e com acostamento bom, não tivemos problema com o tráfego. Para seguir às praias pegamos a PR 407. Um congestionamento gigantesco tomava conta desde o inicio da rodovia, simplesmente algo inimaginável. Fila de quilômetros e mais quilômetros de carros completamente parados. Pedalamos pelo acostamento e com certeza chegamos ao destino muito antes de várias pessoas que ali estavam.

Como ultrapassar vários carros de bicicleta.

Chegamos em Matinhos no final da tarde e logo estávamos na casa da tia do João onde boa parte da sua família se encontrava para as festas. Montamos nossas barracas no fundo do quintal, tomamos banho, jantamos e fomos dormir. Acordei perto da meia noite para ver os fogos e voltei pra barraca. Falando em barraca, o esperto do Jamanta esqueceu a cobertura, como estava com ameaça de chuva durante a noite, ele improvisou com aquilo que tinha a disposição. Ficou a coisa mais linda do mundo. Só rindo mesmo. E assim terminava mais um ano.

Improviso sensacional do Jamanta.

Feliz Ano Novo!

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5 comentários:

  1. Show de pedal.
    PR-407, meu local de treino. Estou morando a 3km dessa estrada.

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  2. Hehe, imagino a cara do povo parado em seus carros ao verem vocês descendo de bike pro litoral xD

    Abs
    Kiko Molinari - Carros Raros BR

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  3. Ola Nelson, tudo jóia, recebi o link de sua viagem por um amigo seu o Alessamdro. Legal saber que você também e amante do cicloturismo. Eu venho pedalando a algum tempo. umas de minhas melhores viagem foi no canada de costa a costa (Pacífico ao Atlântico) estou agora indo rumo as Américas. da Argentina ao Alaska. De uma olhada em meu site.
    Espero ouvir novidades suas.
    Abra;os e boas pedaladas
    Edmilson

    www.Bike360.org

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  4. Olá , Nelson cada vez que assisto fico mais ecantada. Parabéns


    Ecantada Maria do Carmo




    Pelotas, RS

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  5. Que maravilha de relato!! Mês que vem é minha vez!!
    Grande abraço!

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