Expedição de Verão - Parte 2
Segunda etapa:
Quando fiz o planejamento da viagem a pretensão seria sair de Curitiba e seguir para Joinville. Mas conversando com o João chegamos a conclusão de que seria possível fazer um caminho mais interessante, seguir pela tão conhecida Estrada da Graciosa, “antiga rota dos tropeiros em direção ao litoral” e ainda passar por Antonina, cidade histórica que nenhum de nós conhecia, inclusive o João.
Então no último dia de 2010 saímos de Curitiba às 07h00 em direção à Matinhos, litoral do Paraná. Nosso objetivo era chegar na casa da tia do João, onde passaríamos a virada do ano. Com um pouco menos de dor, Alexandre segue conosco. Nos primeiros quilômetros do dia as ruas estão vazias e o tempo nublado. Já na BR 116 a chuva começa a cair e continuaria até avistarmos o portal de entrada para a Graciosa. No local uma parada para registrar o momento. A estrada é conhecida por sua beleza e charme peculiar. Há tempos gostaria de conhecê-la, estava ansioso para descê-la.
Pedalando pelas ruas ainda desertas de Curitiba.
Em direção à Estrada da Graciosa.
Portal da Estrada da Graciosa.
Registrando a passagem pelo local.
Alexandre e João Paulo.
Imaginava que após o portal começaria a descida, mas engano meu. Pedalamos alguns quilômetros para enfim começar a descer de verdade. Antes disso a neblina tomava conta do lugar, era difícil enxergar alguma coisa no horizonte. João e Alexandre pedalavam mais a frente enquanto eu parava para tirar fotos e observar melhor o local.
Uma cena sinistra de filme de terror. Em meio a neblina no caminho estreito e pouco utilizado naquela ocasião, atravesso o pequeno Rio do Corvo. Ao lado da estrada duas obras de arte, se é que podemos chamar assim, que deixavam o local ainda mais sombrio. Para completar a cena, ao longe era possível ouvir batuques, parecidos com aqueles tocados em terreiros de macumba. Veja as imagens e pense na cena.
Obra de arte I
Obra de arte II
Motoqueiro Fantasma.
Rio do Corvo.
Muita neblina.
Estrada da Graciosa, eu pedalei por ela.
Estrada realmente Graciosa.
Quando acaba o asfalto e começa o pavimento poliédrico a descida fica acentuada. Com a chuva as curvas fechadas ficam ainda mais perigosas. As pedras ficam muito escorregadias. É preciso controlar bem o freio para evitar ir ao chão. Em compensação o visual mesmo que comprometido com a neblina é muito bonito. Hortênsias marcam o caminho sinuoso com extensão de 10 km.
Maravilha de caminho.
Estrada repleto de hortênsias.
Segura o freio, Jamanta.
João Paulo e Alexandre no final da descida. Começo da chuva, de novo.
Quando chegamos ao final da descida paramos para tomar um caldo de cana e esperar a pancada de chuva passar. Não demorou e voltamos a pedalar. Com o tempo já aberto o sol deixava a flora da região ainda mais intensa. Uma paz incrível. Lugar tranquilo de pedalar meio a Mata Atlântica.
Em direção à Antonina.
Mata Atlântica.
Flora.
Em Antonina pedalamos por suas ruas históricas. Muito divulgada no estado, esperava encontrar algo a mais na cidade. Muitas casas e casarões antigos no centro do pequeno município, onde almoçamos muito e pagamos pouco em um restaurante na frente da rodoviária e ao lado da baía de Antonina. Após o almoço fomos descansar debaixo de umas árvores antes de seguir para Matinhos.
Casas antigas em Antonina.
João Paulo: Mestre dos Mulambikers.
Alexandre tirando uma soneca.
Ruinas em Antonina.
Porto de Antonina.
Baia de Antonina.
Antonina.
Em direção à BR 277 ainda passamos por um bom trecho de Mata Atlântica antes de chegarmos a maravilhosa cidade de Morretes, lugar que estive em 2008 na companhia do camarada Aramis, em um pedal memorável.
Maravilhosa cidade de Morretes.
Chegamos na 277 com um trânsito intenso e compreensível. Era o povo descendo para o litoral para passar a virada do ano. Na rodovia duplicada e com acostamento bom, não tivemos problema com o tráfego. Para seguir às praias pegamos a PR 407. Um congestionamento gigantesco tomava conta desde o inicio da rodovia, simplesmente algo inimaginável. Fila de quilômetros e mais quilômetros de carros completamente parados. Pedalamos pelo acostamento e com certeza chegamos ao destino muito antes de várias pessoas que ali estavam.
Como ultrapassar vários carros de bicicleta.
Chegamos em Matinhos no final da tarde e logo estávamos na casa da tia do João onde boa parte da sua família se encontrava para as festas. Montamos nossas barracas no fundo do quintal, tomamos banho, jantamos e fomos dormir. Acordei perto da meia noite para ver os fogos e voltei pra barraca. Falando em barraca, o esperto do Jamanta esqueceu a cobertura, como estava com ameaça de chuva durante a noite, ele improvisou com aquilo que tinha a disposição. Ficou a coisa mais linda do mundo. Só rindo mesmo. E assim terminava mais um ano.
Improviso sensacional do Jamanta.
Feliz Ano Novo!
Show de pedal.
ResponderExcluirPR-407, meu local de treino. Estou morando a 3km dessa estrada.
Hehe, imagino a cara do povo parado em seus carros ao verem vocês descendo de bike pro litoral xD
ResponderExcluirAbs
Kiko Molinari - Carros Raros BR
Ola Nelson, tudo jóia, recebi o link de sua viagem por um amigo seu o Alessamdro. Legal saber que você também e amante do cicloturismo. Eu venho pedalando a algum tempo. umas de minhas melhores viagem foi no canada de costa a costa (Pacífico ao Atlântico) estou agora indo rumo as Américas. da Argentina ao Alaska. De uma olhada em meu site.
ResponderExcluirEspero ouvir novidades suas.
Abra;os e boas pedaladas
Edmilson
www.Bike360.org
Olá , Nelson cada vez que assisto fico mais ecantada. Parabéns
ResponderExcluirEcantada Maria do Carmo
Pelotas, RS
Que maravilha de relato!! Mês que vem é minha vez!!
ResponderExcluirGrande abraço!