O tempo do
deslocamento entre a estação base do teleférico e a estação do Morro do Urubu
depende do número de visitantes. Quanto maior o número de pessoas, mais paradas
para subir e descer, consequentemente o período suspenso no ar é maior, algo
que não deve ser muito ruim porque o visual é incrível e permite contemplar a
extensa área que envolve o parque que também tem um zoológico, onde os animais
podem ser vistos e ouvidos do teleférico. Destaque para o rugido do leão. Como
tinha poucas pessoas no teleférico no momento em que chegamos, a distância foi
vencida em poucos minutos.
Após voltar à
base do teleférico fomos ao zoológico do Parque onde a entrada é franca. O
lugar é simples, porém preservado, limpo e com um número razoável de animais, a
maioria aves e macacos. Os primatas, em minha opinião, é a maior atração ao
lado do leão e sua companheira que estava grávida. A onça pintada também merece
ser lembrada, inclusive, mesmo com as grades, consegui um excelente registro do
felino.
Fica a dica. Passeio imperdível ao Parque da Cidade em Aracaju. Mais uma vez, valeu pela companhia, Guylherme.
Dia dedicado
exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Dia dedicado
exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Parabéns à
minha amada mãe que hoje completa mais um ano de vida. Sempre em frente, querida. Muita força para continuar a luta do dia-a-dia. Grande abraço.
Dia dedicado
exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Dia dedicado
exclusivamente à atualização do site.
Finalmente
consegui terminar mais uma atualização. Agora vou aproveitar o tempo livre de amanhã para
visitar a Orla de
Atalaia que vai ser devidamente registrada.
Partiria nesta segunda-feira para Salvador, mas voltarei à estrada somente na terça-feira,
afinal, quatro dias serão suficientes para chegar à capital baiana onde meus
anfitriões me esperam na sexta-feira (02/09). Devo permanecer apenas 2-3 dias
por lá e depois sigo pela BR 101 em direção ao Espirito Santo e Rio de Janeiro,
onde farei a próxima atualização no diário de bordo.
No mais, estou
cada dia mais próximo de finalizar a expedição. Falta pouco, muito pouco.
Avante.
Grande abraço a
todos.
“Hasta la
Victoria Siempre”
29/07/2013 - 386°
dia - Aracaju (Folga)
Passeio à orla
da surpreendente Aracaju e o encontro cara-a-cara com o temido tubarão.
Ontem a
pretensão era terminar a atualização do site por volta do meio-dia e na parte
da tarde visitar a orla para fazer seu devido registro, contudo, para variar,
mais uma vez, o diário de bordo custou a ser atualizado. Parece que essa tarefa
fica cada vez mais árdua. Paciência. De qualquer forma a postagem foi realizada
apenas no período da noite e o passeio ficou adiado para o dia seguinte.
Hoje, quando
acordei, fui surpreendido pela chuva que, insistentemente, continuou por toda a
manhã e me obrigou a cancelar o passeio à orla. A condição climática também me
fez cancelar a ida à praia com o camarada Guylherme. Tínhamos combinado de
pegar umas ondas às 14 horas. Como minha partida de Aracaju estava marcada para
amanhã, tudo indicava que, infelizmente, eu voltaria à estrada sem poder
fotografar essa bonita parte da capital sergipana.
Surpreendentemente,
pouco depois das 14 horas, o tempo começou a melhorar e não demorou muito para
o céu ficar limpo, com poucas nuvens e sol. Que maravilha! Não pensei duas
vezes em pegar minhas coisas para caminhar na orla. Era realmente uma
oportunidade única para realizar o tal registro.
Sendo
segunda-feira, infelizmente, não seria possível visitar o Oceanário de Aracaju
que é mantido pelo Projeto Tamar. Segundo informações obtidas na internet, o
local estaria em manutenção no dia citado. Paciência.
A Orla de Atalaia,
conforme havia mencionado na postagem anterior, é uma das mais bem estruturadas
do litoral brasileiro e tem uma peculiaridade que se diferencia de outras
praias no país: a distância entre a orla (calçadão, ciclovia e restaurantes) e
o mar chega a ser de 100-300 metros em determinadas partes. Esse espaço é
preenchido por lagos, quadras esportivas, espaços recreativos (parque para
crianças) e áreas destinadas ao comércio de alimentos e artesanatos.
Surpreendentemente também existe uma pista de MotoCross. Destaque e ponto
positivo para a limpeza e manutenção do local.
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Mundo da criança na Orla de Atalaia. Área recreativa. |
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Mundo da criança. |
A região dos
lagos na orla é sem dúvida um dos atrativos mais agradáveis, pois a mesma é
cercada por vias exclusivas à caminhada e também possibilitam um passeio de
pedalinho que certamente é uma opção muito bacana, sobretudo, para as crianças.
Ainda nesta área é possível ver dezenas de patos, peixes e até mesmo coelhos.
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Região dos lagos. |
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Espaços reservados para caminhada. |
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Pedalinhos: mais uma opção de diversão na orla. |
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Patos: moradores locais. |
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Região dos lagos. Destaque para a pista de motocross ao fundo. |
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Pista de caminhada na orla. |
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In foco. |
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In foco. |
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In foco. |
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In foco. |
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Passarela do artesão. |
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Restaurantes e barracas localizadas na orla. |
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Farol da Orla de Aracaju |
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Avenida Santos Dumont. Orla de Atalaia. |
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Centro de Arte e Cultura. |
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Orla de Atalaia. |
Claro que não
deixei de caminhar pela praia que naquele horário estava praticamente deserta.
A areia não é das mais fofas, mas ainda assim o lugar é convidativo para a
realização de esportes, mesmo que seja uma corrida privilegiada ao lado mar.
Por falar nele, aqui a cor da água está longe de ser esverdeada como no estado
vizinho de Alagoas. E a explicação é simples, muitos rios desaguam no pequeno litoral
sergipano, entre eles, o importante São Francisco e Sergipe que acabam por deixar a água
mais escura.
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Praia em Atalaia. |
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In foco. |
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In foco. |
Quando voltei a
andar pela orla passei na frente do oceanário e notei que algumas pessoas
entravam no atrativo turístico. Fui conferir se o mesmo estava em funcionamento
e para a minha felicidade o acesso disponível me permitiu conhecer o local. O
ingresso custou 14 reais, mas valeu o investimento de cada centavo pela diversidade
de peixes, crustáceos, tartarugas e outros animais aquáticos.
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Convite do Projeto Tamar |
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Oceanário de Aracaju |
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Distâncias para algumas cidades. Para Florianópolis siga reto toda vida, rs. |
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Oceanário de Aracaju |
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Filhotes de tartaruga. |
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Tartaruga Oliva |
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Tartaruga Oliva |
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Tartaruga Oliva |
O oceanário de
Aracaju que é de responsabilidade do Projeto Tamar é muito mais interessante do
que a estação visitada em Florianópolis no que diz respeito à variedade de
aquários, tanques e, sobretudo, animais. Na ilha catarinense o projeto está
voltado mais às tartarugas. Um dos destaques na capital sergipana fica por conta de
um enorme tanque com a presença de peixes grandes, incluindo arraias que adoram
se “exibir” para o público, este, diga-se de passagem, oriundo de diversos
estados e países. Existem mais turistas em Aracaju do que eu imaginava. Sinal
que a cidade oferece atrativos turísticos que não são divulgados como merecem.
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Arraia "exibida" |
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Não sei qual o nome, mas é um baita peixe. |
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In foco. |
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In foco. |
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In foco. |
No Projeto
Tamar de Aracaju outro destaque do oceanário fica por conta dos tubarões-lixa que é
a segunda espécie mais dócil entre os tubarões, pelo menos foi a informação
repassada pelos funcionários. No tanque reservado para os tubarões, existem dezenas de peixes menores que não passam a ser refeição dos “irmãos”
maiores por que eles são alimentados três vezes ao dia. Tive a oportunidade de
acompanhar um desses momentos. Aliás, na entrada do oceanário existe uma placa que
indica as atividades do dia. E essa alimentação estava incluída na agenda.
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Tanque reservado para os tubarões. |
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Tubarões-lixa. |
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Tubarões-lixa |
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In foco. |
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Comida na "boquinha". Hora da refeição. |
Ver a
funcionária dando comida praticamente na boca do tubarão é uma cena que
impressiona, sobretudo, pela lembrança do recente fato do ataque de tubarão na
praia de Boa Viagem em Recife que resultou na morte de uma jovem de dezoito
anos. Mas vale lembrar que são espécies diferentes. De qualquer forma é
algo que não imaginei ver nesta viagem. Estar cara-a-cara com um tubarão é
simplesmente assustador e incrível ao mesmo tempo.
Claro que o
diferencial no oceanário é a presença dos tubarões, contudo, vale ressaltar que
espécies de água doce também fazem parte do projeto, algo que enriquece demais a
visita, principalmente pelas informações inseridas em cada aquário. Gostei e
recomendo.
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Piau Três Pintas e Acará Boi. |
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Tilápia. |
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Moréia Pintada. |
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Moréia Pintada. |
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Robalo Flecha. |
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Lagostas |
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In foco. |
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Tartaruga pequena. |
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Cavalo-Marinho |
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Cavalo-Marinho |
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Cavalo-Marinho. |
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Cavalo-Marinho. |
No final do dia
fui à casa da família do Fernando para poder me despedir do pessoal que vai
deixar saudade. Galera animada demais. Obrigado pela receptividade
inesquecível.
|
Aquiles e Lara. Um registro especial para a amiga Sandra. |
30/07/2013 - 387°
dia - Aracaju (Sergipe) a Conde (Bahia)
Que dia
incrível!
Chegada ao
maior e último estado nordestino da minha expedição. Bahia!
Acordei por
volta das 5 horas da manhã e terminei o processo iniciado na noite de ontem:
arrumar a bagagem após alguns dias de “folga” na capital sergipana. Estava na
hora de voltar à estrada.
A partida de
Aracaju ficou marcada com o Guylherme (me acompanharia por um trecho) para às 7
horas da manhã na casa do Fernando. O anfitrião também ficou de aparecer para
pegar a chave do imóvel e se despedir. Sei que no final todo mundo atrasou
alguns minutos que não chegaram a interferir na saída que aconteceu apenas um
pouco mais tarde do que o previsto. Sem estresse. Importante é que consegui um
registro com o anfitrião que também recebeu meu agradecimento por toda a
hospitalidade. Muito obrigado, Fernando e Sandra.
|
Camarada Fernando. Valeu, hermano. |
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Um registro com Fidel que foi minha companhia por alguns dias. |
|
Hasta luego, Fidel. |
Para a minha
felicidade o tempo estava bom e a partida aconteceu sem problemas. O trajeto
para sair da cidade ocorreu pela Orla de Atalaia que ainda estava com trânsito
relativamente calmo. Essa situação é sempre boa para poder observar melhor a
paisagem. Dessa forma seguíamos em direção ao vilarejo de Mosqueiro, ainda no
município de Aracaju. Eu estava com o guia Guylherme que conhecia o caminho,
contudo, é muito difícil ficar perdido, existem muitas placas que orientam a
direção correta para a divisa entre Sergipe e Bahia. Apenas fiquem atentos em
relação às distâncias, muitas delas estão equivocadas.
|
Placas na Orla de Atalaia. Erraram apenas em 80 km a distância para a divisa SE/BA. |
Ao chegar à
Mosqueiro nos direcionamos à bonita Orla do Pôr-do-sol que fica na divisa dos
municípios de Aracaju e Itaporanga D’Ajuda. A saída da capital acontece pela
ponte Joel Silveira sobre o Rio Vaza-Barris que marca o início de uma estrada simples e com acostamento apenas em determinadas partes.
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Orla do Pôr-do-sol |
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Orla do Pôr-do-sol |
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Ponte Joel Silveira. |
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Últimos metros na capital Aracaju. |
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Camarada Guylherme na divisa dos municípios. |
A rodovia passa
a ser denominada como Airton Senna ou SE 100, contudo, a mesma nomenclatura
numérica foi encontrada naquela rodovia sem pavimentação depois de Brejo Grande
e que vai até Japaratuba. Sinceramente não sei o motivo desse “conflito”. No
meu mapa físico a estrada após a ponte Joel Silveira não tem nome e no Google
Maps está como SE 438. Então se você estiver na região, procure não levar muito
em consideração essas questões e siga direto à Caueira.
|
Na rodovia Airton Senna. |
O trecho entre
a ponte Joel Silveira e a Caueira é tranquilo, porém vale ressaltar que apenas
uma parte está com acostamento. Deste trajeto não é possível visualizar o mar,
todavia, a paisagem, mesmo em sua simplicidade, torna a pedalada agradável,
ainda mais em boa companhia. Guylherme e eu conversamos por todo o caminho.
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Guylherme. |
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Pedalando no trecho sem acostamento da Rodovia SE 100 em direção à Caueira. |
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Valeu hermano. |
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In foco. |
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Paisagem. |
Após 2h30m e aproximadamente
40 quilômetros pedalados, chegamos à Caueira que era o destino do camarada
Guylherme a quem eu também fiz questão de agradecer por toda a ajuda e
companhia durante a minha estadia em Aracaju. Muito obrigado, hermano. Espero
ter a oportunidade de pedalar contigo mais vezes.
Meu destino
após Caueira era a Ponte Gilberto Amado que, erroneamente, coloquei na cabeça
que era a divisa entre os estados, contudo, quando cheguei ao local, depois de
75 km da saída de Aracaju (orla de Atalaia), descobri que na verdade restavam mais 25 km para realmente entrar na Bahia. Somente para constar, entre esse trecho
até a ponte eu parei em um restaurante para almoçar. A refeição (self-service)
custou 10 reais e apesar da simplicidade e pouca variedade, estava muito boa.
Na ponte
Gilberto Amado eu tive a felicidade de poder contemplar a foz do Piauí e o seu
encontro com mar que voltou a aparecer no horizonte. Registro garantido, sem
dúvida. Na sequencia, continuei em direção à Salvador que frequentemente
aparecia nas placas. Vale destacar a ótima sinalização da estrada, que por sua
vez, passou a apresentar acostamento em excelentes condições. Perfeita para
pedalar.
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Ponte Gilberto Amado |
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In foco. |
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Rio Piaui. |
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Registro entre rio e mar. |
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Ponte Gilberto Amado, a maior sobre rio da região nordeste. |
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Em direção à Bahia. |
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In foco. |
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Estrada perfeita após a ponte Gilberto Amado. |
Os 25 quilômetros
para chegar à Bahia passaram rapidamente e por volta das 15 horas, eu estava no
14° estado brasileiro desta expedição. Claro que não deixei de fotografar o ingresso
no último e maior estado da região nordeste. Essa questão fará com que minha
passagem pela Bahia seja um pouco mais longa, contudo, visitarei apenas o litoral
norte e a capital Salvador, depois sigo ao Espirito Santo pela BR 101. Claro
que existem praias lindíssimas no sul do estado, mas resolvi conhece-las melhor
em outra oportunidade. Digamos que estou muito satisfeito com todo esse litoral
visitado até o momento.
|
Divisa entre Sergipe e Bahia. |
|
Ingresso no 14° estado brasileiro desta expedição. |
As boas-vindas
à Bahia foram dadas pela rodovia estadual BA 099, conhecida como Linha Verde/Estrada
do Coco, famosa por sua temida montanha-russa, ou seja, relevo extremamente
acidentado e marcado pelas subidas e descidas frequentes. Muitos amigos já
tinham me alertado sobre essa questão e talvez por isso eu já estava física e
psicologicamente preparado.
|
Bem-vindo à Linha Verde. |
|
Bem-vindo à Bahia. |
Meu
planejamento entre Aracaju e Salvador era completar o trajeto em 3-4 dias,
pedalando pelo menos 100 km/dia. Hoje essa distância foi alcançada quando
passei pela divisa dos estados. Cogitei parar no povoado de Itanhi, onde havia
uma pousada, todavia, ainda era muito cedo e achei melhor seguir em frente. Com
a decisão me preparei para pedalar no escuro porque eu sabia que a próxima
cidade era Conde que ficava há mais de 40 km e o relevo retardaria minha
chegada ao município. Isso se eu não montasse acampamento em alguma propriedade
rural pelo caminho.
A Linha Verde é
conhecida também por não ter muitos pontos de apoio para quem passa pela
estrada. São poucas cidades, povoados, restaurantes, hospedagens e postos de
combustível, estes, segundo as placas, estariam presentes em Conde,
Massarandupió e Imbassaí. Com essas informações e a cada quilômetro pedalado
entre as infinitas subidas, eu me convencia de que meu dia seria mesmo
finalizado em Conde.
|
Postos de abastecimento na Linha Verde. |
As subidas da
Linha Verde realmente não são fáceis, mas vencê-las é mais uma questão
psicológica do que física. Os vários aclives não tem uma extensão como nos
Andes, contudo, são íngremes e presentes com enorme frequência. Você termina
uma subida difícil e na sequencia já visualiza mais dezenas de outras no mesmo
estilo, ou seja, para encarar essa rodovia é preciso estar com a cabeça muito
boa para encarar a situação com paciência. Isso porque a bicicleta,
provavelmente, vai estar na relação mais leve para o desafio que
consequentemente vai levar mais tempo para ser completado.
Após o povoado
da divisa, o próximo vilarejo (sem hospedagem) vai aparecer apenas 12 km depois e pode
servir para reabastecer as garrafas de água, foi justamente o que procurei
fazer. Na sequencia o que encontrei foram acampamentos do MST onde muitas pessoas
me cumprimentaram.
No final da
tarde o tempo fechou repentinamente e a chuva não demorou muito para
cair. Que maravilha! Meu corpo apenas não esfriou por causa das subidas que
exigia um esforço físico maior. A escuridão não foi um problema, principalmente
para encarar os aclives que a essa altura não apareciam no campo de visão por
causa do horário. Nestas situações você percebe a subida apenas por ter que
empregar mais força nas pernas.
Na estrada, um
pequeno susto. Como o tráfego ficou cada vez menor, todo movimento diferente
era facilmente notado. Verifiquei que no outro lado da pista algumas pessoas
conversavam e se orientavam com a ajuda de lanternas. Até aí, tudo bem.
Acontece que não demorou muito e percebi que estavam, de bicicleta, poucos
metros atrás de mim. O que estranhei foi a lanterna deles desligada em
determinados trechos. Pensei logo que não gostariam de ser reconhecidos.
Mesmo cansado e com mais subidas pela frente eu tratei de pedalar mais rápido
para despistar aquelas pessoas. Felizmente a estratégia funcionou. Talvez
fossem apenas moradores locais, mas na dúvida eu não quis arriscar.
Quinze
quilômetros após o povoado em que peguei água, um posto policial apareceu e me
informaram que Conde estava a dez quilômetros. Agradeci e continuei pedalando
para completar o trecho final. Ainda chovia um pouco quando notei a
presença de luzes intermitentes no alto de uma subida. Naquelas condições
climáticas tudo indicava que algum acidente
havia acontecido. Quando me aproximei a suspeita foi confirmada. Batida entre
duas caminhonetes, uma delas estava capotada fora da pista. Acho que não houve
vitimas fatais, mas várias pessoas ficaram feridas. Quando passei pelo veículo
apenas escutei o policial dizendo no telefone; adianta, adianta que é uma
família inteira. Não parei e também não procurei saber maiores detalhes do
sinistro.
Não demorou
muito e por volta das 20 horas cheguei ao trevo de acesso à Conde que ainda
ficava a três quilômetros. Na pacata cidade perguntei onde tinha hospedagem e
fui direto àquela que me informaram ser a mais barata. Na pousada Andrade o
quarto mais econômico custava 20 reais, contudo, não havia mais nenhum
dormitório disponível. A proprietária me indicou a Pousada Shalom onde fui
muito bem recebido. A diária custou 25 reais em um quarto com televisão e
ventilador. O destaque ficou por conta do banheiro que era compartilhado no
quintal.
Como eu estava
com muita fome, fui procurar algum estabelecimento para restabelecer as
energias gastas em mais de dez horas de pedal. Em uma lanchonete solicitei um
lanche que foi devorado rapidamente. Tinha espaço para mais três, no entanto,
era preciso economizar e por isso voltei à pousada para degustar outro pacote
de bolacha e na sequencia fui descansar.
Dia finalizado
com 148,36 km em 10h29m e velocidade média de 14,10 km/h.
31/07/2013 -
388° dia - Conde a Imbassaí
Mais um dia
repleto de subida, chuva e certas decepções.
A noite na pousada
foi tranquila. Como eu tinha pedalado bem mais do que o previsto no dia
anterior, estava muito sossegado em relação ao horário de saída de Conde. Assim, acordei naturalmente por volta das 6 horas, levantei quase uma hora depois,
tomei meu café da manhã, leia-se bolacha recheada, e apenas às 7h30m comecei a
pedalar.
A chuva que
caiu durante a madrugada e também poucos minutos antes da minha saída, parecia
que não demoraria em voltar a cair. E isso foi acontecer após meu retorno à
Linha Verde. Tive tempo apenas de fazer um registro do tempo fechado no horizonte.
|
Chuva à vista. Para começar bem mais um dia de pedal. |
Mais uma vez
meu objetivo era pedalar, no mínimo, cem quilômetros, ou seja, minha parada no
final do dia deveria ser em Costa do Sauipe ou Imbassaí. O caminho, novamente, foi
marcado pelas subidas que continuaram mais frequentes e íngremes do que aquelas
do dia anterior. A diferença é que hoje minhas pernas estavam mais pesadas. Mas
isso não impedia meu avanço, ainda que mais lento.
A chuva começou
com mais intensidade pouco depois de Conde, quando encontrei com o Juarez, um
ciclista que está, segundo ele, há mais de quinze anos na estrada. Estava
completando a segunda volta pelo Brasil e também já tinha visitado os países da
América do Sul, inclusive, sua bicicleta exibia bandeiras e placas de trânsito
dos nossos países vizinhos. Seu meio de transporte era simples, porém adaptado
para levar sua bagagem e também a Luana Piovani, sua cadela carregada na frente da
bicicleta.
|
Juarez e a Luana Piovani |
Juarez estava
parado debaixo de uma barraca na margem da rodovia, esperando a chuva parar.
Conversamos um pouco e logo voltei à estrada, mesmo com chuva, afinal, não
posso me dar ao luxo de depender das condições climáticas para seguir viagem.
Na estrada não
houve surpresas, montanha-russa em modo avançado, chuva e muitos coqueiros na
paisagem. Não é à toa que a rodovia leva o nome de Linha Verde – Estrada do
Coco. No caminho não encontrei nenhum povoado, apenas trevos que davam acessos a
pequenos vilarejos.
Meu psicológico
continuava muito bom, contudo, não foi fácil mantê-lo dessa forma,
principalmente quando minhas bolachas terminaram e a fome ficou maior na hora
do almoço. Para variar, nada de restaurante na estrada. Aliás, nenhum povoado,
vilarejo, nada, nada e nada. Tive que me concentrar apenas nas subidas e
enganar o vazio do estômago com água.
Fui almoçar
apenas às 15 horas na entrada da praia de Massarandupió, onde, além do
restaurante, tinha também um posto de combustível. A refeição custava muito
para o meu bolso porque era por quilo, opção nada recomendável para quem está
morto de fome. Ao perguntar, na cara dura, ao funcionário sobre a existência de
outro restaurante, ele sugeriu que poderia fazer um prato feito por dez reais.
Perfeito.
Após o almoço
eu estava decidido a encerrar a pedalada na famosa Costa do Sauipe. Não
completaria cem quilômetros, mas chegaria perto disso. Eu continuava debaixo de
chuva quando passei pela entrada de Porto do Sauipe, Vila Sauipe e finalmente,
Costa do Sauipe. Quando fiz o contorno no trevo de acesso, uma surpresa e
decepção. A via na verdade não levava a um vilarejo à beira do mar como eu
imaginava e sim a um complexo fechado composto por restaurantes, pousadas e
hotéis.
|
Nas proximidades da decepcionante Costa do Sauipe. |
Na entrada do
complexo de Costa do Sauipe o segurança perguntou se eu tinha reserva em alguma
hospedagem e com cara de abestado eu respondi que não e questionei o que era
aquilo tudo e foi quando ele me falou sobre o complexo. O funcionário ainda me
recomendou conversar com a recepcionista para saber a respeito de uma
hospedagem barata. Como não custava nada perguntar, fui conferir. Para passar o
pernoite em um local econômico eu deveria desembolsar apenas 300 reais. Isso
mesmo, 300 reais numa diária. Que absurdo! Depois de agradecer ainda perguntei
sobre o próximo povoado com pousada. Ela disse que eu poderia encontrar no
vilarejo de Diogo que ficava a 4 km ou então em Imbassaí, 10 km.
Voltei à Linha
Verde muito indignado com o fato de um complexo fechado estar situado no mapa,
como se fosse um povoado ou distrito. Não seria isso propaganda e uma informação
que, no mínimo, induz a um pensamento equivocado? De qualquer forma tive que
pedalar mais um pouco debaixo de chuva. Achei melhor não parar no povoado Diogo
porque eu deveria pegar uma estrada de terra. E já que Imbassaí não estava
longe fui terminar meu dia no vilarejo.
Já estava
escuro quando cheguei ao trevo de Imbassaí onde um senhor me explicou que eu
deveria pedalar mais um trecho para chegar ao local onde as pousadas estavam
concentradas. A distância de três quilômetros foi completada por uma ciclovia
que me levou até o perímetro urbano onde não hesitei em parar em uma mercearia
para comprar bolacha para o jantar e o café da manhã do dia seguinte. No
estabelecimento eles me informaram sobre um albergue cuja diária seria a mais
barata. Fui procura-lo.
Para chegar ao
Imbassaí Eco Hostel Lujimba, credenciado ao Hostelling International, tive que
pedalar por algumas quadras, mas não foi difícil encontra-lo por causa das
várias placas pelo caminho, que por sinal, é repleto de pousadas, restaurantes
e um comércio voltado ao turismo. Eu não tinha o menor conhecimento sobre as
belezas do povoado que pertence à cidade de Mata de São João, mas tudo indicava
que as praias seriam muito bonitas.
No hostel eu
fui atendido pelo proprietário argentino que disse o valor da diária; 35 reais.
Não era barata, mas pelo menos tinha café da manhã. Como já estava tarde,
chovia e a canseira era evidente, achei melhor ficar na hospedagem. O quarto era
compartilhado, mas muito aconchegante e com instalações razoáveis e limpas,
sobretudo, o banheiro com água quente disponível. Maravilha de banho.
O dormitório
com quatro beliches tinha somente um hóspede, o paranaense Gustavo, natural de
Maringá, mas que hoje mora no interior da Bahia. Conversamos um pouco e depois
fui ligar para minha anfitriã, Lucia, de Salvador para dizer que estaria
chegando à capital no dia seguinte. Ela disse não tinha nenhum problema e que
estaria à minha espera. Na sequencia fui descansar o sono dos justos.
Dia finalizado
com 101 km pedalados. Infelizmente, zerei, mais uma vez, o tempo total e a velocidade
média, mas esta deve ter ficado na casa dos 11 km/h.
01/08/2013 - 389°
dia - Imbassaí a Salvador
Finalmente na
primeira capital do Brasil: Salvador.
Começo de mais
um mês. Que agosto seja ainda melhor e repleto de surpresas encantadoras.
A noite foi bem
tranquila no hostel, sobretudo, em razão da temperatura mais baixa do que o
normal e que pouco lembrava o típico clima baiano. Eu não precisava acordar
cedo porque o café da manhã começaria a ser servido apenas às 8 horas. Mas como
meu corpo está acostumado a levantar cedo, às 6h15m despertei naturalmente,
contudo, me recusei a levantar e somente às 7h45m eu resolvi sair da cama.
A primeira
coisa que fiz ao levantar foi conferir o pneu traseiro da bicicleta que
ficou presa no lado de fora do quarto. Ontem quando saí da mercearia percebi
que a calibragem estava baixa e tudo indicava mais uma câmera de ar furada.
Algo que confirmei hoje pela manhã. Resolvi fazer a troca da câmera antes do
café da manhã. A tarefa durou um pouco mais do que o esperado porque aproveitei
para deixar a câmera reserva pronta para a próxima eventualidade.
Fui à mesa do
café quase às 9 horas e a refeição matinal estava quase finalizada, mas ainda
assim consegui forrar o estômago. (Risada sacana). Fiquei um bom tempo nessa
função de repor as energias. Na verdade eu não estava muito preocupado com o
horário da saída de Imbassaí porque Salvador ficava a menos de cem quilômetros.
Eu apenas não gostaria de chegar à capital baiana na hora do rush.
|
Parte da recepção do Hostel. |
|
Instalações aconchegantes do Lujimba. |
Minha saída do
hostel aconteceu quando já passava das 9h20m, mas mesmo com o horário tardio,
ainda fui conferir a praia já que o tempo estava aberto, totalmente diferente
de ontem. Hoje o sol brilhava forte e convidava os turistas ao esperado banho
de mar. A praia estava muito próxima do Lujimba e poucos minutos depois eu
estava diante de um litoral exuberante com muitas ondas, areia branca e fofa
com muitos coqueiros em suas margens.
|
Praia de Imbassaí. |
|
Praia de Imbassaí |
A extensão da praia fez com que eu andasse um bom trecho pelas ciclovias para chegar
até á foz do Imbassaí que corta boa parte do povoado e que deixa o cenário
ainda mais fantástico. Inclusive, a ciclovia segue ao lado do rio. Um caminho
marcado pela natureza em sua essência.
|
Victoria às margens do Rio Imbassaí. |
Na foz do
Imbassaí muitas pessoas se dividem entre um mergulho na água salgada do mar ou
doce do rio, este por sua vez, proporciona a formação de pequenas e rasas “lagoas”
que são altamente indicadas a um relaxamento total. Apenas não fiquei no local
porque eu precisava chegar à Salvador. Mas sem dúvida é um lugar que merece uma
visita. Recomendo.
|
Foz do Imbassaí. |
|
Foz do Imbassaí. |
|
Pequenas lagoas ao lado do mar. |
|
Rio e mar. |
|
Minha companheira Victoria. |
|
Barracas à beira do Rio Imbassaí na proximidade de sua foz. |
Voltei à Linha
Verde para seguir à capital baiana, não sem antes conhecer a Praia do Forte que
fica quase quatro quilômetros distantes da rodovia. O caminho para chegar à
praia é um pouco longo, porém é bonito, sobretudo, na passagem pela Lagoa Timeantube.
O trajeto é marcado também por mansões e condomínios luxuosos. Não raramente
também se encontra hospedagens e restaurantes sofisticados. Esse cenário
indicava que a praia seria extraordinária, contudo, é pequena e simples. Não
vou dizer que não recomendo, mas eu não me deslocaria outra vez ao local.
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Trecho após a saída de Imbassaí. |
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Trevo de acesso à Praia do Forte. |
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Povoado da Praia do Forte. |
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In foco. |
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Lagoa Timeantube |
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Lagoa Timeantube |
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Lagoa Timeantube |
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Praia do Forte. |
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Slackline na Praia do Forte. |
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Praia do Forte. |
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Praia do Forte. |
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Praia do Forte. |
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Praia do Forte. |
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Praia do Forte. |
Vale apenas
destacar que a Praia do Forte concentra mais um espaço dedicado ao Projeto
Tamar e também Projeto Jubarte. Outro ponto que pode ser visitado é o Castelo
Garcia D’Ávila cuja entrada fica um pouco depois da saída da Linha Verde. Uma placa
indica a direção correta para conhecer uma das grandes construções portuguesas do
século XVI no Brasil. Para maiores detalhes veja aqui:
http://praiadoforte.org.br/atrativos-turisticos/castelo-garcia-davila/.
Eu já estava atrasado e por isso não visitei os locais mencionados acima, mas
fica a dica para quem estiver de passagem pela região.
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Acesso ao Castelo Garcia D’Ávila |
O relevo
melhora bastante depois da Praia do Forte e marca o término da montanha-russa
na Linha Verde que passa a ser duplicada e oferece ainda mais condições para empregar um ritmo maior. Assim, rapidamente passei por Itacimirim e Guarajuba.
Fiquei tentado a entrar nesta primeira para conhecer a praia onde Amyr Klink
desembarcou em sua travessia pelo Atlântico, relatada na magnifica obra Cem dias entre céu e mar. Mas acabei
perdendo a entrada correta para a praia e no retorno achei melhor seguir em
frente. Já na saída Guarajuba parei em um restaurante por volta das 14 horas
para almoçar. Prato feito custou 12 reais e estava uma delícia.
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Linha Verde sem montanhas após a Praia do Forte. |
Depois do
almoço continuei em direção à Salvador. A estrada permaneceu duplicada,
contudo, com um movimento cada vez maior na medida em que a capital ficava mais
próxima. A situação se agravou quando cheguei à Lauro de Freitas, município da
região metropolitana. Muita calma nesta hora e avante!
Aproximadamente
20 quilômetros após Lauro de Freitas eu estava em Salvador, a primeira capital
do Brasil Colônia. Tinha uma placa de boas-vindas na estrada, contudo, com o
trânsito e a região movimentada, achei melhor não fotografar e apenas parei em
um trecho mais à frente para saber qual direção seguir. Eu deveria pegar o
caminho sentido à praia de Itapuã e não ao centro.
Após as
informações recebidas peguei algumas vias que me levaram à Avenida Dorival Caymmi
que estava com muito trânsito, sobretudo, de ônibus. Continuei com atenção e
pouco depois estava na orla de Itapuã, litoral de Salvador. Que maravilha. Liguei
para a anfitriã na pretensão de pegar mais detalhes de como chegar à sua casa e
com as dicas continuei mais 5 quilômetros pela ciclovia da orla até chegar ao
Parque de Pituaçu onde o Zena, marido da Lucia, foi me encontrar para mostrar o
caminho até sua residência que ficava bem próxima do local.
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Pelas movimentadas avenidas de Salvador. |
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O trânsito agitado das grandes cidades. |
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Praia de Itapuã. Chegada à orla de Salvador. |
Lucia é
fundadora do grupo de pedal Amigos de Bike (
www.amigosdebike.com.br) que
recentemente completou oito anos de incentivo total ao ciclismo em Salvador.
Atualmente o grupo faz passeios urbanos e que facilmente passam de cem pessoas. A
anfitriã entrou em contato comigo depois que um amigo de Zedequias (anfitrião
em São Luis/MA) perguntou a ela se era possível me hospedar. Desde então ela
disse que eu seria muito bem recebido em sua residência. E sem dúvida a recepção foi
muito boa. Com um ambiente agradável e boa companhia não foi difícil me sentir
em casa. Devo permanecer aqui alguns dias para poder conhecer a cidade e, quem
sabe, atualizar o diário de bordo.
Dia finalizado
com 96,02 km em 6h37m e velocidade média de 14,4 km/h.
02/08/2013 - 390°
dia - Salvador (Folga)
Estava na
dúvida do que fazer no decorrer do dia. Uma das opções seria a visita ao
Pelourinho, mas eu teria que caminhar muito pelo centro histórico e minhas
pernas cansadas e pesadas não se animaram com a idéia. Por isso achei melhor
ficar em casa para descansar e atualizar o diário de bordo, contudo, meus
planos foram alterados por algo que merece uma postagem exclusiva.
Acontece que o
anfitrião Zena é fotógrafo e também trabalha com arte gráfica. Em uma
conversa sobre a possível capa do meu futuro livro (a respeito da viagem)
começamos a trabalhar na criação da mesma. Quer dizer, eu apresentava algumas
idéias que eram complementadas pelo "designer" que conseguia passar para o
computador aquilo que eu imaginava. O trabalho durou horas porque o anfitrião
procurou fazer algo realmente profissional. E o resultado não poderia ser diferente;
perfeito. Muito obrigado pela dedicação, Zena Tomio.
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Capa do livro: Cicloturismo Selvagem - Pedal pela América Latina. Arte: Zena Tomio. |
A capa do
livro simplesmente me deixou fascinado e pensativo. Fiquei muito tempo admirando a arte.
Comecei a sentir algo diferente, um sentimento enorme de querer escrever e
concluir a obra o quanto antes. Em meio a essa “tormenta” de emoções, uma idéia
um tanto utópica voltou à tona. Porque não realizar uma pré-venda?
Fazer a venda
de algo que ainda está na “planta” é uma responsabilidade gigantesca. Mas
depois de pensar um pouco melhor, cheguei a conclusão de que sou capaz de
encarar mais esse desafio. Aceitei o compromisso e lancei a idéia que pode ser
visualizada na íntegra:
Leia Aqui!!
A recepção da
pré-venda do livro no Facebook foi simplesmente um sucesso e até o final da noite
eu já estava com vários exemplares reservados. Muito obrigado àqueles que
continuam depositando confiança no projeto da viagem.
Fui dormir em êxtase.
03/08/2013 - 391° dia - Salvador (Folga)
A chuva na
parte da manhã em Salvador dificultou minha visita ao Pelourinho e por isso cogitei
atualizar o diário de bordo, contudo, mais uma vez, a tarefa foi adiada,
novamente por um motivo bastante forte.
Em menos de 24
horas após o anúncio da pré-venda do livro Cicloturismo Selvagem – Pedal pela América Latina, estava
com 30 exemplares reservados. Simplesmente inimaginável. Fiquei o dia todo
conversando com os compradores exclusivos sobre a obra. Detalhe: Houve pedidos
de outros países da América do Sul e também da Europa. Pensa na felicidade do
sujeito aqui. Estou cada dia mais feliz com tudo que tem acontecido.
Para completar
o clima agradável, houve uma pequena confraternização familiar aqui na casa dos
anfitriões onde pude conhecer novas pessoas e também falar um pouco mais sobre
o meu projeto pela América Latina. A “reunião” se estendeu até o final da noite
e a atualização do diário de bordo ficou para os próximos dias.
04/08/2013 - 392°
dia - Salvador (Folga)
São Salvador da
Bahia de Todos os Santos! Pelô! Farol da Barra! E muito mais...
Hoje,
finalmente, consegui conhecer um pouco melhor a capital baiana que no século
XVI se tornou a primeira capital do Brasil Colônia. Histórias não faltam pela
cidade que atualmente, segundo o IBGE, abriga quase 3 milhões de habitantes,
sem contar a importante região metropolitana que além da densidade populacional
é a mais rica do nordeste.
Talvez quando
se fale em Salvador seja impossível não direcionar o pensamento a um passado
importante da história do Brasil e que, felizmente, pode ser
lembrado, a partir de uma visita ao Pelourinho no Centro Histórico. Por
isso não pensei duas vezes sobre o que conhecer na cidade. Para chegar a essa
região foi relativamente fácil. Na orla, frente ao Parque de Pituaçu, peguei, por volta das 8 horas, um
ônibus em direção ao Terminal da França.
O valor da
passagem no transporte coletivo de Salvador é de R$ 2,80, contudo, aos domingos
os passageiros pagam apenas metade desse valor, no entanto, o beneficio não é
estendido aos ônibus intermunicipais que foi justamente aquele em que eu
embarquei para chegar ao local desejado. O deslocamento aconteceu em
aproximadamente meia-hora. Durante o trajeto foi possível conferir um pouco
mais da extensa orla e também outras regiões da cidade que a principio me
agradou bastante.
A descida no
Terminal da França significava o começo da minha caminhada. Os anfitriões
tinham me orientado sobre a região e por isso iniciei o passeio pelo Mercado
Modelo situado na Cidade Baixa, como é conhecida a área que se estende ao longo
da Baia de Todos-os-Santos. O mercado é do início do século XX e bastante
famoso por suas centenas de lojas dedicadas ao artesanato, presentes,
lembranças e restaurantes especializados em comida baiana. Como a minha
pretensão não era comprar nada, apenas caminhei pela antiga construção antes de
pegar o Elevador Lacerda que faz a ligação entre a Cidade Baixa e Cidade Alta.
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Terminal Turístico Marítimo. |
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Mercado Modelo. |
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Mercado Modelo. |
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Mercado Modelo. |
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Elevador Lacerda. |
Na praça em
frente do Mercado Modelo existem comerciantes e também pessoas, principalmente
mulheres, com vestimentas peculiares, que fazem uma abordagem um tanto
desagradável aos turistas. Elas se aproximam e já encostam as mãos no ombro da
pessoa na pretensão de fazer uma reza ou algo parecido. Como eu já tinha sido
alertado sobre esse procedimento apenas agradeci de forma educada e disse que
não precisava, pois eu estava ciente que ao final do “trabalho” elas solicitavam
uma contribuição financeira, claro. Sei que ao recusar a “reza” a senhora me
chamou de infeliz algumas vezes e com uma raiva imensa me deixou em paz.
(Risada Sacana). Claro que não me importei com isso e continuei o passeio
normalmente.
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Praça na frente do Mercado Modelo. Elevador Lacerda ao fundo. |
O Elevador
Lacerda funciona como um transporte público onde o preço da passagem é de R$
0,15. Rapidamente eu estava na Cidade Alta, mais precisamente na Praça Tomé de
Sousa, nome alusivo àquele que foi o primeiro governador-geral do Brasil e que
ainda no século XVI começou a construção do Palácio Rio Branco que durante os
séculos seguintes passou por inúmeras reformas e abrigou o governo do Estado da
Bahia. Hoje a visitação é permitida apenas na parte inferior onde é possível
constatar um pouco do luxuoso edifício. Em uma das salas funciona um pequeno memorial
referente aos governadores do estado.
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Palácio Rio Branco. |
Ainda na Praça
Tomé de Sousa é possível ver a prefeitura e outros prédios históricos. O que desperta ainda mais a atenção é o fantástico visual da Baia de Todos-os-Santos
(maior do Brasil e segunda do mundo) de onde também se visualiza o Elevador
Lacerda de outro ângulo; Forte de São Marcelo; e boa parte da Cidade Baixa.
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Registro garantido na Praça Tomé de Sousa. Ao fundo, Elevador Lacerda e Baia de Todos-os-Santos. |
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Histórico Elevador Lacerda. |
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Mercado Modelo de outro ângulo. |
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Forte de São Marcelo. |
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Forte São Marcelo e Terminal Turístico Marítimo à esquerda. |
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In foco. |
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Forte São Marcelo |
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Cidade Baixa e Elevador Lacerda visualizados da Praça Castro Alves. |
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Cidade Baixa. |
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Cidade Baixa. |
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Baia de Todos-os-Santos |
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Baia de Todos-os-Santos. |
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Forte São Marcelo. |
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Prédios históricos ao redor da Praça Tomé de Sousa. |
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Palácio Municipal/Câmara dos Vereadores |
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Prefeitura de Salvador. |
Na sequencia
andei por algumas ruas da região e me informei sobre qual direção ficava o
Pelourinho que para a minha felicidade estava a poucas quadras de onde eu me
localizava (Praça Castro Alves). Pelourinho é um bairro que faz parte do Centro Histórico de
Salvador, tombado como Patrimônio Nacional e declarado Patrimônio da Humanidade
pela UNESCO.
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Pelas ruas do centro histórico. |
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In foco. |
Outrora o
Pelourinho foi um bairro estratégico e que concentrava até 1960 as melhores
residências da capital, contudo, com a modernização da cidade em outras regiões
o local passou por um período de decadência que foi revertido apenas nas
décadas seguintes com o reconhecimento da UNESCO e da revitalização do conjunto
arquitetônico e cultural.
Vale lembrar que a palavra pelourinho “se refere a
uma coluna de pedra, localizada normalmente ao centro de uma praça, onde
criminosos eram expostos e castigados. No Brasil Colônia, era, principalmente,
usado para castigar escravos”.
“Hoje o
Pelourinho, situado no coração do centro histórico da cidade [...] oferece
inúmeras atrações artísticas e musicais. Há uma concentração de bares,
restaurantes, boutiques, museus, teatros, igrejas e outros monumentos de grande
valor histórico. [...] Agora é um Pelourinho revivido e colorido, repleto de atividades
culturais e eventos.”
Sem dúvida o
Pelourinho está revitalizado e muito diferente daquele apresentado pelo cinema
como, por exemplo, no filme nacional: Ó
Pai, Ó. Confesso que fiquei surpreso com esse conjunto arquitetônico
colonial preservado. Impossível não se impressionar com as construções antigas, suas formas e cores, ladeiras, largos e ruas e todo um clima histórico e cultural. É simplesmente uma visita
imperdível para quem está na capital baiana. Gostei demais, sobretudo, por
verificar essa questão da preservação e conservação dos prédios históricos.
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Praça da Sé no Pelourinho. |
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Construções coloniais ao lado da Praça da Sé. |
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As famosas baianas. |
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In foco. |
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Destaque para as cores dos casarões. |
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Terreiro de Jesus. Ao fundo, Catedral Basílica. |
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Catedral Basílica |
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Igreja de São Domingos. |
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Capoeira no Terreiro de Jesus. |
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Ladeiras típicas do Pelourinho. |
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Maravilha de conjunto arquitetônico. |
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Baiana. |
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Acarajé: iguaria típica da Bahia. |
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Coisa mais linda. |
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Um registro dos telhados dos casarões. |
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A presença das religiões afro-brasileiras. |
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Pelourinho: Simplesmente fascinante. |
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Pelas ruas históricas. |
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Território do bloco de carnaval Olodum, um dos mais conhecidos da capital. |
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Registro garantido. |
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Patrimônio da Humanidade. |
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Comércio é notório no Pelourinho. |
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Conjunto Arquitetônico |
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In foco. |
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In foco. |
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In foco. |
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Fascinante. |
Talvez o ponto negativo no Pelourinho seja a abordagem constante de inúmeros vendedores ambulantes que oferecem, sobretudo, fitas religiosas, colares e outras coisas do gênero. A estratégia deles é oferecer, por exemplo, uma lembrança religiosa de presente, contudo, na sequencia pedem uma colaboração financeira pelo regalo. Para driblar esse assédio, basta recusar veementemente.
Vale destacar as interessantes igrejas presentes no Pelourinho que somam com aquelas espalhadas pela cidade mais de 365 templos católicos, um para cada dia do ano. No centro histórico a de maior evidência é a São Francisco com sua decoração ao melhor estilo barroco do século XVIII. É o templo mais rico em Salvador no que diz respeito a obras de talha dourada e primorosos azulejos. A entrada custa 5 reais e por isso eu contemplei apenas a área externa.
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Igreja São Francisco. |
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Largo do Cruzeiro de São Francisco. |
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In foco. |
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In foco. |
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Largo do Cruzeiro de São Francisco. |
Ainda se referindo às igrejas vale mencionar a Nossa Senhora do Rosário dos Pretos que data do século XVIII e se destaca também pelas fitas que são amarradas pelos fiéis e turistas na frente do templo que está localizado no Largo do Pelourinho que ainda concentra o Museu da Cidade e a Casa de Jorge Amado. Outra atração do local é o casarão onde Michael Jackson gravou They Don't Care About Us na companhia do Olodum, bloco do carnaval de Salvador. (
veja clipe). Uma das casas onde o “rei do pop” gravou pode ser visitada para um registro na sacada, local em que Michael esteve presente.
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Nossa Senhora do Rosário dos Pretos |
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Fé |
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Presença no Largo do Pelourinho |
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Na frente da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. |
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Largo do Pelourinho. |
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Largo do Pelourinho. |
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Cores e formas. |
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In foco. |
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In foco. |
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Largo do Pelourinho de outro ângulo. |
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À esquerda, Museu da Cidade e à direita, Casa de Jorge Amado. |
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Casa utilizada por Michael Jackson para gravar clipe com o Olodum. |
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Yo! |
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Turistas de todas as partes do mundo. |
Pensei que não encontraria um restaurante econômico pela região do Pelourinho, mas surpreendentemente achei um em que a refeição (prato feito) estava muito caprichada e saborosa por apenas 8 reais. O local fica quase na frente da antiga faculdade de Medicina que por sinal é outro prédio interessante.
Na sequencia peguei um ônibus, próximo da Praça Tomé de Sousa, para o Farol da Barra que é outro ponto conhecido da capital e, diga-se de passagem, muito bonito. Desembarquei na Praia do Porto da Barra que estava completamente lotada já que o tempo ensolarado em pleno domingo era convidativo a um banho de mar. Muitos turistas também se encontravam no local.
Caminhei pela orla até o Forte de Santa Maria e posteriormente ao Farol da Barra. Todo o trajeto é marcado pela praia com águas claras e arrecifes em algumas partes. No Farol eu aproveitei para comer um acarajé (5 reais) que não estava bom como aquele provado em Fortaleza, mas mesmo assim foi uma boa pedida para finalizar o passeio. Peguei um ônibus em direção ao Parque de Pituaçu (orla) e menos de 40 minutos depois eu estava na casa dos anfitriões.
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Praia do Porto da Barra com o Forte de Santa Maria ao fundo. |
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Forte de Santa Maria. |
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Forte de Santa Maria. |
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Farol da Barra. |
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In foco. |
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Praia do Porto da Barra. |
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Farol da Barra. |
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In foco. |
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In foco. |
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Registro garantido. |
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Praia do Porto da Barra |
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Região atrás do Farol da Barra. |
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In foco. |
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Praia da Barra. |
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Forte de Santa Maria. |
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Farol da Barra. |
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Acarajé |
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In foco. |
Um grupo de amigos de Lucia e Zena estava na residência para mais uma confraternização. Foi outra oportunidade para conhecer novas pessoas. Novamente não faltou assunto, principalmente porque boa parte da galera é do meio ciclístico. A companhia serviu para finalizar um dia inesquecível.
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Deliciosa macarronada |
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Uma imagem vale mais do que mil palavras. Risada Sacana. |
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Galera do Amigos de Bike. Valeu pela companhia, pessoal. |
05/08/2013 - 393° dia - Salvador (Folga)
Dia dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Vale destacar que hoje a minha anfitriã, através da loja
Alan Bike's & Motos, conseguiu um pneu novo para a roda traseira da Victoria. Acontece que o pneu Pirelli, com aproximadamente 4 mil km, já está na costura e não deve demorar muito para rasgar e ao comentar sobre a necessidade de um novo, a Lucia não mediu esforços para entrar em contato com o Alan que, por sua vez, não hesitou em apoiar o projeto e cedeu um pneu Kenda Kevlar sem nenhum custo. Por isso fica aqui meu agradecimento ao Alan e a divulgação de sua loja em Salvador.
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Um registro com meus anfitriões Zena e Lucia. |
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Simbora seguir viagem, Lucia? |
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Alan Bike's & Motos - Salvador - Bahia. |
06/08/2013 - 394° dia - Salvador (Folga)
Dia dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
07/08/2013 - 395° dia - Salvador (Folga)
Dia dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
08/08/2013 - 396° dia - Salvador (Folga)
Finalmente está concluída mais uma atualização no diário de bordo. A postagem seria realizada apenas no Rio de Janeiro, mas achei melhor adiantar para não acumular muito material, sobretudo, fotográfico.
Amanhã devo partir de Salvador em direção à capital fluminense. Muito provavelmente eu faça uma parada apenas no Espirito Santo para visitar um grande amigo cicloturista, contudo, a próxima atualização realmente será no Rio de Janeiro, onde devo chegar em duas semanas aproximadamente.
No mais, agradeço pela visita ao diário de bordo e a todo o apoio que tenho recebido. Muito obrigado.
Boa leitura.
Grande abraço.
"Hasta la Victoria Siempre"
09/08/2013 - 397°
dia - Salvador (Folga)
Dia dedicado
exclusivamente ao descanso.
10/08/2013 -
398° dia - Salvador (Folga)
Dia dedicado
exclusivamente ao descanso.
11/08/2013 -
399° dia - Salvador a Valença
Dia de voltar à
estrada.
Após um longo
descanso, estava na hora de seguir viagem. Minha estadia na capital baiana foi
maior e muito melhor do que eu pudera imaginar. Os dias em Salvador foram essenciais
para atualizar o diário de bordo, conhecer a cidade, novas amizades e,
sobretudo, adquirir um enorme aprendizado com o casal anfitrião que me recebeu
muitíssimo bem em sua casa. Inclusive, foi por convite deles que a permanência
se estendeu e proporcionou um último descanso antes de atravessar a Bahia.
Obrigado, Lucia e Zena.
Acordei cedo, arrumei
minha bagagem, tomei um café da manhã preparado pelo Zena e na sequencia deixei
a “fazenda” dos anfitriões, não sem antes agradecê-los pela acolhida. Lucia não
poderia me acompanhar na saída da cidade em razão de outros compromissos, todavia,
o camarada Rafael Costa, leitor deste diário de bordo, aceitou o convite de me
guiar até o Ferry Boat, onde eu embarcaria em direção à ilha de Itaparica.
Encontrei com o
Rafael às 7h30m na orla de Pituaçu e começamos a pedalar pela ciclovia. Durante
o trajeto passamos por várias praias, entre elas: Jardim Armação; Costa
Azul/Jardim de Alá; Pituba; Rio Vermelho e; Ondina. Esta última faz parte do
famoso circuito Barra x Ondina no carnaval de Salvador, um dos mais conhecidos
do Brasil.
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Orla de Pituaçu |
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Victoria no litoral da capital baiana. |
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Ciclovia |
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In foco. |
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Camarada Rafael. |
A orla de todas
as praias estava bastante movimentada, muitas pessoas aproveitavam a manhã bonita
de domingo para realizarem seus exercícios. Fazer atividade física em lugares
privilegiados como aqueles deve ser ainda mais convidativo para não ficar em
casa. Vale a pena destacar que as praias também são atraentes e certamente
lotariam no decorrer das horas.
Para chegar à
Ondina foi preciso passar por algumas ruas e avenidas já que a ciclovia não
contempla toda a extensão da orla. Em todo caso, o caminho foi tranquilo e
estratégia de sair no domingo pela manhã funcionou, uma vez que as vias estavam
com movimento bastante reduzido. Em determinadas áreas, o congestionamento é
inevitável durante os dias de semana, segundo informou o Rafael, que, diga-se
de passagem, se preocupou o tempo todo em me contar as histórias e detalhes dos
locais por onde pedalávamos. Também relatou seus planos no mundo do
cicloturismo. Espero que em breve ele esteja me comunicando sobre a viagem, com
sucesso, à Itacaré.
|
Chegada à Ondina. |
Em Ondina,
beira-mar, foi possível notar apartamentos com placas de aluga-se para o carnaval
do ano que vem. Rafael me contou que, para sete dias de festa, a locação sai
por 15 mil reais. Que tal? Acho que vou comprar um imóvel no local. (Risada
Sacana). Aproveitei a existência de um banco da minha agência no bairro para
sacar um pouco de dinheiro, estava praticamente zerado.
Pela Avenida
Oceânica nos direcionamos ao Farol da Barra onde não demoramos para chegar.
Essa região toda eu tinha percorrido a pé ou de ônibus no dia em que visitei o
Pelourinho, contudo, refazer esse trajeto de bicicleta é muito mais
interessante. O visual é simplesmente fantástico, sobretudo, nas partes mais
altas da avenida, onde o panorama das praias do Cristo e Farol da Barra
dispensa comentários.
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Avenida Oceânica entre as praias do Cristo e Farol da Barra. |
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Em direção ao Farol da Barra. |
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Farol da Barra. |
A orla do Farol
da Barra estava extremamente movimentada, inclusive, parte da Avenida Oceânica
é fechada na altura do farol para a prática de exercícios físicos. Esse “bônus”
acontece somente nos domingos pela manhã.
|
Final da Avenida Oceânica, reservada exclusivamente para a prática de exercícios. |
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Farol da Barra. |
Depois de
passar também pela praia do Porto da Barra, começaram as subidas sentido à
Cidade Alta. O caminho é marcado por inúmeros imóveis luxuosos que fazem a
região ter o metro quadrado mais caro de Salvador. Não à toa é local em que
famosos, como Ivete Sangalo e Claudia Leitte, tem suas casinhas.
Na Cidade Baixa
tive a oportunidade de pedalar na frente do Elevador Lacerda que não foi
devidamente registrado porque o camarada Rafael disse que a área não era muito
segura para permanecer com a máquina fotográfica em mãos. Na sequencia ainda
passamos pelo Mercado Modelo e o bairro Comércio que na região portuária estava
com uma aparência de abandono e não era nada convidativa para um pedal. Por
sorte, rapidamente chegamos ao Ferry Boat com 28 km pedalados.
|
Elevador Lacerda |
No Ferry Boat a
surpresa ficou por conta do preço a ser pago pelo transporte da bicicleta; 14
reais, incluindo a minha entrada. Simplesmente um absurdo. Os funcionários
disseram que eu poderia ingressar na embarcação sem pagar pela bicicleta desde
que ela fosse desmontada para passar na catraca. Não entendi muito bem o
motivo, mas neste caso o pagamento seria de pouco mais de cinco reais, se não
me engano. Sem chance de desmontar a Victoria naquela altura do campeonato. Fui
obrigado a desembolsar R$ 14,50.
Com a passagem
em mãos estava na hora de me despedir do Rafael, não sem antes agradecê-los
pela companhia. Valeu camarada. A embarcação sairia às 11 horas da manhã, ou
seja, eu teria que esperar mais de meia-hora. Aproveitei para mandar um salve
para meu pai pelo seu dia. Também contatei a mãe para dar notícias e dizer que
em muito breve o bom filho a casa retorna.
Se eu não me
engano, o embarque foi permitido a partir das 10h30m. O Ferry Boat era muito
parecido com aquele que fiz a travessia da Baía de São Marcos para chegar à São
Luís no Maranhão. O procedimento também não foi diferente, deixei a Victoria
encostada na área reservada aos veículos, tirei as coisas de maior valor e fui
à parte superior. Com dois andares, a embarcação conta com algumas salas que
dispõem de vários assentos para que os passageiros realizem a viagem de 50
minutos com um pouco mais de conforto.
Eu fiquei no
convés do Ferry Boat para poder registrar a Baia de Todos-os-Santos que
proporcionou um ângulo diferente e interessante de Salvador. O mesmo aconteceu
do outro lado, quando nos aproximamos de Itaparica. Aliás, chegamos ao destino
no tempo previsto. Esperei alguns veículos saírem para poder desembarcar a
Victoria e começar o pedal ao meio-dia.
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Forte de Monte Serrat |
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Salvador de outro ângulo. |
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Baía de Todos-os-Santos. |
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Baía de Todos-os-Santos. |
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In foco. |
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In foco. |
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In foco. |
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Baía de Todos-os-Santos |
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In foco. |
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In foco. |
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Itaparica |
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Itaparica |
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A última imagem de Salvador. |
A saída do terminal hidroviário em Itaparica acontece direto na BA 001, ou seja, não tive nenhuma dificuldade para encontrar o caminho em direção ao sul do estado. Minha pretensão é chegar ao Rio de Janeiro no dia 23 de agosto e 15 de setembro em Foz do Iguaçu. Para alcançar o objetivo até a capital fluminense será preciso não realizar nenhuma parada (folga) e pedalar no mínimo 100 km diários. Acho que é possível.
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Marco zero da BA 101 em Itaparica. |
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Sentido Nazaré. |
Pela BA 001 existem duas opções para “descer” ao sul da Bahia, ambas passam pela cidade de Nazaré e depois uma segue pela rodovia em questão e a outra vai para a BR 101. Fiquei em dúvida por qual delas eu continuaria o pedal. Como eu não pretendo realizar nenhuma visita ao litoral sul procurei analisar qual teria o relevo mais propicio para um deslocamento mais rápido. No final das contas optei por Valença via BA 001. Segundo me informaram o relevo não era muito diferente da rodovia federal e o caminho seria muito mais tranquilo.
Como a minha passagem por Itaparica aconteceu na hora do almoço, cogitei a idéia de parar em algum restaurante, contudo, nenhum me pareceu convidativo e como a fome ainda não era insuportável, achei melhor seguir em frente até aparecer algo mais atraente. Não foi uma boa estratégia, os estabelecimentos que encontrei na sequencia eram bem piores. Acontece que eles são uma mistura de bar e restaurante. E ninguém merece almoçar com um monte de bêbado do lado. Por isso, avante.
Na estrada, eu pedalava em direção à Nazaré. A ilha de Itaparica é grande e muito agradável para andar de bicicleta, não à toa se encontra muita gente que utiliza esse maravilhoso meio de transporte. Na saída do perímetro urbano de Itaparica encontrei com o ciclista Giovane que já viveu em muitos países e atualmente mora em um sitio na ilha. Com seus 55 anos (nada aparentes) busca um estilo de vida mais calmo em meio ao “campo” e próximo da praia. Sua mente aberta proporcionou uma conversa bem interessante sobre valores, prioridades e, principalmente, viagens. Inclusive ele curtiu bastante o projeto e disponibilizou hospitalidade em sua propriedade numa próxima passagem pela região. Pedalamos um trecho juntos e depois cada um seguiu sua direção.
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Giovane e sua magrela peculiar. |
O trajeto na ilha é plano na maior parte do tempo e a rodovia com acostamento favorece um pedal tranquilo. Pelo caminho é possível encontrar vilarejos com mercearias e bares/restaurantes. Vale ressaltar que muitos estabelecimentos ficam fechados aos domingos. Como minha bagagem estava com um estoque grande de bolachas, parte dele seria meu almoço.
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BA 001 na ilha de Itaparica é perfeita para pedalar. |
O trecho para Nazaré também foi sem muitas surpresas e por volta das 16 horas estava na cidade onde pensei em parar numa pousada no trevo para Valença que estava a mais de quarenta quilômetros. Continuei na estrada, ciente de que a decisão significava pedalar durante a noite. Sem problema.
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Município de Nazaré. |
Depois de Nazaré a estrada ficou muito ruim, sem acostamento e com a pista principal repleta de buracos. As subidas também passam a ser frequentes, mas não chegam a ser assustadoras. A situação da rodovia não fica mais critica porque o trânsito, pelo menos aos domingos, é muito baixo e poucos veículos transitam por ela.
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Nova realidade da BA 001 após Nazaré. |
Entre Nazaré e Valença existem poucos povoados e aproveitei a existência de um deles para reabastecer minhas garrafas de água. A noite chegou rapidamente e com calma seguia em direção ao meu destino onde cheguei às 19h30m. Na entrada de Valência parei em um posto de combustível para pegar um pouco de álcool para poder cozinhar a janta. Meu botijão de gás acabou na Venezuela e depois que descobri o poder da espiriteira nunca mais voltei a utilizar o fogareiro. Há muito tempo eu não preparava minha refeição, mas como eu fiquei sem almoço e não queria gastar dinheiro com a janta, achei que poderia ser uma opção interessante.
Ao lado do posto de combustível tinha uma pousada onde fui conferir o preço da diária, mas 50 reais era muito dinheiro para o meu bolso e por isso continuei em direção ao centro da cidade. O início do perímetro urbano de Valença me pareceu uma região que merece muita atenção em relação à segurança, sobretudo, de noite. Tentei passar o mais rápido possível pelo local.
Na região central encontrei a Pousada Felix que chamou minha atenção pela simplicidade e por isso fui verificar a diária. O pernoite custava 20 reais sem o café da manhã. Como eu não tinha gasto nada com o almoço, fiquei na hospedagem cujas instalações não são novas, mas pelo preço é razoável. Às 20 horas estava devidamente acomodado para mais um descanso merecido. Antes de dormir ainda preparei uma macarronada com sardinha que foi degustada rapidamente.
Dia finalizado com 139,44 km em 9h07m e velocidade média de 15,2 km/h.
12/08/2013 - 400°
dia - Valença a Travessão*
E a expedição
chega aos 400 dias. Que maravilha!
A noite na
pousada foi tranquila. Levantei cedo mais uma vez e pouco depois das 7 horas da
manhã eu estava na estrada, quer dizer, nas ruas da cidade em busca da saída
para a rodovia BA 001.
Assim como
aconteceu em Nazaré, as ruas de Valença são de calçamento, pavimentação que
sempre exige uma velocidade menor para evitar trepidação da bicicleta e consequentemente
nas bagagens. Com as placas informando a direção do caminho desejado foi fácil
retornar à rodovia. Meu destino hoje era pedalar pelo menos 100 km em direção à
Travessão, onde encontraria a BR 101.
Quem visita o
sul da Bahia certamente encontrará a Costa do Dendê, Costa do Cacau e Costa do
Descobrimento. Essa primeira está localizada na região entre Valença e Camamu.
Particularmente não sei identificar a palmeira que denomina essa área, contudo,
é possível observar flora e fauna abundantes e exuberantes em todo o trajeto.
Há uma diversidade enorme de frutas, algo que presenciei apenas no Amazonas.
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Rodovia após a saída de Valença. |
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Coqueiros, dendês, cacau e muito mais na beira da estrada. |
Na estrada é
possível encontrar estabelecimentos que vendem cupuaçu, pupunha, guaraná, açaí
e cacau, este último, por sua vez, está presente em toda a margem da rodovia.
Para os moradores locais deve ser algo bem comum, mas para quem não está
acostumado, com certeza é um ambiente que chama atenção.
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Cacau |
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Cacau. |
A rodovia BA
001 depois de Valença continua nas mesmas condições do trecho anterior no que
diz respeito ao acostamento, relevo e trânsito. A tranquilidade impera e basta
seguir atento sem deixar de observar flora e fauna da região.
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Em direção à Camamu pela Costa do Dendê. |
Um pouco antes
de Camamu meu pneu traseiro furou e aproveitei para trocar não somente a câmera
de ar, mas o próprio pneu. O Pirelli rodou pouco mais de 4 mil km e estava com
as costuras à mostra e por isso precisava ser trocado para não furar novamente.
Eu estava levando um Kenda Karma reserva desde Salvador. Não havia realizado a
troca na capital baiana por preguiça. (Risada Sacana).
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Mais um Pirelli chega ao fim. |
O pneu Kenda é
2.0 e sem dúvida segura um pouco mais na estrada, mas tudo bem. O que custa
fazer um esforço extra nas pernas? Sei que cheguei à Camamu por volta do
meio-dia e, novamente, não encontrei nenhum restaurante convidativo a parar e
almoçar. Não, eu não estou ficando exigente e fresco a essa altura do
campeonato, mas acontece que tenho certa rejeição a esses lugares que misturam
boteco com restaurante. Na verdade é apenas uma estratégia para não me deparar
com bêbados chatos.
Camamu tem seus
pontos turísticos, entre eles a baía que leva o mesmo nome e concentra ilhas e
praias. Não cheguei nem a passar próximo dessa região, apenas continuei em
direção à saída da cidade. No caminho encontrei uma placa que indicava o centro
histórico, mas também não parei para conferir e por isso não sei maiores
informações sobre o mesmo. Para quem passar pela região, recomendo a realização
de uma pesquisa mais detalhada para desbravar a histórica Camamu. E quem já
conhece pode deixar, aqui no diário de bordo, seu comentário sobre o município.
Agradeço a colaboração.
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Chegada à Camamu. |
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In foco. |
Por volta das
14 horas passei pelo vilarejo de Acaraí e assim que atravessei uma ponte notei
que ao lado do rio tinha um restaurante (La Bodeguita) que aparentava funcionar
ainda naquele horário. Fui verificar e o almoço ainda era servido. Que
maravilha! O prato feito custava 8 reais. Entre as opções da “mistura”, optei
pela carne de sol. Estava tudo muito caprichado e delicioso. Fiz questão de
elogiar a cozinheira, que por sinal, é a proprietária do local.
No restaurante
me informaram que o trecho entre Acaraí e Travessão (40 km) não tinha nenhuma
pousada e que esse segundo distrito era muito perigoso para chegar de noite,
não pelos riscos da estrada, mas sim por causa da violência no povoado. Não
desconsiderei a notícia e continuei o pedal para ver o que aconteceria.
Esse trecho
final na BA 001 foi extremamente complicado para ser pedalado. As inúmeras
subidas causaram um desgaste ainda maior na minha parte física. A sorte é que
meu psicológico estava muito bom, entretanto, o ritmo menor foi inevitável.
Aproveitava o deslocamento lento para observar um possível local para acampar,
todavia, nenhuma propriedade parecia adequada, não havia outra coisa a fazer a
não ser seguir para Travessão.
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Um dos trechos em solo brasileiro que mais se parece com os Andes. |
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Entardecer na estrada. |
Por volta das
18 horas e quando ainda faltavam 15 km para chegar à Travessão e eu completava
mais uma subida, encontrei duas casas à beira da estrada. A princípio não
seriam nada adequadas para passar a noite, pois não existia nenhuma varanda,
apenas uma minúscula área onde não caberia a barraca, mas eu estava
extremamente cansado e mais 15 km de montanha-russa acabariam com meu corpo e
por isso achei melhor parar e solicitar um canto para minha estadia.
Como já
mencionei em postagens anteriores, quando sei que vou acampar, procuro
encontrar um local propicio quando ainda existe a luz do dia para que o
proprietário consiga me ver nitidamente e possa depositar um pouco de
confiança. Hoje, como estava escuro, aconteceu justamente o contrário.
Quando cheguei
na frente da propriedade, notei que uma das casas estava com a luz acesa, mas
assim que os moradores perceberam meu chamado a lâmpada foi desligada. Fiquei
meio desconfiado, mas continuei a chama-los. Um homem finalmente saiu na porta
e perguntou, sem cerimonia, o que eu gostaria. Como ninguém conseguia enxergar
ninguém, solicitei que ele viesse conversar comigo. Mencionei que era apenas um
viajante.
Com muito
custo, um jovem se aproximou da porteira e extremamente desconfiado perguntou o
que eu desejava. Foi então que expliquei sobre a viagem e que, naquele momento,
seria muito complicado chegar à Travessão e por isso necessitava de um lugar
para passar a noite. O rapaz ouviu o pedido e chamou outro homem que não queria
se aproximar, mas com a insistência do jovem, acabou chegando perto para ouvir o
requerimento. Este segundo homem pediu para aguardar enquanto conversava com
uma mulher. A senhora também demonstrou incômodo com a minha presença. Era
muita desconfiança numa única casa. Misericórdia.
Para mostrar
que eu não era um andarilho, pedarilho, mendigo ou coisa do tipo, disse que era
professor de história e realizava um projeto de bicicleta pela América Latina.
Também deixei claro, várias vezes, que precisava apenas de um canto para poder
montar a barraca, atar a rede ou esticar o saco de dormir para passar a noite e
no dia seguinte seguiria viagem. O pessoal pensou mais um pouco, mas acabou por
ceder e permitir a minha presença no local.
No final das
contas não precisei montar a barraca e nem a rede. Uma cama estava disponível
na casa mais simples e eu poderia dormir nela sem nenhum problema. Apenas
estiquei o saco de dormir para servir como lençol e cobertor. Perfeito. Estava
devidamente alojado, pelo menos, eu imaginava.
O pessoal da
casa ficou muito curioso com a viagem e não demorou muito para as perguntas
começarem. Pacientemente respondia cada uma delas. Um dos questionamentos foi
em relação à segurança. Quando disse que não tinha acontecido nada até o
momento, eles ficaram surpresos e começaram a mencionar os casos de violência
na região, sobretudo, em Travessão que parecia mesmo ser perigoso. Àquela
altura eu me convencia que tinha parado mesmo na hora certa. Mas essa certeza
foi logo desconstruída quando um dos moradores começou a relatar que tinha
levado dois tiros na cabeça por causa de umas “tretas” que mais tarde eu
descobri que estavam relacionadas com as drogas.
Para preservar
a identidade do pessoal, utilizarei outros nomes. Arnaldo, o cara que levou os
tiros era um ex. dependente químico que hoje faz questão de dizer que está em
tratamento numa clinica em uma cidade próxima. Estava alguns dias com a família
porque ganhou o direito depois de três meses internado, no dia seguinte
voltaria a terminar o tratamento que tem mais nove meses de duração. Segundo
ele, estava limpo desde que começou a se recuperar.
Já que Arnaldo
voltaria para a clinica, José (jovem que me atendeu) ficaria com a mãe para
cuidar da propriedade e também do Marcos, irmão de criação do Arnaldo e que
tinha um pouco de deficiência mental, mas que era muito inteligente, apesar das
limitações. João, um amigo da família também estava na casa. A conversa entre
eles estava cada vez mais “cabulosa” e eu já não tinha mais certeza se estava
no lugar certo. Não pelo pessoal, mas de quem poderia chegar para um eventual
acerto de contas, não sei, pensei em várias coisas, ainda mais depois que
descobri que o povo estava armado.
Eu poderia
estar um pouco preocupado com toda a situação, mas não deixei eles perceberem
isso. No final ainda me ofereceram um café e biscoitos. Confesso que fiquei
meio ressabiado em aceitar a bebida, vai saber o que poderia ter dentro, mas a
princípio era apenas café. Fiz questão de aceitar cordialidade. É preciso
respeitar os “manos”.
A cama onde eu
estava ficava na “sala” da casa mais simples. No quarto dormia o José que antes
de deitar fechou a porta com uma proteção especial e involuntariamente
confirmava o nível de segurança que o local exigia. Na minha frente tinha um
pequeno altar com santos e imagens de Jesus Cristo. Era minha verdadeira
proteção em meio a tudo aquilo.
Sei que a
partir de agora vou selecionar ainda melhor os lugares para dormir. Talvez
gaste até um pouco mais para pousar em hospedagens, mas antes ficar pobre do que
sem vida por alguma besteira, ainda mais agora que a viagem chega à reta final.
Dia finalizado
com 102,56 km pedalados em 8h03m e velocidade média de 12,7 km/h.
13/08/2013 - 401°
dia - Travessão* a Buerarema
O dia do
livramento!
A noite foi
tranquila e sem nenhuma surpresa, ainda bem. Descansei bastante e às 6 horas da
manhã já estava levantado e preparado para seguir viagem. Não sem antes tomar
um café e agradecer ao José e sua mãe pela hospitalidade.
O pedal começou
às 6h30m debaixo de muita chuva. Para variar percebi que o pneu traseiro estava
um pouco murcho e provavelmente furado. Que maravilha! Nada melhor para começar
o dia. Quer dizer, a situação poderia ficar ainda mais emocionante. E as
subidas se encarregaram de fazer esse papel e permaneceram. Logo na saída do
sítio um aclive íngreme me aguardava. Misericórdia.
Tensão na
estrada. Dez minutos depois da saída, ao completar a primeira subida do dia na
BA 001 e prestes a fazer uma curva à esquerda sou surpreendido por um motorista
irresponsável (em alta velocidade) que, no sentido contrário, perde o controle
da sua máquina mortífera, digo, automóvel, não consegue fazer a curva, passa na
minha frente e não me acerta por míseros 15 metros antes de se chocar no
barranco.
Foi tudo muito
rápido, mas parece que visualizei toda a cena em câmera lenta, desde o momento
em que o Fiat Doblo apontou na estrada e logo invadiu a outra pista e o
acostamento onde eu estava. Foi por pouco, muito pouco que não fui atingido.
Quando percebi que o carro tinha perdido o controle fiz questão de frear a bicicleta
imediatamente, caso contrário a situação teria sido diferente.
Se não bastasse
cruzar a minha frente, o veículo passou do meu lado e ficou entre eu e o
barranco, onde colidiu a lateral. O carro estava em uma velocidade tão alta que
mesmo após a batida o motorista não parou e ainda saiu acelerado como se nada
tivesse acontecido.
Estou desde
2006 no mundo do cicloturismo e já vi vários acidentes na estrada, muitos,
infelizmente, fatais, contudo, ano após ano, a imprudência está cada vez maior
e tenho relatado isso com frequência aqui no diário de bordo. Somente quem vive
a realidade das estradas para saber o nível absurdo e criminoso dos motoristas
irresponsáveis. As imprudências são de todos os tipos que se possa imaginar.
Hoje tive a
sorte de sair ileso, mas quantas pessoas inocentes não perdem a vida por causa
desses criminosos que jamais deveriam ter licença para dirigir. Sim, porque não
há diferença entre matar com uma arma de fogo e um automóvel. É bom ressaltar
também que imprudência é diferente de acidente. Este, todos nós estamos
sujeitos em todos os lugares, inclusive, dentro de casa. Agora, imprudência é
crime e que deve ser considerada como tal para evitar outras vitimas.
Talvez algumas
pessoas possam pensar e/ou questionar: Pô, Nelson, mas você também procura a
morte. Que história é essa de ficar viajando de bicicleta por essas estradas
perigosas? Meus amigos, todos nós temos o direito de ir e vir com o mínimo de
segurança, quem não deve estar em liberdade é justamente esses criminosos atrás
do volante. Esses não poderiam dirigir e ainda deveriam cumprir a pena por seus
atos conforme determina a lei. Uma pena que no Brasil essas mesmas leis são
brandas e quando existem não se fazem valer.
Sempre estive
ciente dos riscos aos quais estou sujeito, afinal, como mencionei, acidentes
acontecem em todos os lugares, contudo, é impossível naturalizar situações como
essa de hoje. Não, isso não pode acontecer porque não foi um acidente. O
veículo, conduzido pelo irresponsável motorista, estava em alta velocidade,
muito além daquela permitida na rodovia, ainda mais sob aquelas condições. Lamentável.
Volto a
reforçar, se você é motorista, por favor, não cometa essa burrice de achar que
você é um super-herói na estrada e que sua “máquina” tem poderes que te deixam imune
a todo tipo de acidente. Esse pensamento é mais do que equivocado e mais cedo
ou tarde o único resultado é o sofrimento de alguém que perdeu o ente querido
em um acidente provocado pela sua estupidez. Não corra, não mate e não morra!
Para quem acha
que dirige corretamente eu deixo um aviso também, fiscalize seu próprio
comportamento no trânsito para evitar qualquer tipo de eventualidade. Continue
na direção defensiva e reforce esse tipo de conduta aos seus amigos, sobretudo,
para aqueles que não tem a mínima idéia do perigo que a irresponsabilidade pode
trazer. Fica a dica.
Acho que fiquei
um minuto parado no local do sinistro antes de seguir viagem. Eu não acreditava
no que tinha acabado de acontecer. Jamais havia passado por algo parecido em
tantos anos de cicloturismo. Misericórdia. Fiquei parado, assustado, sem
entender direito tudo aquilo. Lembrei apenas de agradecer a Deus a quem eu
tinha feito minha oração de proteção minutos antes de tudo isso acontecer.
Ainda
incrédulo, voltei a pedalar, meu coração estava mais acelerado do que o normal,
minha respiração diferente e no meu pensamento somente a cena do veículo
invadindo a pista. Fiquei imediatamente com trauma e parecia que em toda curva
que eu passava um veículo sairia em minha direção. Que sensação horrível! Meu
psicológico ficou abalado. Não esperava esse tipo de situação no final da
viagem. É tudo muito novo e ainda procuro uma maneira de administrar o
acontecido na minha mente.
O trajeto até
Travessão foi realmente de quinze quilômetros e muitas subidas. No pequeno
distrito pertencente à Camamu, finalmente voltei à BR 101, agora em território
baiano. O movimento de veículos aumentou consideravelmente, sobretudo, de
caminhões, mas pelo menos o acostamento era decente e os aclives mais íngremes
ficaram restritos aos primeiros quilômetros, depois um leve sobe e desce com
algumas partes planas.
A chuva
permaneceu por quase toda a manhã e a sapata dos freios começaram a ficar
totalmente desgastadas. Eu teria que troca-las o quanto antes para a minha
própria segurança. Destaque da BR 101 fica por conta da fauna e, sobretudo,
flora, extremamente ricas. Uma extensa área com mata nativa deixa o pedal ainda
mais agradável, até mesmo debaixo de chuva.
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BR 101 na Bahia. |
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Várias fazendas neste estilo à beira da rodovia. |
Em Ubaitaba
passei sem maiores dificuldades, me falaram que a cidade era perigosa, as
pessoas matavam durante a luz do dia e isso e aquilo. Mas nada aconteceu. Na
sequencia, em Aurelino Leal, parei num posto para calibrar o pneu traseiro que
realmente estava furado, mas em pequenas proporções, fiquei de trocar a câmera
somente no final do dia. Assim, seguiria enchendo sempre que necessário. O bom
de uma rodovia movimentada é que os postos de combustíveis estão presentes com
maior frequência e disponibilizam calibrador, bebedouro e alguns, restaurantes
e pousadas.
Próximo do meio
dia a fome já era grande e eu esperava ansioso por um restaurante para almoçar.
Uma placa indicava que o próximo estava no km 471. A essa altura a chuva tinha
dado uma trégua e eu estava quase seco, mas faltando dois quilômetros para
chegar ao restaurante, um baita temporal me deixou todo encharcado. Que beleza!
No restaurante
a refeição mais barata era self-service por R$ 12,90, o preço um pouco acima da
média fazia jus ao cardápio oferecido.
Meus pratos ficaram bem caprichados. Dessa vez tive um exclusivamente
para as carnes. Acho que ganhei pelo menos um quilo na hora do almoço. Que
maravilha!
Voltei à
estrada com mais chuva. Meu objetivo era, novamente, completar os cem
quilômetros diários. Alcançaria a distância na cidade de Itabuna, bastante
conhecida no estado e que também me falaram ser perigosa. Mas assim como
aconteceu em Ubaitaba, minha passagem foi tranquila. Fiquei atento para
encontrar um hotel às margens da rodovia, mas apenas no final do perímetro
urbano fui achar uma pousada onde a diária mais em conta era de 55 reais.
Obrigado e até a próxima. (Risada Sacana). Infelizmente fui obrigado a seguir
viagem.
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Na entrada de Itabuna. |
Eu gostaria de
ter parado em Itabuna porque ainda era relativamente cedo e eu poderia escrever
no diário de bordo, mas tive que seguir em direção à Buerarema que ficava a
quase 20 km de distância. Paciência. O relevo não prejudicou muito, mas o
acostamento não estava em suas melhores condições e nas descidas eu comecei a
pedalar devagar e com muita atenção por causa dos buracos, principalmente
porque os freios estavam comprometidos e eu não queria levar uma queda por
causa disso.
Cheguei à
Buerarema quase às 18 horas e na entrada da cidade encontrei a pousada Corsário,
onde consegui um desconto de 20 reais na diária que acabou por 25 reais.
Recomendo bastante, instalações novas e confortáveis, com televisão, internet,
chuveiro elétrico e ventilador.
Eu tinha o
diário de bordo para escrever, mas também necessitava trocar a câmera furada e
consertar as reservas. Essa tarefa me levou muitos minutos e ao final tive
coragem apenas de tomar um banho e capotar na cama. Mais um dia sem escrever.
Que tristeza. Digo isso porque cada dia que passa, acumula mais e mais material
e dessa vez eu não tenho mais tempo para ter folga em um lugar para atualizar o
diário e realizar uma nova postagem. Ainda não sei como vou conciliar isso
daqui para frente.
Após um inicio
assustador, o dia terminava de uma forma tranquila e com um descanso mais do
que merecido, graças a Deus.
Dia finalizado
com 119,85 km pedalados em 9h02m e velocidade média de 13,2 km/h.
14/08/2013 - 402°
dia - Buerarema a São João do Paraíso
Depois da
tempestade a bonança.
Nada como um
dia após o outro.
Noite mais do
que tranquila na pousada. Acordei por volta das 6 horas e imediatamente
levantei para colocar o pneu traseiro no lugar. No dia anterior apenas tinha
remendado as câmeras. Após realizar a tarefa e arrumar a bagagem, degustei um
pacote de bolacha e retornei à estrada por volta das 7h30m.
Objetivo era
mais uma vez completar, pelo menos, cem quilômetros. Não tinha muita certeza de
onde a distância seria completada porque depois de Camacan não havia muitos
povoados, vilarejos e distritos próximos. Essa era a informação do meu mapa. De
qualquer forma a estratégia principal tem sido avançar e aos poucos isso
acontece na medida do possível.
Logo após a
saída da pousada, passei em um posto para acabar de calibrar o pneu e perguntei
ao funcionário sobre a existência de alguma bicicletaria para poder trocar as
borrachas do freio. É muito difícil uma cidade não ter uma oficina, mas essa
foi a informação repassada pelo senhor que mencionou existir bicicletarias
apenas em Itabuna. Está bom que eu voltaria 20 quilômetros. Segui em direção à
Camacan.
O tempo na
parte da manhã estava ótimo para pedalar, sem chuva, sol, temperatura amena.
Perfeito. A estrada alternava trechos bons e ruins. Em algumas partes o
acostamento ficava com muita pedra brita solta e dificultava o avanço, mas para
a minha felicidade essas partes não eram predominantes.
Em São José da
Vitória, logo depois de Buerarema resolvi parar e perguntar para um senhor
sobre a existência de alguma bicicletaria. Para além da resposta positiva ele
me levou até o local que não ficava longe da entrada do distrito. Na oficina
fui muito bem atendido pelo funcionário Bueno que fez questão de dar atenção
máxima à Victoria. Ele trocou as sapatas dos dois freios e deixou perfeitamente
regulado. Não tinha nome na fachada da loja, mas também não acredito que tenha
outras bicicletarias, então se você estiver de passagem e precisar de alguma
coisa, recomendo o local. Fica a dica.
O vendedor frisou
várias vezes que eu poderia comer a quantidade de bananas que eu quisesse,
inclusive, sugeriu que eu levasse o cacho sem nenhum custo. Agradeci a gentileza,
recuperei uma boa quantidade de potássio e voltei à estrada para encarar mais
um bom trecho de subidas. O trajeto sinuoso me fez lembrar, em várias ocasiões,
do sinistro de ontem. A sensação era a mesma; de que os veículos sairiam da
pista em minha direção. Que coisa mais chata.
Cheguei à
Camacan por volta das 14 horas e parei no primeiro restaurante que encontrei.
Prato feito a 12 reais. Não estava muito caprichado (quantidade), mas estou
longe de reclamar da bendita refeição de cada dia. Matei parte da minha fome.
Retornei à
estrada com a pretensão de parar em São João do Paraíso, nome do povoado que
falaram que eu encontraria em 35 quilômetros. Como fecharia os 100 quilômetros
pedalados, achei que seria o local ideal para finalizar o pedal e ainda
escrever um pouco do diário de bordo.
Durante o
caminho para o local desejado, um motociclista buzinou e retornou para falar
comigo. Reilan Rodrigues é ciclista profissional de speed e já correu por
equipes de São Paulo, onde disputou campeonatos paulista e brasileiro.
Conversamos um pouco e ele se disse admirado com o meu projeto, inclusive,
ficou espantado quando mencionei que a quilometragem passava dos 18 mil quilômetros.
Obrigado pelas palavras de apoio, camarada. Espero que um dia você consiga
realizar sua cicloviagem de São Paulo à Bahia. Grande abraço.
Reilan disse
que eu encontraria algumas subidas até São João do Paraíso e que antes de
chegar no povoado um aclive de dois quilômetros me aguardava. Sem problema.
Continuei pedalando quando fui, mais uma vez, abordado por outro veículo, desta
vez um carro com dois competidores da Ecomotion, uma competição de tinha
acontecido em Itacaré. No automóvel, Rafael e Márcio, residentes no Rio de
Janeiro, também ficaram curiosos para saber mais detalhes da viagem e,
inclusive, fizeram questão de me oferecer água, bolo e até mesmo algumas
castanhas de caju. Esse tipo de recepção na estrada é sempre muito
gratificante. Vejo como um grande reconhecimento pelo que vem sendo feito. Sem
contar que é um animo a mais para encarar o trecho restante, que no meu caso era
de muita subida. Obrigado, camaradas.
Os dez
quilômetros antes de chegar à São João do Paraíso realmente concentram as
subidas mais íngremes depois de Camacan. E o destaque fica mesmo por conta do
aclive frisado pelo Reilan, mas longe de ser assustador, o mesmo foi completado
sem maiores dificuldades. No final, como recompensa, o local desejado.
Finalmente no Paraíso.
|
No final da subida de dois quilômetros. |
Na entrada do
distrito pertencente à Mascote, visualizei diversas placas de hotéis e pousadas
à beira da estrada. Fiquei animado porque as opções significavam concorrência e
consequentemente preços mais flexíveis. Parei no Hotel Marques (que não
pertence à família da minha amada, rs) e a diária começou em 35 no quarto com
ventilador, mas com pedido de desconto, fechamos em 25 reais. Surpreendentemente
o hotel é simplesmente um dos mais sofisticados que já fiquei na viagem. Instalações
novas e modernas, ambiente agradável e com internet disponível. Perfeito para
atualizar o diário de bordo e quem sabe realizar uma nova postagem.
Como parei por
volta das 17 horas e desta vez não precisava remendar nenhuma câmera de ar, eu
tinha um tempo, ainda que curto, para escrever no diário de bordo, contudo,
ainda que eu conseguisse escrever até altas horas da madrugada, não conseguiria
finalizar, muita coisa para relatar. Fui dormir sem saber se no dia seguinte eu
ficaria até 11h30m no hotel, quando vencia minha diária ou se permaneceria mais
um dia no local, ainda que essas decisões, a princípio, prejudique meu
planejamento de chegar no Rio de Janeiro no próximo dia 23. Acontece que não
posso deixar para atualizar o diário apenas na capital fluminense porque se não
os dois dias que passarei na cidade maravilhosa serão somente para escrever. E
quero poder aproveitar esse tempo para rever velhos amigos.
Durante a noite
tinha a pretensão de preparar minha janta, mas depois que tudo estava
preparado, a caixa de fósforos estava molhada e de maneira alguma consegui
acender o fogo. Como eu acho que não é muito aceitável cozinhar no quarto, não
fui solicitar fósforo para a recepcionista e tampouco sai num boteco de noite
para compra-lo. A macarronada cedeu espaço a mais um pacote de bolacha.
Sacanagem! (Risada Sacana)
Dia finalizado
com 97,33 km pedalados em 6h41m e velocidade média de 14,1 km/h.
15/08/2013 - 403°
dia - São João do Paraíso (Folga)
Dia dedicado
exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Caros amigos,
em respeito a vocês, fiz essa pausa inesperada e extraordinária para poder
realizar uma nova postagem com o relato dos últimos acontecimentos. Com essa
decisão de permanecer em São João do Paraíso vou ter que aumentar a
quilometragem diária daqui para frente se eu ainda quiser chegar ao Rio de
Janeiro no dia 23 deste mês. Espero que dê tudo certo.
Também quero aproveitar
para agradecer aos leitores que tem me ajudado na aquisição do livro em sua
pré-venda. Para quem ainda deseja colaborar com o projeto, a obra pode ser adquirida no seguinte endereço:
Reserve aqui!
Grande abraço.
“Hasta la
Victoria Siempre”
16/08/2013 - 404°
dia - São José do Paraíso a Eunápolis
Faltou muito
pouco para o dia ser um dos mais tranquilos da expedição.
Atípica. Assim
foi minha sexta-feira. Com muito sacrifício, o diário de bordo foi atualizado
apenas às 2 horas da madrugada (quinta para sexta). A velocidade da internet não
colaborou no momento da postagem dos registros fotográficos e por isso
finalizei a tarefa neste horário. Não preciso dizer que estava morto de sono,
sobretudo, porque o dia anterior foi exclusivamente dedicado ao diário
de bordo.
Com a folga
extraordinária de ontem eu precisava sair hoje bem cedo para pedalar uma
quilometragem maior, no entanto, acordei somente por volta das 7h30m. Não
coloquei o celular para despertar porque pensei que acordaria naturalmente no horário de sempre, ou seja, aproximadamente às 6 horas da
matina, mas não foi o que aconteceu.
Como levantei
tarde, arrumei minha bagagem o mais rápido possível, degustei minhas bolachas
energéticas e retornei à estrada às 8h30m. O tempo nublado indicava que a chuva
que caiu de madrugada poderia voltar a desabar a qualquer momento. Não me
importei com isso e comecei a pedalar em direção à Eunápolis, cidade
determinada para finalizar o dia, uma vez que a distância até o local seria de
aproximadamente cem quilômetros.
|
Em direção à Eunápolis. Chuva pelo caminho. |
Na estrada o
pedal foi tranquilo, quer dizer, as subidas continuaram presentes, contudo, as
descidas estavam generosas e a quilometragem passou, relativamente, mais rápida
no velocímetro. Vale a pena ressaltar que o acostamento e a minha energia
restabelecida (folga de ontem) ajudaram no deslocamento em um ritmo maior, inclusive, os aclives
eram completados com uma velocidade de 3-4 km/h a mais. Parece pouco, mas pode
acreditar que é muita diferença no final do dia.
Quando cheguei
ao trevo de Itapebi encontrei as placas que indicavam o litoral sul, mais precisamente
à Santa Cruz de Cabrália, no entanto, a cidade não estava no meu roteiro e
continuei pela BR 101. Observação: No meu mapa, esse caminho para Santa Cruz
não é asfaltado, contudo, me parece que o mesmo já se encontra com
pavimentação.
Pela BR 101
comecei a me deparar com um tráfego significativo de veículos longos, leia-se,
caminhões responsáveis pelo transporte de eucaliptos, que por sua vez, são
encontrados com facilidade pelas propriedades rurais às margens da estrada.
Esse movimento me surpreendeu porque esperava visualiza-lo apenas no Espirito
Santo, onde a situação com esse mesmo tipo de veículo exige atenção redobrada,
sobretudo, pela limitação do acostamento. Aqui na Bahia esse espaço de
“segurança” nos permite um pedal mais tranquilo.
Na rodovia,
além do transporte de eucaliptos é possível encontrar acampamentos do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em determinados trechos existem
famílias isoladas que não pertencem ao MST, mas que também vivem em uma
situação precária. Realidade muito triste de ser observada, sobretudo, porque
nos barracos construídos à beira da estrada sempre tem uma, duas ou mais
crianças brincando com aquilo que tem a disposição, que na maioria das vezes é
quase nada, infelizmente.
A região montanhosa
que esteve presente em todo o trajeto na BR 101 até São João do Paraíso,
continuou no horizonte, todavia, a área florestal deu espaço a muitos hectares
destinados à pastagem e ao cultivo de eucalipto. Essa soma resulta em uma
paisagem pouco interessante, ainda mais com o tempo nublado. Por várias vezes
escapei da chuva que era visível em lugares próximos daquele onde eu estava.
Mesmo com a
minha saída tardia do hotel, por volta das 13 horas, já estava em Itagimirim
com mais de sessenta quilômetros pedalados. Aproveitei um restaurante paralelo
a um posto de combustível e fui almoçar. O prato feito, relativamente
caprichado, custou 12 reais. Aqui no sul da Bahia esse tem sido o valor padrão
para esse tipo de refeição. Infelizmente é um pouco mais caro do que em outros
locais.
Na parte da
tarde não foi possível escapar da chuva e muito menos das subidas e descidas.
Por essas bandas quase não existe um meio termo, ou seja, pedalar em um terreno
plano não é muito comum, esteja ciente disso quando planejar sua passagem pelo
local.
Conforme o
previsto, minha chegada à Eunápolis ficou na casa dos cem quilômetros. Para
variar, continuava chovendo e sob essa condição comecei a procurar uma
hospedagem aparentemente mais econômica para passar a noite. Não estava fácil e
durante essa busca passei pelo trevo de acesso à Porto Seguro pela
BR 367. A cidade histórica será visitada
apenas em outra oportunidade. Naquele momento me concentrei na hospedagem.
Terminei o dia às 17 horas no Hotel Brasil - Itália onde recebi um desconto e
a diária saiu por trinta reais. Uma facada para o meu bolso, contudo, fiquei em razão do café da manhã disponível no dia seguinte. Querendo ou não é
uma refeição a mais, e no estado em que eu me encontro isso é muito importante
para não perder peso.
O hotel é
grande, as instalações razoáveis e o dormitório com ar-condicionado, banheiro (chuveiro
elétrico) e também sinal wi-fi. A Victoria ficou na imensa garagem localizada
na parte inferior do prédio. Retirei apenas os alforjes dianteiros e mais
algumas coisas de valor, incluindo, a panela e os alimentos. (Risada Sacana).
Isso porque preparei a minha janta novamente. Desta vez o fósforo não me deixou
na mão.
Aproveitei a
disponibilidade da internet para agradecer aqueles que têm realizado a compra
do livro na pré-venda. Também fiz questão de deixar meu muito obrigado aos que mandaram
mensagens positivas nos últimos dias. Muitos leitores que acompanharam, anonimamente,
o diário de bordo tem se manifestado com palavras de incentivo nesta reta final
e também colaborado financeiramente, algo de extrema importância já que meus
gastos com hospedagem e alimentação tem aumentado. De qualquer forma, fiquei
extremamente feliz com essa receptividade dos leitores com o diário de bordo.
Obrigado meus amigos.
Devidamente
alojado, limpo e alimentado, fui descansar e ter o sono dos justos.
Dia finalizado
com 109,85 km pedalados em 7h29m e velocidade média de 14,6 km/h.
17/08/2013 - 405°
dia - Eunápolis a Itamaraju
Surpresas,
subidas, chuvas, montanhas e muito mais.
Acordei tarde
mais uma vez. Acho que meu corpo tem pedido um descanso maior, levantei apenas
por volta das 7h30m. Eu não necessitava madrugar porque o café da
manhã começaria a ser servido apenas às 7 horas, mas não precisava me atrasar. Meus planos de fazer 150 km estavam comprometidos, mas tudo bem.
Sem estresse.
A refeição
matinal estava simples, porém muito saborosa, suficiente para restabelecer as
energias, ao menos, por algumas poucas horas. No refeitório, dois homens
começaram a conversar comigo. Questionaram se eu era o ciclista
viajante. Certamente haviam visualizado a Victoria na garagem. Pensei que eram
hóspedes, mas somente depois fui saber que um deles era o proprietário do
hotel. Vanderlei me contou mais tarde que também era missionário e ficou
impressionado, não somente com a expedição, mas como Deus vem agindo sobre mim
durante esse projeto maravilhoso. No final, fizemos uma oração, recebemos a
palavra do Senhor e voltei ao quarto para arrumar minhas coisas. Estava feliz porque na verdade não tinha perdido tempo, apesar do atraso. É aquela conhecida frase: Tudo depende dos olhos de quem vê.
|
Missionário Vanderlei, eu e mais um irmão. |
Voltei à
estrada apenas às 9h30m e pouco tempo depois, ainda no perímetro urbano,
começou a chuva de novo. Estou na época de maior precipitação na região
nordeste, por isso, essa constante realidade climática. Paciência. Com mais uma
saída tardia, meus planos foram, mais uma vez, modificados, e ao invés de parar
em Teixeira de Freitas, coloquei como objetivo terminar o dia em Itamaraju que
ficava aproximadamente cem quilômetros de Eunápolis.
O trajeto para
Itamaraju foi muito mais complicado do que aquele de ontem. A montanha-russa
continuou presente e desta vez com aclives ainda mais íngremes. Felizmente o
acostamento também permaneceu e ofereceu uma segurança um pouco maior, no entanto,
a pavimentação não era das melhores e parecia uma verdadeira lixa. Pedalar por esse espaço
não favoreceu o deslocamento. Paciência mais uma vez.
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Parte da montanha-russa no horizonte. |
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In foco. |
O relevo no
trecho entre Eunápolis e Itabela é extremamente acidentado e a rodovia tem
muitas curvas, em várias delas existem marcas dos acidentes, sobretudo, de
caminhões que perderam o controle ao passar pela parte sinuosa. Mesmo com essa
realidade perigosa da região, acho que meu trauma com relação às curvas vem
diminuindo, ainda bem.
O cenário até
Itabela também não é diferente daquele do dia anterior: pastagens com criação
de gado e o cultivo de eucaliptos. Novos acampamentos do MST também foram
visualizados, um deles, diga-se de passagem, muito bem organizado. Uma luta
bonita de se ver. Como dizia uma frase no local: O melhor adubo para a terra é o suor de quem trabalha nela. Apenas
quem não conhece a história do Brasil, do próprio Movimento e sua realidade é
que chama seus integrantes de vagabundos e outras coisas. Já mencionei aqui no
site, mas reitero meu posicionamento de apoio à luta pela reforma agrária neste
país.
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Ambiente bucólico na estrada. |
Um pouco depois
de Itabela parei em um restaurante à beira da estrada para almoçar. Prato feito
por 9 reais, um pouco mais barato, felizmente. A refeição caseira estava
simples, porém saborosa. Suficiente para saciar a fome.
Pouco depois
das 12h30m eu já estava, novamente, na estrada para poder concluir o pedal.
Mais chuva, subida e acostamento lixa, nada favorável. Em um momento fui
obrigado a passar em um buraco que estava coberto de água e lamentavelmente escutei
o som que há algum tempo não soava. Infelizmente, mais um raio quebrado.
Misericórdia. Acho que o último danificado foi trocado em Fortaleza. Agora vou
continuar assim até o litoral paulista a não ser que outros comecem a quebrar e
me obriguem a parar em uma oficina pelo caminho.
Na estrada
também encontrei o Parque Nacional de Monte Pascoal, uma área bastante
montanhosa. O famoso Monte Pascoal (avistado por Cabral em 1500) fica a 14 km
da rodovia. Entre várias montanhas não sei se consegui visualiza-lo e
identifica-lo. Mas outras montanhas se encarregaram de deixar o ambiente
interessante.
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Montanhas com elevações significativas. |
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Destaque para o monte ao fundo. |
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Entrada para a estrada em direção ao Monte Pascoal. |
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Região montanhosa. |
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In foco. |
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Mais um fim de tarde na estrada. |
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In foco. |
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In foco. |
Quase na
entrada de Itamaraju meu pneu traseiro furou mais uma vez. Como faltavam apenas
três quilômetros para chegar ao município, a solução foi encher várias vezes a
câmera furada para poder troca-la após a parada em alguma hospedagem. Isso
aconteceu na primeira pousada que aparece paralela a um posto de combustível na
estrada. O pernoite custou 35 reais com desconto. Minha permanência ocorreu em
razão do café da manhã disponível. O quarto da pousada é simples, porém limpo,
com ventilador, televisão e chuveiro elétrico. Recomendo.
Troquei a
câmera de ar furada por causa de um arame de caminhão que ainda estava no pneu
e na sequencia fui tomar um banho para poder preparar o jantar que estava delicioso.
Mais uma macarronada de sardinha para entrar na história. Depois comecei a
escrever o diário de bordo para não atrasar a postagem futuramente.
Dia finalizado
com 95 quilômetros. A velocidade média e o tempo de pedal foram zerados
involuntariamente.
18/08/2013 - 406°
dia - Itamaraju a Teixeira de Freitas
Mais um dia com
acontecimentos inimagináveis.
A noite na
pousada foi tranquila. Acordei às 6 horas porque 30 minutos depois o café da
manhã começaria a ser servido. Não foi fácil levantar da cama, eu estava cansado
e o sono não havia sido suficiente para recuperar todas as energias. Mas a
refeição matinal tinha que ser aproveitada. Era tudo muito simples, porém, mais
do que suficiente para começar o dia com a barriga cheia.
Gostaria
de ter saído mais cedo da pousada, contudo, comecei a pedalar somente por volta
das 7h30m. O horário “tardio” significava que meu planejamento de chegar ao
estado do Espirito Santo estava bastante comprometido. Paciência.
Apesar
do tempo ensolarado a situação na estrada estava longe de ser das melhores e o
principal responsável era o acostamento inutilizado por causa do matagal que
tomava conta de todo seu espaço. Simplesmente lamentável. Para melhorar o
contexto, as subidas, mais uma vez, eram constantes. Somando esses fatores com
o tráfego que aumentava gradativamente, o deslocamento ficou cada vez mais complicado
e lento, sobretudo, porque em vários momentos eu fui obrigado a sair da pista
para não causar nenhum acidente.
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A região montanhosa, visualizada no dia anterior, de um outro ângulo. |
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Acostamento cade você? |
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Paisagem. |
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Acredite, não é fácil seguir por um "acostamento" desse tipo. |
Em
razão da falta de acostamento, a paisagem pouco pôde ser observada, pelo menos
nos primeiros 40 quilômetros, distância em que a montanha-russa permaneceu, na
sequencia o caminho começou a apresentar o cultivo de urucum, nosso conhecido
colorau. Muitos produtores realizam o processo final e a venda na beira da
estrada. O registro fotográfico não ficou melhor porque o visor da minha
máquina começou a dar problemas e a funcionar depois de alguns minutos com a câmera ligada. Como eu não poderia esperar tanto tempo, tirei a foto sem o devido
enquadramento. Paciência.
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Plantação de urucum. |
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In foco. |
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In foco. |
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Processo final para poder ensacar o colorau. |
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Colorau à venda. Cinco reais a saca. |
Se
por um lado a região montanhosa ficou para trás, por outro, o vento contra
apareceu para a festa. Faz um bom tempo que não menciono esse fanfarrão aqui no
diário de bordo, mas hoje ele voltou a incomodar e, consequentemente, a
diminuir drasticamente a velocidade média. Pedalar por esse trecho no sul da
Bahia tem sido um verdadeiro teste de paciência.
Com
pouco mais de cinquenta quilômetros parei em um posto de combustível onde uma
churrascaria com self-service a 12 reais foi mais do que convidativa para
almoçar. A refeição estava maravilhosa. Mais uma vez meu prato foi caprichado
daquele jeito que vocês podem imaginar. (Risada Sacana).
Quando
me preparava para sair do restaurante notei que o pneu traseiro estava murcho.
Mais um furo. Misericórdia. Aproveitei a borracharia paralela ao posto para
realizar a troca. Coloquei a câmera de ar reserva enquanto àquela furada foi
remendada pelo próprio borracheiro porque eu estava sem remendos Eles acabaram depois de
inúmeros inconvenientes.
O
calibrador automático da borracharia estava estragado e por isso fui obrigado a
utilizar um normal que não mostrava a medida desejada. Tomei cuidado para não
encher demais porque o aro traseiro da Victoria demonstrava algumas rachaduras
na parte de cima da folha. O problema quase imperceptível foi verificado ainda
em Fortaleza pelo pessoal da Savana Bike Shop. Na ocasião eu já havia gasto
mais de 400 reais com outras peças e por isso não troquei o aro e arrisquei
continuar até o limite do material. Por isso estava atento para prolongar o
máximo possível sua vida útil.
Voltei
à estrada e pedalei pouco mais de cinco quilômetros quando escutei um
verdadeiro estouro que também chegou a assustar os moradores de uma casa às margens da estrada. Parei imediatamente a bicicleta porque pensei que a câmera de
ar tinha sido danificada, contudo, foi muito mais do que isso. O aro
simplesmente “estourou” na parte lateral que não tinha relação com as
rachaduras mencionadas. Muito provavelmente o acontecido foi em razão do
desgaste provocado pela borracha do v-brake e maximizado por uma calibragem inadequada. Afinal o material já passava dos
35 mil quilômetros e como mencionei, necessitava de cuidados.
|
Aro estourado |
Quando
verifiquei o tamanho do estrago, encostei a bicicleta, sentei no meio-fio,
observei a Victoria e pensei no que poderia ser realizado naquele instante.
Infelizmente não havia muitas opções. A minha companheira tinha que ser
rebocada. Para a minha sorte a cidade de Teixeira de Freitas estava a menos de
dez quilômetros. Assim eu imaginava que não seria difícil conseguir transporte
até o local. Na segunda tentativa meu pedido foi atendido e uma caminhonete
estacionou no acostamento. O motorista, que também se dirigia à Teixeira,
entendeu a situação e permitiu colocar a bicicleta na carroceria. Maravilha!
Como
a cidade estava próxima de onde o aro estourou, em poucos minutos estávamos no
centro, onde desembarquei, não sem antes agradecer pela ajuda e pedir
informação sobre bicicletaria e hospedagem. Ambas se encontravam nas redondezas,
inclusive, havia muitas oficinas/lojas para bicicleta que eu poderia procurar
no dia seguinte, afinal, em pleno domingo, estava praticamente tudo fechado.
Na
pousada recomendada soube que a mesma não funcionava mais. Conversei com
algumas pessoas e fui conferir as outras opções que, teoricamente, não estavam
longe, contudo, diante da situação do aro, tive que levantar a traseira da
bicicleta para que a peça danificada não cortasse o pneu. O problema é que essa
é a parte mais pesada da Victoria e as minhas forças se esgotaram rapidamente.
Para quem assistiu “Desafiando Gigantes”, a cena na cidade baiana parecia muito
com aquela do filme em que o personagem gordinho é submetido a um rigoroso treinamento, mas que após muito esforço
consegue finalizar seu objetivo. Eu me encontrava exatamente na mesma situação.
Na
segunda hospedagem onde parei ninguém atendeu o interfone. E com isso caminhei
mais um pouco até a próxima alternativa. Sem brincadeira, andava cinco metros e
parava, recuperava o fôlego e continuava. Um verdadeiro calvário. Para a minha
felicidade, um motorista ao ver o meu sacrifício indicou uma hospedagem mais próxima e, com muita dificuldade, cheguei ao Hotel Continental por volta das 15h30m. No
estabelecimento a diária do quarto com ventilador, televisão, banheiro com
chuveiro elétrico e wi-fi saiu por 25 reais com direito ao café da manhã.
Estava finalmente alojado e com o braço todo dolorido.
Na
hospedagem de instalações simples, tomei um banho e posteriormente acessei a
internet para mandar notícias, sobretudo, do ocorrido com a bicicleta. Mais uma
vez recebi um apoio inacreditável. Obrigado a todos vocês que não tem
medido esforços para me ajudar na finalização deste projeto.
No
final da noite começou a chover e a temperatura baixou drasticamente e nem
parecia que eu estava na Bahia. Meus pacotes de bolacha e todos os demais
alimentos tinham se esgotado e fui obrigado a procurar alguma coisa para comer,
entretanto, não achei nada ao redor do hotel e por causa da chuva não andei muito e voltei com
fome. Para minha sorte encontrei uma lata de sardinha no fundo do alforje, foi
meu jantar. A reposição dos mantimentos ficou para o dia seguinte.
Dia
finalizado com 58,62 km pedalados em 4h40m e velocidade média de 12,5 km/h.
19/08/2013
- 407° dia - Teixeira de Freitas (Bahia) a Pedro Canário (Espírito Santo)
Espírito
Santo!
Chegada
ao 15° estado brasileiro pedalado na expedição.
Um
dia de sobrevivência. A passagem por um dos trechos mais perigosos das estradas
brasileiras.
A
noite na hospedagem foi tranquila e o descanso garantido. Não precisava levantar
cedo porque a refeição matinal estaria disponível a partir das 7 horas e o comércio abriria uma hora depois para eu poder levar a roda traseira à
bicicletaria. Acordei com muita dor no braço direito, o mesmo que levantou a
Victoria em todo o trajeto no centro de Teixeira de Freitas. Paciência!
Como
eu fiquei sem jantar na noite anterior, devorei boa parte do café da manhã, principalmente porque eu estava sozinho no refeitório, aliás, acredito que poucos hóspedes se
encontravam no hotel. Sei que forrei o estômago legal. (Risada Sacana).
Fui
à rua pouco antes das 8 horas e debaixo de muita chuva me desloquei até a
bicicletaria Gool, recomendada no dia anterior. A loja é uma das mais
conceituadas da cidade e tem um espaço físico enorme, assim como a quantidade
de peças e bicicletas à venda. Os funcionários me atenderam muito bem e
informaram que a troca do aro, raios quebrados, câmera de ar e mão de obra
sairiam por 65 reais. Não esperava gastar toda essa grana, mas infelizmente são
ócios do ofício. Gostaria de ter colocado novamente o aro Extreme da marca Vzan, contudo,
só havia o modelo Action, que é um pouco mais leve e menos resistente, contudo, também deve aguentar uma boa quilometragem.
Deixei
a Victoria na bicicletaria e combinei de pegar uma hora depois. Neste período
aproveitei para passar em um supermercado e comprar bolachas, macarrão,
sardinha, molho de tomate e suco para os próximos dias.
No
horário combinado voltei à Gool e peguei a roda pronta para ser colocada na
minha companheira. No hotel coloquei tudo em seus devidos lugares, arrumei a
bagagem e às 10h30m estava, finalmente, de saída em direção ao Espírito Santo.
Infelizmente
continuava chovendo e eu tinha plena consciência que o dia não seria nada
fácil. A pretensão era passar a divisa com o Espírito Santo, contudo, o horário
da saída não ajudava, havia perdido praticamente meio dia de pedal. A distância
de aproximadamente 100 km para Pedro Canário, primeira cidade no estado vizinho, poderia
ser completada somente com um pedal noturno, todavia, o deslocamento seria ainda mais difícil na escuridão pela condição da rodovia; pista simples, sem acostamento e com tráfego pesado de veículos com carga.
Esse
trecho da rodovia é extremamente perigoso e eu não recomendo a passagem pelo
local nem aos mais experientes. Por vezes fui obrigado a sair da pista para não
ser atropelado. O sobe e desce com várias curvas é a situação ideal para
acontecer os acidentes, considerando, é claro, a imprudência dos "motoristas". Nos locais sinuosos a marca de batida está presente o
tempo todo. Em uma curva a quantidade de cruzes impressiona. Contei mais
de dez. Simplesmente assustador.
Como
o pedal começou tarde, não avancei muito e realizei a primeira parada após 25
quilômetros percorridos. Encontrei um restaurante paralelo ao Posto Bom Preço
no km 900 e aproveitei para almoçar. O prato feito a dez reais foi prontamente
caprichado conforme o solicitado. O proprietário do restaurante preparou o
prato que chegou a transbordar, literalmente, na mesa. (Risada Sacana).
O
dono do restaurante me disse que a curva com várias cruzes na estrada tinha ceifado
onze vítimas de uma vez em um acidente com o ônibus da Águia Branca há três
meses. E ontem no mesmo lugar, uma carreta tinha tombado. Em outro trecho antes
dessa curva, dois motociclistas também haviam perdido a vida em um choque com
caminhão. Lugar é sinistro.
Como
eu não tinha muito tempo disponível para descansar após o almoço, logo voltei à
estrada para enfrentar a mesma situação do trecho anterior, no entanto, para a
minha surpresa, com aproximadamente 40 km pedalados desde Teixeira de Freitas,
apareceu um vilarejo chamado Boa Vista (acho que é esse o nome). Deste ponto em
diante o acostamento aparece para aliviar a situação, finalmente. O relevo não
muda e a montanha-russa continua.
Com
a presença do acostamento o pedal rendeu muito mais do que no trecho anterior e
mesmo com as subidas o deslocamento ocorreu sem maiores dificuldades, contudo,
após 30 km nestas condições a situação voltou a ficar tensa. O acostamento
desapareceu após o cruzamento para Mucuri que fica pouco depois do povoado de
Itabatã.
Quando
passei pelo trevo para Mucuri e a situação piorou eu comecei a perceber que
permanecer na estrada seria uma decisão mais do que arriscada, sobretudo, porque
começou a escurecer, o que tornava o contexto ainda mais perigoso, uma vez que
a pista simples e sem acostamento continuava com tráfego intenso de veículos. Cogitei finalizar o pedal antes do objetivo traçado, contudo, não encontrei nenhum lugar parar pernoitar. Avante.
Mantido o objetivo de chegar, pelo menos, na divisa, continuei pedalando no escuro e
constantemente saindo da pista quando os dois lados ficavam ocupados pelos
veículos que eram facilmente identificados por causa dos faróis. Eu estava
devidamente com os equipamentos para pedalar de noite, inclusive, com colete
refletor, tudo para poder chegar ao destino com vida.
Pedalar
neste trecho sul da BR 101 na Bahia foi uma das experiências mais assustadoras
dessa viagem, principalmente quando voltou a chover. Como o relevo
não mudava, ambas as situações eram complicadas, na descida, com velocidade
alta, sair da pista rapidamente aumentava os riscos de uma queda feia. Já na
subida era complicado dividir o espaço com os veículos que me obrigavam a
pedalar fora da pista onde o matagal tomava conta.
Com
muito sacrifício cheguei à divisa da Bahia com o Espirito Santo exatamente às
18h15m quando alguém às margens da rodovia me confirmou que eu estava prestes a
deixar o território baiano, finalmente. Para a minha felicidade, a saída do
nordeste também implicava na melhoria significativa da rodovia, algo que
naquele momento era crucial. Me informaram também que a BR 101 voltava a ter
acostamento, facilitando o deslocamento à Pedro Canário.
|
Na divisa entre Bahia e Espírito Santo. |
Na
divisa, há apenas um pequeno vilarejo do lado baiano e o mesmo não tem nenhuma
hospedagem, pelo menos, não identifiquei nada à beira da estrada e por isso,
registrei a entrada ao 15° estado brasileiro pedalado nesta expedição e continuei em
direção à cidade mencionada. Evidente que estava cansado, mas precisava
completar aquela distância para poder chegar ao Rio de Janeiro em uma data
aproximada daquela estipulada inicialmente, ou seja, entre os dias 23 a 25 de
setembro.
|
Registro em mais uma divisa de estados. |
A
rodovia BR 101 no Espírito Santo tem outra realidade, sem dúvida. O acostamento
após a divisa ajuda a pedalar em segurança. Nos três primeiros quilômetros a
pavimentação não está aquelas coisas, mas depois torna-se infinitamente melhor,
perfeita para pedalar. O relevo continua com subidas e descidas, contudo, um
pouco mais moderadas. Necessitei apenas de um cuidado maior com as canas de
açúcar presentes no acostamento. Não raramente tinha que desviar delas para não
levar uma queda. Como estava escuro, não consegui enxergar a paisagem
nitidamente, mas ao que tudo indicava, havia muitos hectares destinados à
plantação de cana, logo, fazia-se entender o motivo da presença delas no
acostamento. É preciso atenção, porque a coisa mais fácil do mundo é passar de
bicicleta sobre ela, perder a direção dianteira e cair. Fica a dica.
Três
quilômetros antes de Pedro Canário havia um posto de combustível, conforme me
avisaram, entretanto, não tinha pousada e por isso fui obrigado a me deslocar à
cidade. A essa altura do campeonato voltava a chover e a minha vontade era
encontrar o quanto antes um lugar para dormir e finalizar o dia. Isso aconteceu
na entrada do município, que, ao contrário da informação do funcionário do posto,
tinha algumas hospedagens. Não me recordo o nome do lugar onde resolvi
permanecer, mas era uma pousada e a diária ficou em 25 reais com desconto. Diferente dos últimos
locais em que me hospedei, o preço não condizia com as instalações precárias. No
quarto, tinha apenas a cama que no momento não estava nem arrumada. Paciência.
Antes
de dormir, tomei um banho quente no banheiro disponível do lado de fora do
quarto e na sequencia preparei a janta, macarronada com sardinha. Depois tentei
escrever no diário de bordo, mas fui vencido pelo cansaço, meus olhos não
conseguiam se manter abertos, fui descansar o sono dos justos.
Dia
finalizado com 102,56 km pedalados em 7h41m e velocidade média de 13,3 km/h.
20/08/2013
- 408° dia - Pedro Canário a Linhares
Encontro
com o amigo Carlos Andrade.
Dia
tranquilo. Apesar da precariedade a noite na pousada foi sem nenhum problema. Recuperei parte das
energias e às 6h45m voltei à estrada. Tempo nublado mesmo após uma madrugada
com muita chuva. O objetivo do dia era chegar à Linhares onde tinha combinado de
encontrar o camarada Carlos Andrade, antigo amigo da época da comunidade
Cicloturismo no Orkut. O mineiro radicado no Espírito Santo também viaja de
bicicleta e se dispôs a sair de Cariacica onde mora para me acompanhar um
trecho.
O
trajeto não apresentou muitas surpresas e a paisagem foi marcada, sobretudo,
pela presença dos canaviais. Nos vinte primeiros quilômetros o acostamento
estava repleto de cana deixada pelos caminhões responsáveis pelo transporte da
mesma, inclusive, não é raro encontra-los no caminho. Detalhe: estão sempre
abarrotados. É fácil entender o porque as canas estão no acostamento. Mais uma
vez precisei de muita atenção para não passar por elas e cair.
|
Acostamento largo na BR 101 no ES. À frente o caminhão abarrotado de cana. |
|
Acostamento repleto de cana deixada pelos caminhões que realizam seu transporte |
Não
há cidades entre Pedro Canário e São Mateus, portanto, programa-se caso
esteja de passagem pela região, no entanto, vale destacar que o relevo não apresenta muitas dificuldades,
apesar das subidas neste trajeto. Passei em São Mateus por volta do meio-dia com
pouco mais de 50 km pedalados e resolvi parar depois do perímetro urbano. No
restaurante, almoço a 10 reais em um buffet completo com direito, entre outras coisas, a costela frita
e purê de batata, uma delícia. Não hesitei em repetir, claro.
Quando
me preparava para deixar o restaurante, voltava a chover forte. Não esperei e
retornei assim mesmo à estrada para enfrentar mais um trecho que alternava
subidas, descidas e algumas partes planas, sobretudo, na região da Reserva
Biológica de Sooretama, diga-se de passagem, muito agradável. Não registrei em
razão da chuva. Mas apesar da condição climática foi possível observar a
natureza.
Na
cidade/distrito de Sooretama é possível encontrar hospedagem, restaurante,
mercados e todo um comércio à disposição. O lugar oferece certa estrutura e
pode servir de apoio para quem passar pela região. No local eu apenas parei de
pedalar para falar ao telefone com o Carlos que já estava em Linhares e viria me encontrar
na estrada.
A
rodovia fica mais movimentada depois de Sooretama, mas a existência do
acostamento torna o pedal seguro, mesmo durante a noite, já se
aproximava das 18 horas. Quinze quilômetros antes de Linhares,
encontrei o Carlos, contudo, ele não me viu por causa do movimento na estrada.
Apenas notei sua presença no outro lado da rodovia por causa da vestimenta de
ciclista e o farol intermitente. Ele não ouviu meu chamado e muito menos viu
meus gestos. Imediatamente parei a bicicleta e fui ligar avisando-o para
retornar, mas neste instante, repentinamente, começou a chover muito forte.
Guardei o telefone e segui para um ponto de ônibus onde consegui
realizar a chamada. Após algumas tentativas o Carlos atendeu ao telefone e
minutos depois estava de volta.
Carlos
é um senhor de 52 anos com uma enorme sabedoria, humildade e bom-humor, sem falar, claro,
no condicionamento físico. Não é qualquer pessoa nessa idade que tem preparo para pedalar longas distâncias. Quando nos encontramos ele acabava de completar
mais de 160 km pedalados no dia. Que tal? Sei que foi uma grande honra poder
conhecê-lo pessoalmente. Inclusive ele tem acompanhado minhas últimas viagens. Além de todo apoio e incentivo, durante os
últimos meses, Carlos fez questão de contribuir financeiramente para a
expedição.
Pedalamos
em direção à Linhares e um pouco antes do início do perímetro urbano paramos em
um posto de combustível que tinha uma pousada (Dadinho) onde a diária ficou em 35 reais
para cada. O preço um pouco mais elevado foi aceito porque o Carlos já havia
pesquisado em outros lugares e não variava muito. Para compensar, o café da
manhã no dia seguinte significava uma refeição a mais.
Devidamente
alojados, conversamos bastante, preparamos o jantar e na sequencia cada um foi
descansar para encarar o pedal do dia seguinte em direção à Cariacica.
Dia
finalizado com 132,62 km pedalados em 9h28m e velocidade média de 14 km/h.
21/08/2013
- 409° dia - Linhares a Cariacica
Pedalando
pelo litoral capixaba.
Dia
extremamente longo e cansativo, porém de muitas risadas e encontros
inesperados.
Noite
tranquila na pousada. Levantei quase às 6 horas da manhã porque meia hora
depois o café estaria na mesa. A refeição estava muito boa, com variedades de
pães, bolos, sucos e outros alimentos não menos saborosos e que também foram degustados.
Consegui sair com a barriga cheia.
Voltamos
à estrada apenas às 7h30m debaixo de chuva, para variar mais uma vez.
Linhares é uma das maiores cidades do estado e por isso sair de seu perímetro
urbano levou alguns quilômetros, mas tudo dentro da normalidade.
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Saída da pousada para mais um dia de pedal. |
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Nobre amigo Carlos Andrade. |
|
Jaqueira à beira da estrada. |
Havia
duas opções para chegar à Cariacica, direto pela BR 101 ou via litorânea, a
primeira encurtava o caminho em aproximadamente 30 km, contudo, apresentava um
trânsito intenso, sobretudo, de veículos pesados. Embora com acostamento, a
rodovia federal não tinha uma paisagem convidativa e bonita como a estrada
alternativa pelo litoral e por isso decidimos sair da BR 101. Mas isso
aconteceu apenas 42 quilômetros depois da saída de Linhares quando apareceu o
trevo para a rodovia ES 445 em direção à Barra do Riacho.
|
Trecho na BR 101 após Linhares. |
O
trecho entre Linhares e o acesso à ES 445 foi tranquilo e com relevo
moderado de poucas subidas. A chuva não permaneceu por muito tempo e
inacreditavelmente o vento estava ao nosso favor. Que maravilha! Durante o
trajeto o que mais encontramos foram indústrias, sobretudo, de móveis. Também nos
deparamos com muitas plantações de eucaliptos. A maioria é enviada
à antiga Aracruz Celulose que hoje é chamada de Fibria.
A
ES 445 é bastante tranquila, apesar do tráfego de alguns veículos longos que
transportam eucalipto. A rodovia tem acostamento pequeno, porém não contínuo,
no entanto, isso não chega a ser um problema, uma vez que o trânsito é bastante
limitado. O relevo é marcado por longas subidas e descidas. A situação melhora
quando a rodovia passa a ser denominada ES 010 que vai até a capital capixaba.
|
ES 445 e os eucaliptos por todos os lados. |
|
Trecho final e sem acostamento da ES 445, |
Poucos
quilômetros após a entrada na ES 010, chegamos à Barra do Riacho onde
aproveitamos para almoçar em um restaurante no pequeno centro do distrito que
pertence à cidade de Aracruz. O local é importante em razão da existência do
único porto brasileiro especializado no embarque de celulose. No entanto,
visualizamos o mar somente após o almoço que custou 12 reais, buffet limitado
sem possibilidade de repetir. Por isso meu prato ficou com alguns andares.
(Risada Sacana).
O
litoral capixaba nesta região parece muito com aquele encontrado no Sergipe,
onde a água tem uma cor escura, pelo menos, na área mais próxima da praia. Depois
o mar é visivelmente verde/azul nas praias de Barra do Sahy, Mar Azul e Dos
Padres. Em ambas é possível encontrar pequenos vilarejos que pertencem ainda à
cidade de Aracruz. Todos esses lugares são bem pacatos e tem a rodovia passando
ao lado do mar. Ambiente perfeito para pedalar, ainda mais que o relevo plano
ajuda bastante.
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Primeira imagem do litoral capixaba em Barra do Riacho. |
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In foco. |
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Litoral capixaba |
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Camarada Carlos. |
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Em algum lugar na região de Coqueiral. |
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In foco. |
|
In foco. |
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Ponte sobre o rio Piraquê-açú. |
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Registrando a foz do Piraquê-açú. |
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Foz do Piraquê-açú. |
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Enigmático castelo na beira da estrada, rs. |
Um
pouco antes da divisa entre Aracruz e Fundão na região litorânea, encontramos
com o Juan Fernandes, que é natural de Vitória, mas trabalha em uma das praias
de Aracruz e mora próximo do mar em Fundão. Ele faz o percurso diariamente de
bicicleta, estava com alforje e tudo mais. Começamos a pedalar juntos e durante
a conversa recebemos o convite para tomar um café da tarde na sua casa. Não
recusamos e a recepção foi, sem dúvidas, excelente. Agradecemos por tudo e
seguimos viagem. Valeu camarada.
|
Camarada Juan Fernandes. |
A
noite chegou e continumos na estrada em direção à capital pela rodovia ES
010. Com a escuridão e debaixo de chuva não foi possível curtir o litoral com a
devida atenção, mas ainda assim observamos a lua a despontar no mar com toda sua
grandeza e beleza. A essa altura já estávamos nas praias do município de Serra.
Com
o relevo plano, conseguimos empregar um ritmo maior na pedalada e avançamos
pelas praias até chegar em Vitória. O Carlos conhecia muito bem a capital e o
deslocamento foi sem maiores dificuldades. O trânsito estava relativamente
tranquilo em razão do horário e por isso não houve problema para encontrar a
ciclovia beira-mar em Camburi, onde seguimos alguns quilômetros pela orla, que,
diga-se de passagem, me pareceu organizada, simples e funcional. Com a chuva,
poucos registros fotográficos. A passagem pela capital foi relativamente rápida
por meio das imensas ruas, avenidas e pontes.
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Chegada à Vitória. |
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Em direção à orla. |
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Orla em Vitória. |
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Uma bolacha para aguentar o pedal até Cariacica. |
Chegamos à Cariacica somente por volta das 22 horas. A família
do Carlos me recebeu muito bem e preparou um jantar que foi rapidamente degustado. Na
sequencia mandei notícias na internet e fui dormir, afinal, partiríamos na
manhã do dia seguinte ao sul do estado. Carlos me acompanharia por mais um
trecho. Pedala demais esse “garoto”.
Dia
finalizado com 172,23 km pedalados em 11h23m e velocidade média de 15 km/h.
22/08/2013
- 410° dia - Cariacica a Rio Novo do Sul
Na
direção do vento.
Acordei
por volta das 6 horas, levantei pouco tempo depois, arrumei a bagagem e na
sequencia tomei um café da manhã para poder seguir viagem na companhia do
Carlos. Há duas opções para seguir ao sul do Espirito Santo, uma pela BR 101 e
outra por meio da Rodovia do Sol. A distância é praticamente a mesma em ambos
os caminhos, no entanto, na segunda opção a estrada é pelo litoral,
consequentemente, muito mais interessante. Foi nossa escolha.
A
saída da casa do anfitrião aconteceu somente às 8h30m e antes de retornarmos à
estrada ainda passamos em Vila Velha na residência do Ponciano, amigo do Carlos, para comprar
os buffs, espécie de bandana com múltiplas funções. Achei que a peça seria
muito útil e aproveitei o preço baixo para realizar a aquisição, no entanto, o
camarada Ponciano ao saber da viagem me presenteou com dois exemplares e uma
lanterna traseira que eu estava precisando uma vez que a minha parou de
funcionar por causa das chuvas.
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Ciclovia em Cariacica ao lado da Baía de Vitória |
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Baía de Vitória. Capital capixaba ao fundo. |
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Vitória |
Conversamos
um pouco com o Ponciano que vende seus produtos no seguinte endereço:
http://eshops.mercadolivre.com.br/briellashop/ e na sequencia nos dirigimos à Rodovia do Sol. Quando
chegamos à estrada (duplicada) tivemos uma grande surpresa, o vento estava muito forte, mas ao
nosso favor. Com um acostamento excelente e nas mesmas condições da pista
principal, o pedal aconteceu em um ritmo alucinante.
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Rodovia do Sol |
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Rodovia do Sol |
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Em direção à Guarapari |
O
tempo bom (por um período) também permitiu visualizar o litoral que não se
diferenciou muito da região norte, pedalada ontem, ao menos, no que diz
respeito à cor da água. Estava tudo favorável e por isso em 2h30m de pedal
estávamos em Guarapari onde pedalamos ainda mais próximo do mar. Aproveitamos
para almoçar em um restaurante no centro da cidade onde o prato feito custou 12
reais.
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Praia em Guarapari |
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Guarapari |
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Guarapari |
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Guarapari |
|
Guarapari |
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In foco |
Depois
do almoço seguimos à Piúma na pretensão de pegar a estrada (Rodovia Jorge Feres
– ES 375) para voltar à BR 101. O caminho para Piúma deixa de ser pedagiado e a
rodovia fica muito ruim, sobretudo, pela ausência de acostamento em vários
trechos. O trajeto também é marcado pelo sobe e desce acentuado. Em
determinadas partes ainda é possível visualizar a imensidão do mar que foi registrada
na medida do possível.
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Rodovia do Sol |
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Em direção à Anchieta |
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Deste ponto em idante a rodovia deixa de ser duplicada. |
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Acostamento precário em direção à Piúma. |
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Últimos quilômetros ao lado do litoral capixaba. |
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Registrando com o visor da máquina danificado. |
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In foco. |
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Chegada à Piúma |
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Hasta luego, Rodovia do Sol. |
O
trajeto na ES 375 se torna mais bucólico e também tranquilo. A estrada
apresenta subidas e descidas moderadas, contudo, com acostamento pelos oito
quilômetros até a BR 101. Na rodovia federal o movimento de veículos estava infinitamente
maior. É exatamente nestes momentos que você sente a diferença de pedalar em
estradas principais e secundárias. De qualquer forma continuamos em direção à
Rio Novo do Sul. Poucos quilômetros antes de chegar na cidade paramos ao lado
de um restaurante/hotel para perguntar a distância restante até a divisa. Pelas
minhas contas ainda faltavam 40 quilômetros, mas nos informaram que teríamos
que pedalar outros 85 quilômetros.
|
Na rodovia estadual ES 375 que liga a Rodovia do Sol à BR 101. |
Com
a nova distância para chegar ao estado do Rio de Janeiro resolvemos finalizar o
pedal neste hotel (Capim Angola) onde a diária saiu por vinte reais para cada.
Instalações novas e confortáveis. Antes de finalizar o dia ainda jantamos no
restaurante porque a fome estava braba.
Dia
finalizado com 119,04 km pedalados em 6h50m e velocidade média de 17,3 km/h.
23/08/2013
- 411° dia - Rio Novo do Sul (Espírito Santo) a Campos dos Goytacazes (Rio de
Janeiro)
Finalmente
em território fluminense.
Rio
de Janeiro, 16° estado brasileiro pedalado na expedição Cicloturismo Selvagem.
Essa
última parte da expedição tem sido de noites tranquilas e descansos garantidos.
Mas, infelizmente essa não foi a situação de hoje. A proximidade do hotel com a
rodovia extremamente movimentada impediu um sono ininterrupto. De qualquer
forma, levantei por volta das 5h30m, arrumei minhas coisas e na sequencia fui
tomar o café da manhã disponível a partir das 6 horas.
|
Terminando de arrumar a bagagem. |
A
saída da hospedagem aconteceu somente por volta das 7 horas. Retornar à estrada
significava que estava na hora de me despedir do nobre amigo Carlos que
voltaria para Cariacica. Pedalar em sua companhia foi uma honra. Espero ter a
oportunidade de realizar outras viagens com essa grande pessoa. Obrigado por
tudo, camarada.
|
Saída para o último trecho em território capixaba. |
As
condições climáticas estavam excelentes para pedalar, pelo menos nas primeiras
horas do dia. Tempo aberto, temperatura agradável e com um vento lateral que
não ajudava, mas também não atrapalhava. Isso possibilitou seguir
tranquilamente, apesar do tráfego intenso pelos últimos quilômetros na BR 101
em território capixaba, que por sua vez, continuava montanhoso. A sorte é que o
relevo acidentado não refletia muito na estrada que tinha apenas um sobe e
desce moderado.
|
Em direção à divisa com o Rio de Janeiro. |
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Montanhas com os mais diversos formatos |
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BR 101 no Espírito Santo. |
|
Estrada movimentada. |
Quase
vinte quilômetros antes da divisa, parei em um restaurante que oferecia comida
caseira. O buffet custava doze reais e estava extremamente saboroso. Meu prato
ficou bem caprichado e vazio em poucos minutos. O movimento no estabelecimento
estava limitado a duas pessoas, entre elas, o motorista Guaraci que ao saber
melhor sobre a viagem resolveu colaborar espontaneamente e acabou por pagar meu almoço.
Maravilha. Fico sempre muito agradecido com esses acontecimentos.
Depois
do almoço, voltei a pedalar para completar os últimos quilômetros no Espírito
Santo. Com 82 quilômetros marcados no velocímetro desde o início do dia, eu
chegava ao 16° estado brasileiro desta expedição. Registrei o ingresso ao Rio
de Janeiro da forma como era possível e continuei em direção à Campos dos
Goytacazes.
|
Rio de Janeiro |
|
Victoria em mais uma divisa |
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Registro garantido. |
A
rodovia BR 101 no estado do Rio de Janeiro estava em melhores condições do que no Espírito Santo, sobretudo,
o acostamento, porém, vale ressaltar que o mesmo tem várias depressões nos
primeiros quilômetros. Depois a situação se normaliza e é possível seguir
sem maiores problemas. Aproveitei para curtir a região montanhosa que por vezes
dava lugar às pastagens com criação de gado e áreas planas destinadas ao
cultivo da cana de açúcar.
|
BR 101 - Rio de Janeiro |
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BR 101 |
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Norte do Rio de Janeiro. |
Cheguei
à Campos dos Goytacazes de noite e com um trânsito bastante complicado. Não
encontrei nenhuma hospedagem à beira da rodovia e por isso continuei em frente
orientado pelas placas que indicavam a direção para a capital fluminense. O
caminho passa por dentro da cidade e durante o trajeto encontrei somente duas
hospedagens, mas em ambas a diária custava 60 reais. Na hora me lembrei de
quando passei pelo Rio de Janeiro em 2009 e achei tudo absurdamente caro. Claro
que eu não paguei esse preço para um pernoite e continuei sentido capital até
que na saída de Campos encontrei a Pousada Pinheiro onde a diária saiu por 30
reais com desconto.
Fiquei
feliz em encontrar um lugar para dormir, mas ao mesmo tempo, indignado com os
recepcionistas dos hotéis anteriores que informaram não haver nenhuma
hospedagem pelo caminho. Na Pousada Pinheiro as instalações são razoáveis,
contudo, o quarto não tem banheiro privado, mas isso não foi nenhum problema.
Aproveitei a disponibilidade do wi-fi para mandar notícias mais uma vez. Antes
de dormir fui comer um cachorro quente porque não tinha mais nada para sossegar
as lombrigas. (Risada Sacana).
Dia
finalizado com 151,41 km em 9h22m e velocidade média de 16,1 km/h.
24/08/2013
- 412° dia - Campos dos Goytacazes a Casimiro de Abreu
Mais
um dia de pedal extremo.
O
café da manhã na pousada começava a ser servido apenas a partir das 7 horas,
por isso não pude sair cedo para pedalar como gostaria. Não perderia a refeição matinal,
ainda mais sentindo uma fome enorme. A espera valeu a pena, a mesa estava simplesmente
divina. Uma das melhores e mais fartas de toda a viagem. Aproveitei até não aguentar mais.
Fiquei um bom tempo recarregando as energias. (Risada Sacana)
Comecei
a pedalar somente às 8h30m. O horário tardio significava que eu terminaria o
dia pedalando no escuro, isso porque o objetivo era chegar de qualquer forma à
Casimiro de Abreu que ficava a aproximadamente 150 km. Esse deslocamento se
tornava imprescindível porque no dia seguinte os amigos Leandro Barcelos e
Pablo Giovanni estariam à minha espera para me acompanhar até a cidade do Rio
de Janeiro onde eles moram.
O
dia começou com tempo bom e tudo indicava que permaneceria assim. O relevo,
segundo me informaram, seria praticamente todo plano. Dessa forma, teoricamente, conseguiria avançar sem maiores problemas.
Entre
Campos e Casimiro não há nenhuma cidade, apenas poucos distritos e vilarejos,
portanto, na saída de Campos não hesite em parar em uma das várias barracas de
doces à beira da estrada. Apenas para economizar eu não comprei nada, mas a
vontade era abastecer os alforjes, sobretudo, com goiabadas.
A
paisagem não mudou muito em relação ao dia anterior e a região montanhosa se
alternava com áreas planas onde a plantação de cana continuava presente. Não à toa existem barracas que oferecem caldo de cana por um preço acessível. Não resisti e
parei para ganhar um pouco de energia. Dois copos por apenas R$ 1,50. Perfeito.
Na
estrada o relevo não era praticamente plano e algumas subidas retardaram meu
avanço. A rodovia tem um trecho que está sendo duplicado, mas as obras não
interferem o tráfego, pois ainda que as placas indiquem que não há acostamento,
existe um espaço que permite pedalar com segurança, basta ter atenção.
Por
volta das 13 horas encontrei o Restaurante Amizade à beira da estrada e não pensei
duas vezes em parar, pois não sabia quando teria outro pelo caminho. Foi uma
das decisões mais acertadas do dia, não pela ausência desse tipo de
estabelecimento nos próximos quilômetros, mas pela refeição servida. O prato
feito custou nove reais e estava extremamento caprichado. No local aconteceu algo inédito, a
funcionária perguntou se eu queria mais comida (sem custo) quando deixei o prato limpo. Claro que
não recusei. No final dessa segunda etapa a mesma pergunta foi repetida e
novamente aceitei. Perfeito.
Com
energia de sobra voltei à estrada para encarar o sol e um vento contra moderado
que diminuiu minha velocidade média. Como os últimos dias foram de pedal
extremo, no começo da noite eu estava cansado, não vou negar, mas precisei seguir até o local desejado para terminar o dia.
|
Sentido à Casimiro de Abreu. |
Cheguei
à Casimiro de Abreu por volta das 20 horas e na entrada da cidade encontrei o
Hotel Apollo onde a diária me custou 25 reais. O pernoite tem ficado sempre
entre 20 e 30 reais. Geralmente com café da manhã e internet disponível. A hospitalidade
no sudeste não é como em boa parte do nordeste, logo, a facilidade para
encontrar um lugar seguro para acampar ou atar a rede não é a mesma, por isso
tenho optado pelas hospedagens mais econômicas. A colaboração financeira de
quem acompanha a viagem é que tem custeado esse descanso merecido. Com essa
distância percorrida nos últimos dias, nada melhor do que dormir bem.
Dia
finalizado com 151,16 km pedalados em 10h31m e velocidade média de 14,3 km/h.
25/08/2013
- 413° dia - Casimiro de Abreu a Rio de Janeiro
O
dia de grandes encontros foi também o dia que não terminou.
Finalmente
na cidade maravilhosa: Rio de Janeiro, mais uma vez.
Acordei
às 6 horas e imediatamente levantei para tomar o café da manhã. O refeitório ficava
localizado na frente do meu quarto e bastou abrir a porta para visualizar toda
aquela comida à minha espera. Que maravilha! O hotel estava com muitos
hóspedes, contudo, em plena manhã de domingo, quase ninguém acordou de
madrugada. Por isso, estava sozinho no recinto repleto de coisas boas para
comer. Aproveitei até ficar realmente satisfeito.
Após
a refeição matinal voltei para o quarto e ao arrumar minha bagagem notei que o
pneu dianteiro estava furado, como não estava completamente murcho, achei que
poderia seguir viagem dessa forma e trocado apenas no Rio de Janeiro.
Minha
saída do hotel aconteceu por volta das 7h20m em direção à rodoviária de
Casimiro onde Leandro e Pablo chegariam de ônibus do Rio de Janeiro às 7h30m. O
terminal fica próximo da rodovia e não houve nenhuma dificuldade para
encontra-lo, inclusive, quando cheguei ao local os camaradas já estavam à minha
espera.
Reencontrar
velhos amigos é sempre muito bom. Fiquei feliz em rever meus camaradas que
tiveram a enorme consideração de me acompanhar até a capital. Ambos são
ciclistas e com várias viagens de bicicleta no currículo. Leandro já foi para
Foz do Iguaçu pedalando e, inclusive, ficou hospedado em minha casa naquela ocasião. Já o
argentino Pablo conhece, também através da bicicleta, muitos lugares do Rio de Janeiro,
São Paulo e Minas Gerais.
|
Grande encontro com os amigos Leandro e Pablo. |
Começamos
o pedal por volta das 8 horas da manhã e na estrada nos deparamos com um tempo
bom que logo cedeu lugar à muita neblina que escondia a paisagem. Enquanto
conversávamos (muito!) um fato, no mínimo, curioso, acontece; um veículo buzina
incessantemente e ao passar ao nosso lado, ainda em alta velocidade, apresenta
uma cena nada interessante. O passageiro do veículo mostra, sem nenhum pudor, a bunda pela janela.
Que coisa bizarra! Fiquei surpreso, lógico, nunca vi nada parecido em quase 7
anos de estrada, no entanto, meus amigos não tiveram a mesma reação porque
disseram que esse fato é comum no Estado. Misericórdia! Como assim isso é comum?
Somente no Rio de Janeiro mesmo. Sacanagem!
Após
o fato bizarro que gerou muita risada, continuamos pedalando em direção à
Tanguá, local onde encontraríamos o amigo Ronaldo Adriano Santos que, junto com sua família, nos
esperava em sua casa para o almoço. O trecho entre Casimiro e Tanguá foi de
aproximadamente 70 quilômetros com pouca inclinação e relativamente fácil de
ser percorrido.
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Trecho na saída de Casimiro. |
|
Na companhia do hermano Pablo. |
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Em meio à neblina.
In foco. |
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Registro de um ângulo diferente. |
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In foco. |
|
Em direção à Tanguá. |
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Galera animada. |
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Chegada à Rio Bonito. |
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In foco. |
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Pedágio? Não pagamos! |
Em
Tanguá o anfitrião Ronaldo foi nos encontrar na estrada. O camarada tem
acompanhado e acreditado no projeto desde o começo, inclusive, foi o primeiro a
realizar uma colaboração financeira para a viagem antes mesmo da partida. Ele nem deve imaginar a importância que essa atitude teve para a sequencia da expedição.
|
Chegada à Tanguá. |
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In foco. |
|
Na companhia do camarada |
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Conversa com o anfitrião Ronaldo. |
Ronaldo
é a simplicidade em pessoa. Quem conhece sabe de sua humildade e garra para
vencer os obstáculos da vida e oferecer uma vida digna à sua família. É
apaixonado por ciclismo e não raramente apoia e acompanha aqueles
que estão na estrada. Suas palavras de incentivo sempre foram bem-vindas.
Há
alguns meses Ronaldo sofreu um acidente de moto. Na ocasião levava sua
bicicleta em um suporte na parte de trás do veículo motorizado. A queda resultou
em diversos ferimentos, no entanto, a maior perda foi mesmo de sua companheira
de estrada. Alguém sem escrúpulos se aproveitou da situação e roubou a
bicicleta logo depois do sinistro. Desde então Ronaldo não conseguiu recuperar
seu meio de transporte preferido e tampouco condições para investir em uma nova
bicicleta.
Na
casa do anfitrião sua família nos recebeu muito bem e, apesar da simplicidade, não
mediu esforços para nos proporcionar um almoço bem caprichado. A feijoada e
todos os demais pratos estavam simplesmente deliciosos. Aproveitamos o máximo
possível daquele breve momento e da companhia ímpar de toda a família.
Realizamos um brinde à altura do encontro. Claro que foi tudo devidamente
registrado.
|
Um brinde à altura do encontro. |
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Degustando a feijoada. |
Antes
de voltar à estrada nos despedimos de todos e agradecemos pela calorosa e inesquecível recepção.
Ronaldo nos acompanhou até a saída da cidade. Meu amigo, obrigado por tudo,
principalmente pela lição de ser uma grande pessoa com princípios e valores que
não dependem da condição financeira para serem colocados em prática. Pode ter certeza que muitas portas ainda
se abrirão para você. Grande abraço.
|
Ronaldo e sua filha. |
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Camarada Ronaldo. |
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Agradecendo mais uma vez. Hasta luego, hermano. |
No
período da tarde seguimos em direção ao Rio de Janeiro pela BR 101 passando por
Itaboraí, São Gonçalo e Niterói. A rodovia duplicada ficou cada vez mais
movimentada na medida em que nos aproximávamos da capital, contudo, o
deslocamento ocorreu sem maiores problemas. Os camaradas apenas precisaram de
paciência para acompanhar o meu ritmo infinitamente mais lento.
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A movimentada BR 101 nas proximidades de São Gonçalo. |
|
In foco. |
Chegamos
à Niterói por volta das 20 horas e nos dirigimos ao local de embarque para a barca
que realiza a travessia na Baía de Guanabara. A passagem pela mesma se faz
necessária porque não é permitido o trafego de bicicletas na famosa ponte Rio x
Niterói. A travessia custa RS 4,50 e tem duração de aproximadamente 20 minutos.
As bicicletas podem ficar no salão inferior onde há todo um espaço confortável também
para os passageiros.
|
No interior da barca. |
|
Sentido ao Rio de Janeiro. |
O
desembarque na cidade maravilhosa ocorreu sem nenhum problema. Eu estava de
volta ao Rio de Janeiro após quatro anos da expedição Curitiba x Rio. Naquela
ocasião eu visitei os principais pontos turísticos da cidade, portanto, minha
passagem dessa vez será apenas para recuperar as energias e atualizar o diário
de bordo. Claro que não conheço tudo no Rio, mas esses lugares ainda não
visitados ficarão para uma próxima oportunidade.
|
Desembarque no Rio de Janeiro. |
A
expedição Curitiba x Rio (2008/2009) pode ser visualizada no seguinte endereço:
Leia Aqui!
De
onde desembarcamos até a casa do Leandro - que será mais uma vez meu anfitrião - são mais de 40 quilômetros, ou seja, mesmo após um dia inteiro de pedal, eu
ainda tinha que pedalar toda essa distância. Em razão do dia e horário, o
movimento estava bem tranquilo pelas ruas e avenidas. Entre outros lugares
passamos pelos bairros: Centro, Lapa, Laranjeiras, Botafogo, Copacabana,
Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra e, finalmente, Jacarepaguá onde mora o
Leandro. Durante esse trajeto registramos a passagem apenas na orla de Ipanema.
Não seria muito inteligente de nossa parte ficar tirando foto àquela hora.
|
Registro garantido na praia de Ipanema. |
Da
mesma forma como ocorreu em 2009, minha passagem pela entrada da famosa Cidade
de Deus ocorreu por volta da meia noite. Mas dessa vez nenhuma invasão policial
acontecia e, consequentemente, não se ouviu tiro algum. Graças a Deus.O
deslocamento de modo geral foi bem tranquilo, apenas na Avenida Niemeyer que
encontramos algumas pessoas com atitude um pouco suspeita, mas não causaram
nenhum problema e a nossa passagem foi liberada.
Já
era quase 1 hora da madrugada quando finalmente chegamos ao destino final.
Estava com fome e extremamente cansado. Era difícil até mesmo para raciocinar
àquela altura do campeonato.
Vale
ressaltar que meu pneu dianteiro furado não foi trocado desde Casimiro de
Abreu, contudo, foi preciso ficar enchendo a câmera de ar com certa frequência,
principalmente na parte final. A roda traseira quebrou mais três raios e,
compreensivelmente, ficou um pouco empenada. Terei que mandar arruma-la aqui na
cidade.
O
Leandro mora em apartamento e por isso eu ainda tive que tirar toda a bagagem
da Victoria para poder leva-la no elevador. Depois tive a oportunidade de
conhecer a Ida, namorada do anfitrião e amiga da Fabi, minha excelentíssima. Para
quem não se lembra, foi através deles que conheci a Fabi.
A
Ida tinha preparado uma janta com bastante sustância e a refeição foi degustada
antes mesmo de tomar banho. A fome era maior do que a vontade de ficar limpo.
Depois de um tempo fiquei devidamente limpo e fui dormir para descansar o
sono dos justos.
Devo
permanecer alguns poucos dias na cidade apenas para descansar, atualizar o
diário de bordo e encontrar com mais alguns amigos.
Dia
finalizado com 175,16 km pedalados em 12h40m e velocidade média de 13,7 km/h.
26/08/2013
- 414° dia - Rio de Janeiro (Folga)
Dia
dedicado exclusivamente ao descanso e à atualização do diário de bordo.
27/08/2013
- 415° dia - Rio de Janeiro (Folga)
Dia
dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Hoje
também aproveitei para levar, na companhia do Leandro, a roda traseira da
Victoria para trocar os raios quebrados. No final das contas foram colocados
cinco novos raios. Cobraram vinte reais pela substituição das peças. Um
absurdo. O anfitrião não me deixou arcar com as despesas e pagou pelo serviço. Obrigado, carioca.
De
noite os camaradas Pablo e Estevão Nicoletto (hoje morador do Rio de Janeiro) apareceram
no apartamento para uma pequena e animada confraternização. O amigo Estevão
viajou comigo em 2010 quando realizamos o Caminho Velho da Estrada Real na
companhia do Guilherme Tolotti. Naquela ocasião a expedição estava denominada
como; Foz, Estrada Real e Belo Horizonte. Desde aquela época não tinha mais
encontrado com ele, portanto, foi mais um reencontro para a
história.
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Ambiente descontraído e animado com esses amigos. |
Para
a minha surpresa, o anfitrião resolveu se aventurar na cozinha e preparou, com
ajuda de sua namorada, o tradicional prato árabe: shawarma. A iguaria é amplamente
conhecida em Foz do Iguaçu em razão da colônia árabe presente na tríplice fronteira,
onde o carioca provou o prato, gostou e resolveu fazê-lo.
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Hora de provar o shawarma. Aprovado! |
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Shawarma |
O
shawarma preparado pelos anfitriões ficou muito bom e bastante parecido com
aquele encontrado em Foz. Aprovado!
O
encontro com o pessoal estava bom demais. Muitas risadas e histórias.
Simplesmente inesquecível.
28/08/2013
- 416° dia - Rio de Janeiro (Folga)
Dia
dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Hoje
o dia foi de mais um encontro histórico, dessa vez quem apareceu na casa do
Leandro para nos fazer uma visita foi o conhecido cicloturista Ricardo Martins
do projeto pela América do Sul intitulado Roda América.
Ricardo
é mais um amigo da época do Orkut que eu tenho a oportunidade de conhecer nesta
viagem. Sem dúvida ele inspirou muita gente a ter um estilo de vida diferente.
Lembro muito bem que anos atrás fiquei fascinado pela sua passagem no litoral
do Uruguay onde se deparou com paisagens incríveis. Não esqueci aquelas
fotografias compartilhadas na comunidade Cicloturismo e em 2010 tive a
oportunidade de visitar aquele país e, sobretudo, Cabo Polônio, local das
imagens impressionantes.
O
camarada Ricardo lançou recentemente seu livro
Roda América – Em Busca de nossa gente, onde conta melhor sobre sua
viagem. Maiores informações:
http://www.rodaamerica.com.br/
Mais
uma vez a confraternização foi animada, Estevão e Pablo também estavam
presentes e a reunião durou até altas horas da madrugada. Hoje os anfitriões
prepararam panquecas deliciosas. Tudo muito bom.
|
Encontro histórico no Rio de Janeiro: Pablo, Leandro, Nelson Neto, Estevão e Ricardo |
Obrigado
pela companhia de todos vocês.
29/08/2013
- 417° dia - Rio de Janeiro (Folga)
Dia
dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Estava
preparado para seguir viagem hoje, mas fui dormir muito tarde (4h00) e não
havia chance de acordar às 6 horas da manhã para pedalar. Por isso achei melhor permanecer
mais um dia na cidade, assim tenho tempo para poder, finalmente, terminar a
atualização do site.
30/08/2013
- 418° dia - Rio de Janeiro (Folga)
Dia
dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Para
poder finalizar a atualização e realizar a nova postagem no diário de bordo,
fiquei mais um dia no Rio de Janeiro com a autorização do anfitrião, claro.
Essa permanência não compromete meus planos de chegar à Foz do Iguaçu no dia 15
de setembro, contudo, não poderei ficar dois dias em Itanhaém, como estava planejado.
De
qualquer forma, no próximo dia 4 de setembro, encontrarei com o pessoal do grupo
CicloturITA e seguiremos à Paranaguá, via Estrada da Graciosa, onde acontecerá
um encontro histórico (no dia 7) do grupo DAP (Do Atlântico ao Pacífico) com
presença dos amigos e cicloturistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Amanhã
volto à estrada para completar a penúltima etapa da viagem. Faltam apenas 16
dias para concluir o projeto.
No
mais, quero agradecer a todos que continuam a bordo da expedição nesta reta
final. Tenho tido pouco tempo para responder todos, mas podem ter certeza que
leio cada mensagem, comentário, e-mail e todas as palavras de apoio. Também
deixo meu muito obrigado àqueles que adquiriram o livro na pré-venda. Se você ainda não comprou, aproveite e reserve
seu exemplar,
clique aqui!
Mandarei notícias em Paranaguá - Paraná no próximo final de semana. Aguardem!
Grande
abraço a todos.
“Hasta
la Victoria Siempre”
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É isso aí hermano....
ResponderExcluirParabéns novamente pelo relato.
A orla de Atalaia eu achei bem bonita e estruturada.
Ah....sabia que uma parte do filme "Deus é brasileiro" foi filmada em Piaçabuçu?
Obrigado pelas palavras em relação à minha pessoa. A recíproca tb é válida.
Abraços
Buenas hermano.
ExcluirMuito obrigado, Aramis, não somente pelas palavras e à visita ao diário de bordo que tem sido frequente, mas também pela companhia durante a viagem. Valeu mesmo, camarada.
Em relação à Orla de Atalaia, ela é simplesmente uma das mais bem estruturadas do Brasil, sem dúvida. Por ser localizada em uma capital que é pouco divulgada pelo turismo, acaba surpreendendo os visitantes, pelo menos, eu gostei do que encontrei em Aracaju.
Sobre a filmagem em Piaçabuçu, desconhecia essa informação, não cheguei a ver o filme e por isso não consegui identificar o cenário, que por sua vez, tem os méritos de ser escolhido para ir às telas da sétima arte. A pacata cidade tem suas peculiaridades, sobretudo, com a foz do São Francisco no quintal de casa.
Grande abraço.
Hasta luego!
Amigo Nelson. Em nossa última conversa você ficou de atualizar o diário de bordo na sexta-feira mas só atualizou no domingo. Lendo o diário, percebo que o atraso é perfeitamente compreensível. Quanta riqueza nos detalhes e um cuidado todo especial na transmissão das informações. Parabéns camarada.
ResponderExcluirDema (Demauricio Guereste)
Buenas Dema.
ExcluirMuito obrigado pela visita ao diário de bordo e também às palavras de apoio e compreensão. Desculpa pelo atraso na publicação da última postagem. Na verdade a atualização deveria ter ocorrido na quarta-feira, contudo, havia muitas coisas que não poderiam deixar de ser relatadas, sem falar na quantidade de registros fotográficos realizados, sobretudo, no litoral de Pernambuco e Alagoas. Essa tarefa de escrever, revisar, selecionar foto e enquadra-las no diário de bordo, nunca é algo fácil de fazer e sempre leva mais tempo do que o previsto. Mas o importante é que mais uma etapa está concluída e disponível para os leitores que continuam a bordo da expedição.
Grande abraço.
Hasta luego!
Lógico meu amigo. Na verdade o atraso foi uma forma descontraída que pensei para te atormentar. (risada sacana). É fascinante passear com você atavés do diário de bordo!!!
ExcluirMais uma etapa dessa linda aventura a qual temos o privilégio de acompanhar.
ResponderExcluirMuito obrigado por compartilhar Nelson, realmente é tudo muito lindo, mas acho que o mais lindo de tudo são as pessoas no caminho. Cada uma delas.
Parabéns por vivenciar tudo isso, você merece muito. Não o conheço mas pelos relatos é notável o quanto você é especial.
Grande Abraço,
Vinicius Rodrigues
Buenas Vinicius.
ExcluirObrigado mais uma vez, camarada. Concordo com cada palavra que você escreveu, sem dúvida as pessoas que tenho conhecido durante toda essa trajetória é que tem me proporcionado o maior de todos os aprendizados e alegrias. Isso simplesmente não tem preço. Agradeço a Deus pela oportunidade de conhece-las e ter suas amizades. Tenho o maior respeito e consideração por todos, incluindo, aqueles leitores que sempre acompanham o diário de bordo e não hesitam em me deixar palavras de apoio. ;)
Grande abraço.
Hasta luego.
Olá amigo, comecei a acompanhar o blog a pouco tempo e gostaria de te parabenizar! Todos os relatos são incríveis! Fiquei curioso pra saber se você virá a Goiás, caso venha, arrumo hospedagem a você.
ResponderExcluirForte Abraço, John.
Buenas John.
ExcluirCamarada, seja muito bem-vindo a bordo desta expedição que me surpreende a mais de um ano. Fique à vontade para viajar por meio das palavras e registros fotográficos.
Agradeço suas palavras e também pela hospitalidade oferecida. Infelizmente não passarei em Goiás, mas não faltarão oportunidades de pedalar por essas bandas que ainda não foram desbravadas de bicicleta. De qualquer forma, obrigado e continue acompanhando o diário de bordo.
Grande abraço.
Hasta!
Quase terminando hein guri!
ResponderExcluirLegal ver o relato dessa parte pois a minha ida foi por outro caminho e assim dá pra ter uma ideia das diferentes realidades do nordeste.
Boa sorte e nos vemos em breve!
Buenas mestre.
ExcluirPois é, João Paulo, agora falta pouco mais de um mês para concluir o projeto que na prática foi muito mais do que eu esperava. Literalmente surpreso com tudo aquilo que a expedição me proporcionou.
Aqui no nordeste, sem dúvidas, o litoral norte de Alagoas é um daqueles lugares imperdíveis para se conhecer, ainda mais sobre duas rodas. O conjunto, leia-se paisagem/estrada/vilarejos, é incrivelmente interessante, bonito, fora de série. Recomendo.
No mais, caro amigo, valeu pela visita ao diário de bordo e nos vemos em breve na confraternização do mais bravo grupo de cicloturismo desse país: DAP,
Grande abraço.
Hasta luego.
Pois é, bem interessante esta outra visão, pois perto da BR-101 em Alagoas a realidade é bem diferente.
ExcluirCidades precárias, trabalhadores se matando de trabalhar nos canaviais, povo sempre avisando pra ter cuidado e não rodar à noite.
Um pouco longe do litoral o país já não parece tão abençoado por deus e bonito por natureza, hehe.
Provavelmente você vai fazer agora o trajeto que faria em 2008/2009 né?
Boa sorte na 'descida' até o Sul!
Grande Nelson!
ResponderExcluirCara confesso que fiquei um pouco triste com sua ida hoje, mas como disse nosso amigo Fernando se você quiser morar em Aracaju as portas estão abertas...rsrsrs e mesmo que seja a passeio com certeza você também será bem recebido, basta ligar dizendo estou indo!
Cara te desejo muito sucesso na sua vida pessoal como na sua jornada do Cicloturismo Selvagem, pois sabemos que mesmo quando a viagem acabar, muitos outros desafios estarão por vir e que Deus possa estar ao seu lado te iluminando sempre!
Brother também foi muito bom ter pedalado com você, afinal se fui te receber na sua chegada em Aracaju, não poderia deixar meu camarada sair sozinho na saída...rsrsrs. Nelson se possível me envie por e-mail as fotos tiradas no pedal de hoje e também não esqueça de me enviar o seu endereço.
Cara no mais continue sendo esse cara bacana,simples e humilde, onde posso confirmar que realmente o Nelson do site é o é Nelson no dia a dia.Boa sorte irmão e o que você precisar estamos juntos.
Abração e Hasta Luego.
Guylherme.
Aracaju/SE.
Buenas irmão.
ExcluirCamarada Guylherme, mais uma vez, deixo meu sincero agradecimento pela excelente receptividade na capital sergipana, que certamente estará incluída no roteiro de uma futura expedição pela região nordestina. Como mencionado aqui no diário de bordo, Aracaju foi uma cidade que surpreendeu e que vale uma, duas, três visitas, ainda mais na companhia de amigos. Porque agora posso dizer, com certeza, que tenho mais amigos na cidade :).
Obrigado pelos votos de sucesso, todo pensamento positivo é bem-vindo para ser somado na luta cotidiana. Após o término da viagem, meu próximo desafio será a vida de escritor, já que passarei a exercer essa profissão para realizar o livro sobre meus sete anos de cicloturismo na América Latina. Inclusive, como você deve ter notado, a pré-venda foi lançada, avise para o pessoal do pedal aí da capital. Lógico que você estará presente na obra. :D
Em relação ao pedal de despedida, foi show, valeu a parceria, irmão. As fotos já estão aqui no diário, se alguma não foi publicada, me avisa que te envio por e-mail. E pode deixar que em breve te mando o endereço, fica tranquilo.
Para finalizar, agradeço também pelas palavras sobre minha pessoa, pode ter certeza que esse Nelson Neto de hoje é resultado de todos esses aprendizados adquiridos na estrada durante esses anos de uma vida renovada a cada dia.
Muito sucesso, paz e felicidade para você e sua família.
Grande abraço, irmão.
Hasta luego!
Nelso, só faltou o e-mail...rsrsrs. guylhermeb@hotmail.com
ResponderExcluirAbraço companheiro.
Guylherme.
Aracaju/SE
Filhão, a liberdade e a família ,são as melhores coisas que pode acontecer na vida do ser humano, fico cada vez mais convencido que você escolheu o caminho certo.
ResponderExcluirABRAÇÃO DO SEU OLD DAD.
Buenas pai.
ExcluirCompartilho deste mesmo pensamento, tanto que tenho procurado valorizar a cada dia mais essa liberdade que também é proporcionada por essa família que não hesita em me apoiar e que tanto amo e verei em muito breve. Realmente acredito estar no caminho certo.. :)
Grande abraço.
Hasta luego.
Nelson sua viagem fica cada dia melhor, estou acompanhando desde o inicio, achei legal a companhia do Aramis, a propósito ele já esteve em minha casa acompanhado do Bruno e do Romulo quando fizeram de Curitiba a Salvador, naquela oportunidade acho que voce não pode vir até a Bahia, mas se quiser passar por aqui agora é só avisar, estou em Porto Seguro. Será muito bem recebido. Grande abraço e boa viagem..
ResponderExcluirRodrigo
Buenas camarada.
ExcluirObrigado pela visita ao diário de bordo. É sempre muito bom saber que vários leitores acompanham a expedição desde os primeiros quilômetros. Sei que é preciso fôlego também para realizar toda essa leitura. Por isso, agradeço por continuar a bordo.
Realmente o planejamento naquela ocasião (CuritiBahia) era chegar à Salvador, contudo, o término do dinheiro me fez finalizar a viagem no Rio de Janeiro e por isso não cheguei à sua casa. Desta vez tudo indica que Porto Seguro não estará no caminho, mas de qualquer forma, agradeço pela hospitalidade oferecida. Fico feliz em contar com todo esse apoio. Na recente pedalada com o Aramis, ele me falou muito bem da receptividade que teve. Mas oportunidade não faltarão para conhecer essa parte do litoral baiano.
Grande abraço.
Hasta luego!
CORREÇAO-Filhão, a liberdade e a família, são legados mais importantes do homem; e você tem a posse deles, estou orgulhoso por estar trilhando(pedalando)por caminhos certos.
ResponderExcluirMais uma vez mágico relato Nelson! Desde a companhia do Aramis, ser reconhecido pelo leitor em Porto de Galinhas (Ô inveja de novo, rs), a confiança e amizade sincera na recepção em Aracaju, cara, show de bola mesmo! Parabéns meu camarada por mais um trecho conquistado! Agora só pra não perder o costume, atualiza logo essa bagaça, rs.
ResponderExcluirAbraço e que os bons ventos o acompanhem!
Buenas Buenas Buenas !!!
ResponderExcluirQui Beleza Qui Beleza Qui Beleza !!!
Eu quero Tchú ! Eu quero Tchá !
Eu quero O Livro !!!
Esperando ............................................... HLVS ! :D
Buenas hermano.
ExcluirEm questão de alguns dias estarei no litoral paulista para pedalar com este grupo (CicloturITA) que não para de crescer. Só quero ver se parte da galera vai mesmo me acompanhar no trecho final para o Paraná, rs.
Grande abraço, camarada.
"Hasta la Victoria Siempre"
Woohoo ! :D
ExcluirAvisa quando for passar por aqui!
ExcluirBuenas novamente, hehe, legal ver que aprendeu a fazer o remendo da câmara reserva (risada sacana), sobre Costa do Sauipe, eu só fui descobrir que era um lugar "restrito" quando minha cunhada voltou da lua de mel onde este era um dos destinos, quando vi que você ia pra lá achei que tava "rasgando a paia", rs. Realmente Salvador está muito bonita e convidativa, creio que pode se manter na minha lista de lugares a conhecer nessa vida, rs. Agora o negócio é achar outra coisa legal pra ler por 2 semanas já que você vai tirar uma "folga", rs. Novamente renovo os votos de boa viagem meu amigo. Abraço.
ResponderExcluirO blog do Aramis também ficou muito bom. Li as aventuras dele na Europa e Patagônia. Sensacional!
ResponderExcluirGilberto Braz
hermano... estamos a tua espera...
ResponderExcluirxD
sera um enorme prazer, reve-lo =D
Fiquei sabendo do projeto cicloturismo selvagem a apenas 15 dias e comecei a ler sem parar (ainda estou no tópico Brasil II). Tem sido uma verdadeira escola e eu tenho tido cada vez mais vontade de viajar de bike. Estou me preparando para uma viagem curta no fim do ano. A empolgação é grande! Parabéns Nelson pela coragem e pelo capricho nas informações! Força aí! Abraço.
ResponderExcluirGrande Nelson, a essa altura deve estar quase chegando em terras paranaenses novamente, parabéns por mais essa etapa conquistada garoto, muito legal ver o encontro com velhos amigos do pedal, devem ter rolado muitas conversas estradeiras sensacionais com certeza! Comecei a pensar agora, se quando terminar a expedição você continuar a comer assim, vai explodir, rs, essa genética dos magrelos é top, hehe! Abraço camarada e que os bons ventos o tragam em segurança pra tríplice fronteira!
ResponderExcluirô maluco pra escrever esse tal de Nelson. Vou ter que continuar olhando pra essa tua cara feia em Paranaguá. Até sexta-feira.
ResponderExcluir... hahaha
ExcluirExcelente ! O Nelsão não vai querer caiçaras por perto tão cedo ...
... ahuahuahua
Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa Massa !!!
ResponderExcluir... de Land Rover é fácil, é mole, é Lindo !
Quero ver fazer com 50 quilos na Magrela ! .... ahuahua
Saudade Hermano !
HLVS
Grande Nelson, acompanhando os relatos e comentários acima a única coisa que me vem na memória são aqueles primeiros relatos de um camarada que partiu de Foz e foi descobrir no final do dia que estava com o "freio puxado" rsrsr pensei comigo ...esse cara vai longe, e olha onde você esta... quase fechando a "voltinha" parabéns pela força garra e foco. Continuamos junto com você!!!!
ResponderExcluirat.
Sergio/Cascavel
https://www.youtube.com/watch?v=sWlFpbVVOak
ResponderExcluir