Contagem
regressiva. Em apenas 15 dias estarei em Foz do Iguaçu, finalizando esse
maravilhoso projeto pela América Latina.
Mais
uma noite tranquila. E não poderia ser diferente, com o sono que eu estava,
dormiria bem até mesmo do lado de uma autopista. Sei que ontem de noite eu
tentei escrever no diário de bordo, mas não foi possível porque meu corpo
exigiu descanso e não permitiu hora extra. Por isso, hoje, a primeira coisa que fiz
ao acordar foi ligar o computador e atualizar o diário que não pode ser
mais atrasado, pois não terei mais tempo hábil para escrever tudo de uma vez.
A
saída da pousada aconteceu somente por volta das 8 horas. Objetivo do dia era
chegar à Paraty, na verdade, eu teria que concluir em Ubatuba/SP para compensar o
trecho que ficou para trás ontem, uma vez que parei em Conceição e não em
Angra dos Reis como estava programado. Mas para chegar à cidade paulista o pedal seria de 200 km, ou seja, fora de cogitação, considerando o relevo da Rio x
Santos. Vou deixar para compensar essa distancia pendente amanhã.
Assim, comecei o dia com a pretensão de parar em Paraty.
O
tempo estava nublado nas primeiras horas da manhã, mas tudo indicava que era
apenas uma questão de tempo para o sol brilhar forte. Algo que aconteceu apenas
em Angra dos Reis, onde estava depois de 30 quilômetros pedalados. Entre essa
distância, vale destacar que há um trecho com 10 quilômetros com fortes
subidas, porém, sem maiores dificuldades para serem completados.
O
trajeto até Angra dos Reis também continua marcado pelas maravilhosas
paisagens. O cenário com a Mata Atlântica de um lado e o Oceano Atlântico de
outro é simplesmente fantástico. Em Monsuaba e Jacuecanga é possível visualizar
melhor a praia e toda a movimentação das embarcações, inclusive, de grande
porte.
A
rodovia continua com acostamento e possibilita um pedal seguro e que permite
observar toda essa natureza. Infelizmente o visor da minha máquina fotográfica
não funcionou hoje e foi difícil enquadrar as fotos da forma como elas
mereciam. Paciência.
Dez
quilômetros antes de Angra encontrei um casal de cicloturistas da Holanda que
praticamente não falavam português e tampouco espanhol. Como eu não manjo no
inglês, nossa conversa se limitou a poucos minutos. Mas foi possível compreender
que começaram a viagem em Buenos Aires há sete meses e estavam próximos do
destino final; Rio de Janeiro. Registramos o breve encontro e cada um seguiu
seu caminho.
A
passagem em Angra foi tranquila, principalmente porque não precisei entrar na cidade
como em 2008/2009. Acho que justamente por isso a impressão desta vez foi melhor. Ainda assim é impossível não observar a quantidade de
casas e barracos no alto dos vários morros da cidade. Não sei se podemos chamar
isso de favela, mas de qualquer forma, está longe de ser uma cidade
convidativa, exceto por suas dezenas ilhas, como mencionei ontem.
O
trecho após Angra melhora bastante e as subidas diminuem drasticamente,
limitando-se a pequenas inclinações. Excelente para aumentar o ritmo da pedalada.
O relevo permanece assim até Frade onde cheguei com muita fome, mas não
encontrei nenhum restaurante aberto e compatível com meu bolso. Fui almoçar
apenas em Mambucaba às 14 horas e 84 quilômetros pedalados desde Conceição. No
restaurante Comida Mineira o prato feito preparado pelo próprio cliente custava
11 reais com direito a dois pedaços de carne. Não preciso nem dizer como ficou
meu prato. Destaque para a variedade de comida, todas servidas em panelas de
barro.
Vale
mencionar que antes do almoço tirei foto com vários clientes do restaurante que fizeram
questão do registro ao ver a minha chegada com a Victoria. Acho extremamente
interessante esse contato. Essa reação das pessoas sempre me impressiona.
Também acho
que ganhei pelo menos um quilo depois do almoço. Voltei à estrada com a barriga
bastante pesada. Esqueci de mencionar, mas tinha feijoada entre as opções do
almoço, claro que não deixei de prova-la. Dois domingos consecutivos que tenho
o prazer de comer esse delicioso prato. Maravilha!
O
trecho entre Mambucaba e Paraty é marcado por subidas e descidas, mas nada que
assuste. É tranquilo passar pelo local, ainda mais com todas essas paisagens encantadoras. Há vilarejos em algumas praias onde é possível encontrar
hospedagens, contudo, creio que o preço não seja dos mais econômicos. Na maioria dos lugares é preciso entrar no povoado para encontrar as pousadas,
na beira da estrada elas são praticamente inexistentes.
Cheguei
à Paraty por volta das 18 horas e na entrada da cidade encontrei o cicloturista
Fernando que é argentino, mas mora no Brasil há alguns anos, inclusive, fala
muito bem o português, embora mantenha o sotaque de seu país. Fernando viaja
desde 2010 com um roteiro em aberto e sem data para finalizar sua aventura que é custeada a partir de trabalhos com artesanatos.
Conversei
um pouco com o argentino e seguimos para o Camping Jabaquara, onde fiquei nas
duas passagens anteriores pela cidade. No local descobrimos que a diária estava 20 reais e como não teve desconto, seguimos ao Camping Cavalo Marinho e desembolsamos 15 reais. O local fica exatamente atrás do Camping Jabaquara e apesar de oferecer uma área mais limitada, tem toda a estrutura necessária para levantar acampamento. Não à toa várias pessoas estavam acampadas por lá.
Montei minha barraca, fui tomar um banho (existe um chuveiro elétrico) e na sequencia comecei a escrever no diário de bordo para depois descansar.
Dia
finalizado com 132,17 km em 8h42m e velocidade média de 15,1 km/h.
02/09/2013
- 421° dia - Paraty (Rio de Janeiro) a São Sebastião (São Paulo)
Chegada
ao Estado de São Paulo!
Noite
relativamente tranquila no camping, acordei apenas uma vez durante a madrugada
em razão de um rápido movimento de outras pessoas que também estavam acampadas no local, no
mais, a normalidade tomou contou e o descanso foi garantido.
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Acampamento prestes a ser desmontado no Camping Cavalo Marinho. |
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Camping Cavalo Marinho. |
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O cicloturista argentino não leva barraca e dorme dessa forma. |
Levantei
por volta das 6 horas e rapidamente desmontei acampamento. Depois de um ano na
estrada, acho que vou adquirindo alguma agilidade na realização dessa tarefa.
Uma hora depois eu já estava de saída, não sem antes agradecer o senhor José,
proprietário do camping. Recomendo o local.
Para
chegar à Itanhaém no dia 4, conforme havia sido combinado com o pessoal do
CicloturITA, eu deveria finalizar o dia em Maresias, compensando a
quilometragem pendente dos dias anteriores. Para isso a distância a ser vencida
girava em torno de 180 quilômetros em um relevo acidentado e com serras pelo
caminho. Não seria nada fácil, mas mesmo assim, esse foi o planejamento.
Antes
de voltar à BR 101 ainda passei rapidamente por uma parte do centro histórico
de Paraty para realizar alguns registros, sobretudo, do cais, Baía de Paraty e da antiga Igreja
Santa Rita de Cássia. A cidade já foi visitada em outras duas ocasiões e o
relato mais detalhado sobre o local pode ser encontrado nos seguintes
endereços:
Expedição Curitiba x Rio ou
Expedição Foz, Estrada Real e Belo Horizonte.
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Rio Perequê-Açu |
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Centro histórico. |
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Centro histórico. |
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Centro histórico. |
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Centro histórico. |
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Baía de Paraty |
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Baía de Paraty |
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Cais |
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Igreja Santa Rita de Cássia. |
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Victoria mais uma vez em Paraty. |
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Registro garantido. |
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In foco. |
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Centro histórico. |
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Centro histórico. |
Realizado
o registro continuei em direção à rodovia. Prestei atenção no comércio para
encontrar algum mercado aberto para comprar bolachas para o café da manhã,
contudo, cheguei à BR 101 sem realizar a aquisição do mantimento sagrado. A
solução era seguir e torcer para achar algum estabelecimento na beira da
estrada.
O
dia começou com a temperatura baixa, contudo, céu aberto e poucas nuvens que
possibilitavam um deslocamento sem maiores problemas nos últimos
quilômetros no Estado do Rio de Janeiro. As inclinações foram moderadas até a
chegada ao trevo de Trindade que pertence à Paraty e concentra as praias mais
interessantes da região, no entanto, ainda não foi desta vez que fui
conhece-las.
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Em direção à divisa com São Paulo. |
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In foco. |
O
trevo à Trindade fica exatamente no vilarejo de Patrimônio, 17 quilômetros
depois de Paraty. Uma placa na estrada indicava a presença de um mercado e não
pensei duas vezes para encontrar o local e realizar a compra de alguma coisa
para comer. Estava com muita fome e por isso não hesitei em levar bolacha, pão,
queijo, presunto e bebida láctea. Não me lembro de ter feito isso anteriormente
na viagem, mas como a janta de ontem se resumiu a poucas bolachas, a refeição
matinal de hoje tinha que ser um pouco mais completa.
Ainda
em Patrimônio, sentei em um ponto de ônibus e comecei a preparar o café da
manhã. Os pães com os frios ficaram caprichados e a bebida láctea deixou o
estômago ainda mais forrado. Fiquei satisfeito.
A
saída de Patrimônio é marcada pelo começo da subida em direção à divisa entre
Rio de Janeiro e São Paulo. Passei duas vezes no local, mas no sentido inverso,
ainda assim, lembrava que a inclinação exigia certo esforço físico para
completar o trecho.
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Mata Atlântica |
No
final das contas foram quase seis quilômetros de subida em meio à Mata
Atlântica. Na chegada à divisa registrei a passagem pelo 17° estado pedalado na
expedição. Foi a primeira vez que passei sozinho pelo local. Estranho lembrar
as duas outras ocasiões e toda a agitação daquele momento e agora presenciar uma realidade diferente onde o silêncio era quebrado apenas com a passagem de poucos veículos.
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Chegada à divisa entre Rio de Janeiro e São Paulo. |
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In foco. |
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Mais um registro imperdível. |
Passada
a divisa, estava na hora de pedalar em território paulista. Tudo indicava a
presença de uma longa descida pela frente. E realmente ela apareceu. Se não me
engano foram dez quilômetros de montanha abaixo. Mas não foi possível “soltar”
a bicicleta porque a pavimentação da BR 101 estava muito ruim, sobretudo, no
acostamento que em determinadas partes deixava de existir. Lamentável.
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Litoral paulista. |
Após
a descida começou um trecho de sobe e desce moderado em direção à Ubatuba. O
caminho é marcado pelas bonitas e características paisagens da rodovia Rio x
Santos. Por volta do meio-dia parei em um restaurante onde almocei em 2008 na
expedição Curitiba x Rio, contudo, o estabelecimento sob nova direção tinha
apenas salgados disponíveis. Então achei melhor seguir viagem.
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Praia Vermelha - Ubatuba. |
Pelo
caminho passei por algumas cachoeiras onde muitas pessoas aproveitam para tomar
banho, sobretudo, no verão. Desta vez não presenciei ninguém se aventurando
pelas águas geladas desses lugares. Aliás, o movimento de veículos e pessoas
neste trecho da Rio x Santos é extremamente diferente daquele encontrado nos
meses da chamada alta temporada. Sem dúvida é bem melhor pedalar nos meses da baixa temporada.
Fui
almoçar apenas às 14h30m quando cheguei à Ubatuba, uma das cidades litorâneas do
norte paulista mais procuradas pelos turistas em razão de suas praias. Destaque
também para o número de ciclistas nas ruas. Não à toa existem vários
quilômetros de ciclovia e ciclofaixa, embora algumas não estejam em boas
condições.
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Chegada à Ubatuba. |
No
Km 50 da BR 101, ainda no perímetro urbano de Ubatuba, parei em um restaurante
paralelo a um posto de combustível onde o prato feito ainda era servido e
custava 12 reais. A refeição estava caprichada. Descansei um pouco e na sequencia
voltei a pedalar porque ainda faltava muito para chegar ao destino desejado.
Vale
ressaltar que após Ubatuba a pavimentação fica bem melhor, tanto na pista como
no acostamento. Assim o deslocamento para Caraguatatuba foi mais fácil, porém,
ainda com muito sobe e desce, típico da região que também apresenta várias
praias pelo caminho. Cenário excelente para pedalar e observar a natureza e quiçá um mergulho no mar.
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E pensar que há pouco tempo eu atravessava a Linha do Equador. |
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Praia Grande - Ubatuba. |
Cheguei
apenas por volta das 18 horas em Caraguatatuba, um dos maiores municípios do
litoral paulista. O movimento no perímetro urbano me surpreendeu, assim como o
tamanho da cidade. Passei pelo centro, diferente da outra vez quando
pedalamos pela orla. Não sei como cheguei à região central, mas a saída, apesar
de longa, foi fácil porque tive a ajuda de um senhor que ao prestar informação
resolveu me acompanhar até a BR 101.
Novamente
na estrada, me direcionei à São Sebastião que ainda estava a aproximadamente 25
quilômetros. Parecia pouco, contudo, a saída de Caraguatatuba foi marcada por
um trecho com mais de dez quilômetros de subidas fortes e que quase acabaram
com o resto de energia que ainda restava.
São
Sebastião também é uma cidade relativamente grande e chegar à região central
levou um tempo maior do que imaginava. Somente por volta das 22 horas parei na Pousada Las Vegas
que fica próxima da entrada para a balsa que faz a travessia para Ilhabela. A
diária, com desconto, saiu por 30 reais. As instalações são simples, porém
suficientes para um descanso merecido.
Dia
finalizado com 163,83 km pedalados em 11h47m e velocidade média de 13,8 km/h.
03/09/2013
- 422° dia - Sebastião a Itanhaém
Um
dia para posteridade.
Alcancei
a marca expressiva de 20 mil quilômetros pedalados. Para comemorar, quebrei um
recorde da expedição e pedalei 202 quilômetros em 13 horas.
Após
mais uma noite tranquila, estava na hora de voltar à estrada, mas antes de
retornar para a BR 101, resolvi parar em uma padaria para realizar o mesmo
esquema do dia anterior. Comprei pão, presunto e queijo para o café da manhã
que foi degustado em um ponto de ônibus de frente para o mar na saída da
cidade.
Por
volta das 7 horas começava, com a barriga cheia, o pedal em direção à Itanhaém.
A distância para chegar ao destino final era de aproximadamente 180-200 quilômetros.
Não seria nada fácil, mas o pessoal do CicloturITA me esperava para poder
seguir viagem no dia seguinte.
Eu
sabia que o caminho para Itanhaém não seria nada fácil, sobretudo, em razão da
Serra de Maresia/Boissucanga que é um dos aclives mais íngremes em que eu pedalei
na América do Sul. Lembro que no verão de 2008 foi uma das partes mais
complicadas da expedição Curitiba x Rio. O que eu não recordava é que depois de
São Sebastião também existia uma serra com praticamente dez quilômetros de
subidas. O trecho inesperado mostrou que o dia estava apenas começando.
Pouco antes de chegar em Maresias encontrei um
pescador que caminhava na estrada e questionou se eu queria bananas. Não pensei
duas vezes em aceitar. No meio da conversa descobri que o rapaz era um ex
ciclista profissional e sabia da importância da fruta na prática do esporte. Ganhei pelo
menos meia dúzia de bananas. Agradeci e continuei em frente.
|
Entre uma curva e outra é possível se deparar com o mar. |
A
descida da serra também tem três quilômetros e termina em Boissucanga que
também pertence à São Sebastião. No final do perímetro urbano existe uma subida
forte, mas se você chegar até ela, comemore, depois o relevo fica praticamente
todo plano.
Quando
cheguei à Juquehy aproveitei para almoçar em um simples restaurante à beira da
estrada onde a refeição custou 12 reais. Ainda bem que o Prato Feito estava
caprichado, pois ainda faltavam 46 quilômetros para chegar à Bertioga.
O
trecho para Bertioga teve apenas uma subida que não comprometeu o ritmo maior.
Na entrada da cidade fiquei em dúvida se continuava em direção ao Guarujá pela
BR 101 ou via Rodovia Guarujá x Bertioga. A distância é praticamente a mesma,
contudo, a segunda opção passa por uma estrada mais tranquila, no entanto, para
chegar até ela é preciso entrar em Bertioga e seguir em direção à balsa. A
travessia dura aproximadamente 10 minutos e não custa nada. Eu tinha
conhecimento deste trajeto porque na expedição Curitiba x Rio, havíamos
pedalado por esse caminho. Desta vez precisei apenas entrar em contato com o amigo
Marco (Itanhaém) para confirmar se valia mesmo a pena percorrer esse
itinerário.
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A única subida entre Juquehy e Bertioga. |
A
travessia na balsa em Bertioga aconteceu por volta das 18 horas. Já escurecia e começava a chover. A rodovia também denominada como Ariovaldo de Almeida
Viana tem aproximadamente 25 quilômetros de extensão até a cidade do Guarujá
que concentra praias belíssimas. O trecho é todo plano e o acostamento se
limita a algumas partes, contudo, o movimento de veículos é baixo nesta época
do ano e o deslocamento ocorreu sem maiores problemas.
Eu
já estava cansado em Bertioga e a situação não melhorou quando cheguei ao
Guarujá onde pedi informações para localizar o Ferry Boat que realizava a
travessia para Santos. O lugar estava bem longe e precisei pedalar por vários
quilômetros, incluindo, o movimentado centro da cidade.
No
Ferry Boat, ciclista é o único que não paga a travessia. Sei que a embarcação
estava ancorada quando cheguei e zarpou para Santos dez minutos depois. O
deslocamento durou o mesmo tempo de espera.
Em
Santos eu lembrava que deveria seguir pela ciclovia até à Ponte Pênsil em São
Vicente. Pedalei poucos metros pela orla santista e meu velocímetro indicou a marca histórica: 20
mil quilômetros pedalados desde a saída em Foz do Iguaçu. Particularmente me
sinto honrado em fazer parte dos poucos ciclistas brasileiros que atingiram a
marca em apenas uma viagem.
Sem
dúvida a ciclovia de Santos é uma das mais bem estruturadas e organizadas que
conheço no Brasil. Sua extensão segue por toda a orla e foi neste trecho que o
ciclista Jose Antonio (Toninho) me abordou e começou a pedalar ao meu lado. Conversamos sobre
a viagem e o trajeto à Itanhaém, recomendou muita atenção nas
proximidades da Ponte Pênsil e veementemente alertou para não passar pela
ciclovia da orla de Praia Grande em razão dos assaltos.
Toninho
me acompanhou praticamente até a Ponte Pênsil que atualmente está em reforma e
não possibilita a passagem de veículos, contudo, as bicicletas ainda conseguem
transitar pela mesma. Como já passava das 21 horas o local estava bem deserto e
tratei de seguir o quanto antes à Praia Grande.
O
pedal em Praia Grande aconteceu na movimentada Via Expressa, explico: Existem três
ciclovias que poderiam ser percorridas, contudo, aquela da orla estava descartada,
a paralela à rodovia também não era segura por causa dos assaltos. Restava uma
na Avenida Kennedy que segue até Mongaguá, no entanto, ela está localizada na
região central e não queria me arriscar no deslocamento até o local em função do horário e por isso continuei pela Via Expressa que estava tomada por todos os tipos de veículos.
A
passagem pela Via Expressa não é das mais recomendadas em razão do fluxo de
veículos pesados e por não ter acostamento, todavia, naquele momento era a opção mais
segura para se chegar ao destino. Essa questão de segurança me fez pedalar em um
ritmo incrível. Minha velocidade média pelo local não ficou menor do que 25
km/h e em vários momentos passava dos 30 km/h. Não conseguia olhar para os
lados, fixava os olhos na estrada e prestava atenção máxima no trânsito.
A
Via Expressa tem extensão de 9 quilômetros que, sem dúvida, foram os mais
rápidos pedalados na expedição. Pela primeira vez, utilizei a coroa grande para pedalar. E olha que neste momento a distância acumulada no dia passava dos 150 quilômetros. Na sequencia voltei à BR 101 e o acostamento
proporcionou um pedal mais seguro. Mas eu ainda continuava pedalando forte para
evitar qualquer problema com assalto. A essa altura o amigo Marco ofereceu um
resgate de carro, agradeci, mas frisei que a viagem é toda pedalada. Continuei em frente.
O
trajeto Praia Grande x Mongaguá x Itanhaém é todo plano e marcado por várias
entradas e saídas para as vilas e bairros, estes, por sua vez, davam a impressão que o destino
não chegava nunca. Nos últimos quilômetros a velocidade ficou um pouco mais
baixa, mas anda assim era maior do que a média da viagem.
Quando
finalmente cheguei à Itanhaém perguntei a um morador sobre a localização da casa do Marco
e facilmente encontrei o endereço. Às 23h58m eu terminava o pedal mais longo desta viagem.
Estava cansado, mas não exausto. Fiquei surpreso, mais uma vez, com a força que
as vezes pensamos não ter. Hoje foi sem dúvida um dia de superação e
determinação.
Na
residência do anfitrião fui muitíssimo bem recebido. Marco é um grande irmão,
amigo de verdade ao qual tenho a maior consideração. Fiquei feliz em revê-lo e
ainda mais em saber que seguiria comigo até Paranaguá. Aliás, Pacato e Marcelo
Stortini também nos acompanhariam em direção ao Sul para a confraternização dos cicloturistas dos grupos DAP e CicloturITA. O encontro histórico já foi adiado algumas vezes, mas agora, tudo indica que vai realmente acontecer.
Antes
de tomar um merecido banho, fui primeiro jantar, estava morrendo de fome.
Devorei boa parte das pizzas que também estavam à minha espera. Na sequencia fui dormir para recuperar as energias.
Dia
finalizado com 202,68 km pedalados em 13h00m e velocidade média de 15,5 km/h.
04/09/2013
- 423° dia - Itanhaém a Registro
Pedalando
com grandes amigos.
O
descanso foi curtíssimo. Ontem fui dormir por volta das 3 da madrugada e hoje
acordei quase às 8 horas da manhã, praticamente no horário combinado para a
partida em direção ao Paraná. Confirmaram presença no pedal; Marco, Aleksandro (Pacato) e Marcelo Stortini. Os
dois primeiros são experientes cicloturistas e com muita história na bagagem,
inclusive, estiverem duas vezes em Foz do Iguaçu. Já Marcelo começou a pedalar
recentemente e essa viagem à Paranaguá é sua estréia nesse mundo sem volta
do cicloturismo.
Vale mencionar que hoje a temperatura despencou e o dia amanheceu muito frio. Para se ter uma idéia eu fui obrigado a procurar o corta vento no fundo do alforje para poder pedalar. A vestimenta não era utilizado desde a Colômbia. Só quero ver como está a situação no sul do país.
Outro
amigo cicloturista apareceu na casa do Marco antes de seguirmos à estrada.
Marcelo Ibere fez questão de estar presente na nossa saída. Por questões
relacionadas a trabalho não pôde nos acompanhar.
Com
a chegada do Stortini e o Pacato, aproveitamos para degustar o café da manhã à
base de pizza e na sequencia realizamos os últimos ajustes antes de retornar à
estrada. Ainda passamos no estabelecimento do anfitrião para nos despedirmos de
sua avó e toda a equipe da loja.
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Café da manhã caprichado. Da esquerda para a direita, Stortini, Nelson Neto, Pacato, Marco e Ibere. |
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Registro da quilometragem de ontem. |
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Foto clássica. |
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Começa a viagem para o grupo CicloturITA. |
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Um registro com a avó do Marco. |
Começamos
a pedalar mesmo já se aproximava das 10 horas. Não estávamos muito preocupados
com o horário porque o trajeto à Paranaguá era de aproximadamente 400
quilômetros que poderiam ser completados em três dias com uma média de 130 km/dia. Desse modo, nosso destino era a cidade de Registro ou algum lugar mais
adiante.
O
pedal foi muito tranquilo. Seguimos por algumas ruas e avenidas de Itanhaém até
chegar à orla e posteriormente voltar à estrada. A animação estava garantida.
Como é bom ter amigos de verdade e com espirito de equipe. O avanço ocorreu
sempre com muita conversa, risadas e causos.
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Pelas ruas de Itanhaém. |
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Região central de Itanhaém. |
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In foco. |
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Aqui a gente pedala e conversa. |
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Ao lado do litoral de Itanhaém |
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In foco. |
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Grande Stortini. Estava todo faceiro. Bom-humor é fundamental. |
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Em direção à estrada. |
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Na rodovia Padre Manuel de Nóbrega. |
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In foco. |
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Esperando o Marco ser liberado pela polícia por excesso de velocidade. Brincadeira, era apenas mais um amigo ciclista. |
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A carteira, por favor. Perdeu, playboy. (Risada Sacana) |
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In foco. |
Passamos
por Peruíbe e um pouco mais a frente paramos em Itariri para almoçarmos. No
local encontramos com mais amigos do pessoal de Itanhaém. O almoço (prato
feito) custou dez reais e estava saboroso, porém, com pouca comida, mas isso
não foi motivo para desanimar o pessoal. O clima estava ótimo.
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Sentido à Irariri |
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In foco. |
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Isso é um estacionamento de veículos pesados, rs. |
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Outro ângulo. |
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Almoço em grande companhia. |
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Um pouco de feijão para ficar forte, rs. |
Retornamos
em à estrada em direção à Pedro de Toledo onde uma pequena serra nos aguardava.
Atualmente o trecho está com pavimentação nova e a passagem pelo local ocorreu
sem maiores dificuldades. Poucos quilômetros depois saímos da BR 101 para
entrar em outra rodovia federal conhecida, a BR 116, também chamada Régis
Bittencourt.
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Sentido à Pedro de Toledo |
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Pedalar com amigos é bom demais. |
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Um salve a quem não pôde estar presente. |
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Subida da serra em Pedro de Toledo. |
|
In foco. |
|
In foco. |
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Uma adaptação master para realizar filmagens. Resultado é incrível. |
A
BR 116 foi considerada por muitos anos, a estrada da morte, contudo, após sua
duplicação, esse rótulo deixou de existir, todavia, o trânsito ainda é enorme,
sobretudo, de caminhões, acho que é uma das poucas estradas no Brasil onde o fluxo
de veículos pesados é maior do que de carros. Ainda bem que a rodovia tem
acostamento, caso contrário se tornaria extremamente complicado pedalar por
ela.
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Pedalando na BR 116 |
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E o Stortini se levanta rapidamente (para não ser fotografado) após uma queda por causa da sapatilha. |
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BR 116 |
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Tempo fechado |
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Em direção à Registro. |
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In foco. |
Como
nossa partida de Itanhaém aconteceu em um horário tardio, escureceu e ainda
estávamos na estrada pedalando pelo sobe e desce moderado da rodovia. O que
mais atrapalhava meu deslocamento eram as “depressões” no acostamento. As mesmas que encontrei nos quilômetros
iniciais na BR 101 quando ingressei no estado do Rio de Janeiro, no entanto, ao
contrário do que aconteceu em território fluminense, aqui, infelizmente, elas permaneceram por
um longo trecho.
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Pedalando na escuridão. |
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Pedágio antes de Registro. |
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Parada no Serviço de Atendimento ao Usuário para tomar um café antes de seguir ao destino desejado. |
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Galera animada ainda de noite. |
|
Sempre há tempo para uma bolacha, rs. |
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Chuva! |
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Basta escolher o destino, rs. |
Chegamos
em Registro por volta das 21 horas se não me engano e decidimos pernoitar no
Hotel Litoral porque estava frio e ainda chovia. A diária para cada um saiu por
20 reais, sem café da manhã. As instalações são extremamente simples, mas para
apenas uma noite vale a pena.
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Pessoal esperando a pizza para poder dormir com a barriga cheia. |
Para
o jantar pedimos uma pizza para comemorar o primeiro dia finalizado com
sucesso.
Dia
finalizado com 134,56 km pedalados em 9h21m e velocidade média de 14,3 km/h.
05/09/2013
- 424° dia - Registro (São Paulo) à Divisa SP/PR (BR 116)
Finalmente
de volta ao Paraná. A expedição agora é pelo sul do país. Que maravilha!
Noite
tranquila no hotel. Descanso garantido e energia restabelecida para encarar a
temida Serra do Azeite. Arrumamos as tralhas, realizamos a refeição matinal com a pizza que sobrou de ontem e retornamos à estrada por volta das 8 horas. O tempo
continuava fechado e tudo indicava que voltaria a chover em poucos minutos, dito e feito.
|
Hora de arrumar a bagagem para seguir viagem. |
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Pacato e Marco. |
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Tirando as bicicletas da garagem. |
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Hotel Litoral |
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Registro antes da saída. |
O
frio continuou intenso e fui obrigado a utilizar a segunda pele e o corta
vento. Mesma combinação de quando encarei os -13°C na Bolívia. Estava mesmo me aproximando do sul do país. Mas apesar das condições
climáticas (a chuva voltou a cair) seguimos animados para Jacupiranga e Cajati. Este trecho foi não foi
muito diferente daquele encontrado ontem na BR 116; poucas inclinações e muito
trânsito de caminhões. Hoje encontramos dois veículos tombados na estrada, infelizmente os acidentes continuam sendo frequentes.
|
Chuva e muito frio no começo do pedal. |
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Pacato se protegendo do frio. |
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In foco. |
|
In foco. |
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Tempo nublado. |
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BR 116 |
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Movimento intenso de caminhões. |
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Os frequentes acidentes.. |
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In foco. |
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Outro caminhão tombado. |
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Stortini, infelizmente essa é a realidade da estrada, |
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In foco. |
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Chegada à Jacupiranga. |
Em
Cajati paramos por volta das 11 horas em um restaurante à beira da estrada onde
o rodizio estava em promoção ao preço de 15 reais. Foi a oportunidade perfeita
para comer até dizer chega. (Risada Sacana). Acho que ganhei mais de um quilo
para subir a serra. Aliás, a parada mais cedo para o almoço foi estratégica
pela ausência de restaurantes nos próximos quilômetros que, por sua vez, compreenderiam a serra.
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Almoço caprichado. |
Após
o almoço pedalamos poucos quilômetros e encontramos a placa que indicava que os
próximos 25 quilômetros não teriam acostamento, ou seja, era o início da
subida. A Serra do Azeite é temida por alguns ciclistas por causa da falta de
acostamento e o tráfego intenso de caminhões que muitas vezes passam “tirando
tinta” da bicicleta. E também existe a questão da subida, não por causa de sua
inclinação, mas pela extensão. Afinal, são mais de 20 quilômetros ininterruptos de montanha
acima.
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Isso significa que chegou a hora de encarar a Serra do Azeite. |
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É muita animação pra subir uma serra, rs. |
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Queimada pelo caminho. |
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20 km de subida ininterrupta. |
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Começa a subida. |
Começamos
a subida exatamente às 12h30m e chegamos ao topo às 16h30m, ou seja, foram
quatro horas contado os momentos de descanso e as paradas do imperdível
registro histórico da nossa passagem pelo local. Particularmente achei a subida
tranquila. Apenas em um pequeno trecho que os caminhões passam realmente
próximos da gente, mas basta não se assustar com os “monstros” do seu lado e
seguir firme. Claro, é preciso de muita paciência para pedalar por todos esses
quilômetros de subida, ainda mais quando se está carregado.
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Serra do Azeite |
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Tráfego intenso. |
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Serra do Azeite |
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Serra do Azeite |
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Serra do Azeite |
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Muitas vezes é preciso ter "sangue frio" para encarar o desafio. |
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Na subida da serra. |
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Pedalar na valeta às vezes é preciso. |
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Serra do Azeite |
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Serra do Azeite |
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Serra do Azeite |
Vale
ressaltar que na metade da subida da serra existem lanchonetes e barracas que
vendem caldo de cana e frutas. É, sem dúvida, um local estratégico para
descansar por alguns minutos e restabelecer as energias, principalmente com um imperdível caldo de cana.
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Parada na metade da serra. |
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Energia de sobra |
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In foco. |
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In foco. |
O
término da Serra do Azeite não implica, necessariamente, no começo de um
declive longo. A descida é curta e não demora muito para aparecer a Serra de
Turvo que tem poucos quilômetros. Passamos rapidamente por ela na escuridão e
seguimos em direção à divisa com o Paraná que apareceu quando o velocímetro
marcava 130 quilômetros.
Não
sei descrever a sensação de voltar ao Estado de partida da expedição. Talvez o
sentimento é de que a viagem está cada vez mais próxima de ser finalizada com
sucesso e que o bom filho à casa retorna, assim como foi prometido à minha mãe.
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Após mais de um ano de viagem, finalmente de volta ao Paraná. |
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Registro histórico no ingresso ao Sul do Brasil. |
Na
divisa entre SP e PR existe, ainda no lado paulista, um bairro chamado
Pardinho, contudo, não existe hospedagem e tampouco lugar propicio e seguro
para acampar. Por isso atravessamos a divisa e seguimos. Nos informaram que 14 km depois
tinha um posto de combustível onde era possível encontrar um hotel. Adelante.
Não
foi preciso seguir 14 km porque logo após a divisa encontramos uma lanchonete
com uma área perfeita para levantar acampamento. Pacato conversou com a
proprietária que permitiu nossa presença. O local é perfeito para pernoitar, existe
banheiro com chuveiro, cuja utilização para banho custa 3 reais. Há também
salgados, lanches e comida na lanchonete, ambos com preço acessível. Ambiente bastante seguro. Fica a dica.
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Acampamento na lanchonete. Economia garantida. |
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Mandando notícias para a amada. |
Montamos
acampamento e na sequencia devoramos alguns salgados bem caprichados para dormir com uma energia extra. Detalhe; ninguém tomou banho. Quero pensar que foi em razão dos três reais. Seus mendigos. (Risada Sacana).
Dia
finalizado com 130,34 km pedalados em 9h14m e velocidade média de 14,0 km/h.
06/09/2013
- 425° dia - Divisa SP/PR (BR 116) a Paranaguá
O
começo do encontro histórico.
O
segundo dia da viagem que não terminou.
Acampamento
aprovado. Nenhum incidente durante a madrugada e as energias foram
restabelecidas na medida do possível. Aproveitamos a estrutura do local e ainda
realizamos a refeição matinal na lanchonete que oferecia pães, bolos, leite e
café. Tudo muito bom e barato.
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Registro com os proprietários da Lanchonete Vitória. Obrigado pessoal. |
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Para espantar o mau olhado, rs. |
Voltamos
à estrada com a temperatura ainda baixa e o tempo nublado. Seguimos nosso caminho em direção à Estrada da Graciosa onde encontraríamos os
amigos Leandro (Rio de Janeiro) e Daniel Chagas (Rio Grande do Sul), ambos
partiram pedalando de Curitiba para o pórtico da Graciosa.
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Trecho final da nossa passagem pela BR 116 em direção à Estrada da Graciosa. |
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Marco e a devida realização dos registros fotográficos. |
O
trajeto pela BR 116 hoje foi muito mais pesado do que a Serra do Azeite
pedalada ontem. Praticamente todo o percurso é marcado por longas subidas e
descidas, uma verdadeira montanha-russa, diga-se de passagem, chata. O destaque fica por conta da Represa do Capivari.
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Chegada à Represa do Capivari. |
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In foco. |
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Represa do Capivari. |
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Represa do Capivari. |
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Represa do Capivari. |
No
caminho para a Graciosa o pneu traseiro da bicicleta do Marco furou, mas
rapidamente a câmera de ar foi trocada e continuamos em direção ao nosso
destino onde chegamos por volta das 14 horas. Deste ponto em diante deixamos a
BR 116 para pedalar pela PR 410, a conhecida Estrada da Graciosa. Registramos nossa passagem pelo
famoso pórtico e paramos em uma pastelaria para almoçar e esperar o Leandro e
Daniel.
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Raros momentos em que o sol apareceu por poucos minutos. |
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Cabine de comando da bicicleta do Marco. |
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Entre uma subida e outra. |
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Grande Pacato, companhia de primeira. |
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In foco. |
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In foco. |
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Na montanha-russa da BR 116. |
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"Hasta la Victoria Siempre" |
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As palhaçadas no pedágio 2 km antes da entrada para a Estrada da Graciosa. |
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Últimos metros na BR 116. |
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Em direção à Graciosa. |
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Finalmente o pórtico de uma das estradas mais charmosas do Paraná. |
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Vitória! |
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O típico Pinheiro do Paraná. |
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Registro histórico. |
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Na entrada da Estrada da Graciosa. |
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Mais um registro histórico. |
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Recomendo! |
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Pastelaria Portal da Serra |
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Hora do almoço. |
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Especialmente para minha excelentíssima. |
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Hermano! |
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Paisagem |
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In foco. |
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In foco. |
O
frio ficou cada vez mais intenso no alto da serra e fui obrigado a trocar de
roupa porque a minha estava encharcada de suor, uma vez que no trecho anterior o corta vento me fez transpirar excessivamente por causa das constantes
subidas. Sei que utilizei até a touca andina comprada na Bolívia para aquecer. Sinceramente
não imaginei pegar esse frio nesta época do ano.
Os
amigos chegaram de Curitiba por volta das 16 horas e o grupo ficou ainda maior.
Todos são amigos de longa data e sem dúvidas reunir essa galera tem um
significado especial para cada um. Após mais um registro na entrada da estrada,
estava na hora de descer a serra.
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Agora o registro com toda a galera. |
Não
raramente a Graciosa está com neblina e desta vez não foi diferente.
Com as condições climáticas e o horário, nossa descida foi em meio a uma densa névoa que em determinados momentos se transformou em chuva e deixou a
aventura ainda mais emocionante. Claro que em situações como estas as
fotografias ficam comprometidas, contudo, as lembranças permanecem para toda a vida.
Nesta
época do ano as típicas hortênsias do trajeto não estão floridas, fato que deixa a serra diferente para quem já passou por essas bandas e se deparou com o
colorido do caminho. Mas ainda assim a rodovia faz jus ao nome que recebe, seja
pela estreita e sinuosa estrada ou pela mata atlântica ao seu redor.
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Cenário bucólico. |
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Leandro pela primeira vez na Estrada da Graciosa. |
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O que fazer com um carrinho de bebê abandonado? |
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... palhaçada, claro ... |
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... esses amigos não tem jeito, rs. |
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E tenho dito.. |
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In foco. |
Pedalei
pela Graciosa no final de 2009 e na ocasião também peguei chuva pelo caminho
que, sob essas condições, necessita de todo cuidado, sobretudo, na parte onde a
pavimentação asfáltica cede lugar aos paralelepípedos que se tornam
extremamente escorregadios. Mas o pessoal desceu com atenção e nenhuma queda
foi registrada.
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Neblina |
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Mudança de pavimento. |
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Descida da Graciosa. |
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In foco. |
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In foco. |
Quase
no final da descida, encontramos com o camarada Aramis, nosso anfitrião de
Paranaguá e que gentilmente ofereceu sua residência para a realização do
encontro histórico. Para quem não se lembra, recentemente ele pedalou comigo
no nordeste no trecho entre Recife e Aracaju.
Com
o grupo ainda maior, completamos a descida em grande estilo, mas não sem antes uma pausa para
trocar outra câmera furada, desta vez meu pneu traseiro foi o alvo dos arames
da estrada. Com a ajuda dos amigos, rapidamente a Victoria estava pronta para
seguir viagem.
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Em direção à Morretes. |
Terminamos
a descida e continuamos em direção à Morretes, contudo, o pneu traseiro do
pacato estourou graças à péssima qualidade da marca Kenda que mais uma vez
apresentou rasgo na borda do pneu. O mesmo aconteceu em um Kenda que comprei quando
ainda estava no Peru. Pacato que já trabalhou em bicicleta fez um manchão que
deixou todo mundo boquiaberto, pois o estrago no pneu era grande e parecia que
não tinha mais uso, no entanto, como ninguém levou pneu reserva, a solução foi
a velha gambiarra com garrafa pet, câmera de ar e fita isolante. Serviço de
primeira.
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Manchão para seguir viagem. |
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Quase pronto.. |
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Finalizado! |
Antes
de chegarmos à Morretes meu pneu traseiro sofreu outro furo. Misericórdia.
Ainda bem que a presença dos amigos mais uma vez fez a troca da câmera de ar
ser rápida como em um pit stop de Fórmula 1, pode acreditar. (Risada Sacana).
Passamos
por Morretes e na sequencia estávamos, finalmente na BR 277, prestes a chegar
ao destino final; Paranaguá. Claro que antes de concluirmos o dia, as surpresas
continuaram e tivemos mais um furo de pneu, novamente no pneu traseiro do
Marco. Com todos esses imprevistos nossa chegada em Paranaguá aconteceu apenas
por volta da 1 hora da madrugada do dia 7 de setembro.
Chegamos
na casa do Aramis e transformamos o ambiente tranquilo em um local repleto de
bicicleta e roupas molhadas e sujas. Para a nossa sorte a mãe do anfitrião nos
recebeu com muita gentileza e animação e não se importou com a presença de
tantos mendigos. Obrigado pela hospitalidade Dona Antônia.
Tomei
um banho e antes de dormir fui comer o cachorro quente que estava à disposição
para os famintos de várias partes do Brasil.
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A cara de cansado e faminto dos mendigos. |
Dia finalizado com 134,54 km pedalados em 10h08m e velocidade média de 13,2 km/h.
07/09/2013
- 426° dia - Paranaguá (Folga)
Eu precisaria de muitas horas para escrever sobre o encontro histórico em Paranaguá. No entanto, neste exato momento (final da expedição) eu careço de tempo para colocar em palavras os inúmeros acontecimentos e por isso vou deixar o registro fotográfico aguçar a imaginação de vocês sobre esse dia inesquecível.
O encontro que finalmente aconteceu, reuniu os amigos cicloturistas de São Paulo (Marco, Marcelo e Pacato), Rio de Janeiro (Leandro), Paraná (Aramis, João Paulo, Bruno Aguilar, Bruno Colaço e Rodyer), e Rio Grande do Sul (Daniel). Apesar da distância geográfica, a maioria mantém uma amizade de longa data e isso deixou o encontro ainda mais especial.
O cicloturismo nos proporciona muitas coisas e a amizade que se constrói pelo caminho é um dos maiores legados desse estilo de vida. Hoje sei que tenho verdadeiros amigos para todas as horas. Fiquei extremamente emocionado pela consideração de todos que estiveram presente no encontro que marcou minha volta ao Estado e a parte final da expedição pela América Latina. A cada um deixo meu muito obrigado.
O pessoal resolveu fazer um churrasco para a confraternização,que, por sua vez, estava simplesmente incrível em todos os sentidos. Muita conversa, história, "mentiras". risadas e um verdadeiro e delicioso banquete preparado pela Dona Antônia e o Daniel que ficou responsável pela carne na churrasqueira.
Alguns amigos do Aramis também estiveram presentes e completaram a festa que terminou apenas de noite quando nos reunimos na sala para assistir os vídeos de nossas primeiras viagens juntos. Como diz a música; é bom olhar para trás e admirar a vida que soubemos fazer.
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A galera no mercado. |
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Olha o "homi do saco" aí. rs. |
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In foco. |
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Simbora assar a carne agora. |
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Leandro mendigão, rs. |
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Daniel, responsável pelo churrasco. |
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Preparando a carne. |
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Onze quilos de carne e não sobrou nada. |
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In foco. |
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In foco. |
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Toda a galera reunida na parte da manhã. |
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Camarada Rodyer. |
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Tem muita história .. |
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Encontro nacional DAP e CicloturITA |
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Assim chegou a bicicleta do Pacato com o manchão realizado ontem. |
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Tirando a bagagem para trocar um raio quebrado. Valeu pela ajuda, Pacato. |
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Rodyer e Aramis. |
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Dona Antônia, Leandro e Marco. |
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Outro ângulo da bagunça organizada. |
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Hora de acabar com o almoço, rs. |
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Uma pausa rápida para a foto. |
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Foto oficial do encontro nacional DAP e CicloturITA. Como disseram, reunidos somam pelo menos, oito voltas ao mundo. |
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Uma volta ao tempo assistindo os vídeos das expedições realizadas. |
08/09/2013 - 427° dia - Paranaguá a Curitiba
Finalmente na capital paranaense.
Com a falta de tempo também serei obrigado a resumir o diário de hoje.
Havíamos combinado subir a Serra do Mar no Paraná pedalando porque Curitiba era o destino de quase todos que estavam presentes no encontro. Nossa saída aconteceu por volta das 8 horas da manhã e poucos minutos depois de deixar a casa do anfitrião já estávamos novamente na BR 277 que vai ser meu itinerário até voltar à Foz do Iguaçu.
O trajeto foi tranquilo, apesar da subida da serra que apareceu 30 km depois de Paranaguá. Aproveitamos a presença de algumas lanchonetes para reabastecer o estômago antes de encarar o aclive que tem extensão de 20 quilômetros que foram completados em meio a muita animação e companheirismo, sem falar no visual maravilhoso da Mata Atlântica. O pedal foi a demonstração de um verdadeiro espirito de equipe. Estão todos de parabéns.
Após a subida, passamos por São José dos Pinhais e chegamos à Curitiba por volta das 17 horas e aproveitamos para registrar a passagem pela capital no famoso Jardim Botânico onde inicialmente não nos deixaram entrar com a bicicleta, mas como não poderíamos ir embora sem uma foto do local, entramos por um caminho alternativo e no final nos tornamos o centro das atenções dos turistas e também dos ciclistas que participaram de uma competição no local.
Depois seguimos a uma padaria para "almoçar". Foi a confraternização final e a despedida já que o pessoal de Itanhaém seguiria de carro para o litoral paulista. Obrigado pela companhia de vocês nesses últimos dias. Sem dúvida, foi uma das melhores partes dessa viagem. Espero outras oportunidades para pedalar novamente com vocês. Daniel, Leandro e eu seguimos para a casa do João Paulo onde eu fico segunda-feira para atualizar o diário de bordo.
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Registro antes da partida. |
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Pelas ruas de Paranaguá |
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Comboio em direção à BR 277 |
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BR 277 em Paranaguá. Aqui começa a rodovia que atravessa o Estado do Paraná e termina em Foz do Iguaçu. |
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Em direção à Serra do Mar. |
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In foco. |
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In foco. |
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A primeira placa indicando a distância para Foz do Iguaçu. |
CicloturITA
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BR 277 |
Aperta o play.
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Pé da serra. Parada para restabelecer as energias. |
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Pastel e caldo de cana. Maravilha! |
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Hora de recuperar um pouco de peso. |
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Subida da serra. |
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Força nas pernas. |
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João de Deus. O grande mestre de toda essa galera. |
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In foco |
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Neblina nas partes mais altas da serra. |
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In foco. |
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In foco. |
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Parada para esperar o pessoal. |
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In foco. |
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Flagrante. |
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Bananeira diferente. |
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In foco. |
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Observe o viaduto lá no alto. Ainda teríamos que chegar até ele. |
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Mata Atlântica. |
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In foco. |
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In foco. |
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In foco. |
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In foco. |
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Final da serra. |
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Nas proximidades de Curitiba. |
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Quase mil metros de altitude. |
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De bicicleta pela terceira vez no Jardim Botânico. |
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A última foto com toda a galera reunida. Valeu hermanos. |
PS: As fotos dos últimos cinco dias são creditadas à Marco Brandão, Marcelo Stortini e Pacato.
Dia finalizado com 99,21 km pedalados em 7h47m e velocidade média de 12,7 km/h.
09/09/2013 - 428° dia - Curitiba (Folga)
Dia dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Despedida dos amigos Leandro e Daniel que pegaram o voo de volta para suas casas.
Hasta luego, hermanos.
10/09/2013 - 429° dia - Curitiba (Folga)
Dia dedicado exclusivamente à atualização do diário de bordo.
Partiria hoje de Curitiba, mas como não consegui finalizar a atualização do diário ontem, resolvi permanecer mais um dia na capital, contudo, também não foi suficiente para realizar a postagem. E olha que tenho tentado resumir esses últimos dias. Portanto, peço compreensão dos leitores pela demora na atualização. Também é possível que exista erros ortográficos, já que escrevi tudo muito rápido. Qualquer coisa, por favor, me avisem para realizar a correção.
A decisão de ficar um dia a mais em Curitiba aumentou a quilometragem que tenho que fazer nos próximos dias. Paciência. Agora é seguir firme e forte nessa reta final em direção ao destino final da expedição. A volta para casa.
11/09/2013 - 430° dia - Curitiba a Irati
Começa a última parte da expedição.
Acordei às 5h30m depois de dormir poucas horas já que estava focado na atualização do diário de bordo até às 2 horas da madrugada. Levantei e imediatamente arrumei minhas coisas para sair às 6 horas, conforme combinado com o João Paulo que me acompanharia por um pequeno trecho depois da sua casa.
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Hora de arrumar a bagagem mais uma vez. |
A saída aconteceu quase às 7 horas e pouco depois me despedia do anfitrião que mais uma vez me recepcionou muito bem e ofereceu todo apoio possível. Muito obrigado, mestre. Foi muito bom ter a sua ilustre companhia nestes últimos dias. Hasta luego.
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Valeu João de Deus. |
Encontrar a BR 277 foi fácil e precisei pedalar apenas 6 quilômetros na cidade. Na rodovia continuei em direção à Campo Largo, onde, no final do movimentado perímetro urbano, tive mais um raio quebrado na roda traseira. E olha que estou com menos bagagem, já que deixei a barraca na casa do João Paulo. Paciência.
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Hasta luego, Curitiba. |
Os quarenta primeiros quilômetros foram completados rapidamente em razão, sobretudo, do relevo com muitos trechos planos e descidas generosas. A situação ficou diferente apenas quando apareceu a Serra de São Luís do Purunã com 6 quilômetros de extensão, mas que não chegou a assustar.
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Em direção à Foz do Iguaçu. |
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In foco. |
O dia estava bonito e praticamente sem vento, algo que não atrapalhou meu deslocamento após a serra. O trajeto até Palmeira foi marcado pelas paisagens típicas do Paraná, diga-se de passagem, muito bonitas, e um sobe e desce moderado. No final da cidade parei antes do meio-dia para almoçar. Já estava com mais de 80 quilômetros pedalados.
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BR 227 após o trevo para Ponta Grossa. |
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In foco. |
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Acostamento excelente para pedalar. |
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Cenário bucólico. |
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BR 277 sem fim.. |
Não fiquei muito no restaurante porque tinha que chegar cedo em Irati onde completaria 150 km, média que eu tenho fazer para chegar dia 15 de setembro às 9 horas da manhã em Foz do Iguaçu, como ficou combinado com o pessoal que vai me recepcionar.
O trajeto Palmeira x Irati foi marcado por muito sobe e desce, contudo, o acostamento em perfeitas condições permitiu um avanço mais rápido, principalmente nos declives. Cheguei ao destino por volta das 17h30 e parei no hotel Rotta 277 que tinha wi-fi e possibilitaria a atualização do site. Devo finalizar a tarefa até o meio-dia de amanhã. Dessa forma, minha saída de Irati vai acontecer apenas de tarde. Para compensar, o pedal vai ocorrer pela noite e madrugada de quinta-feira.
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Trajeto entre Palmeira e Irati. Famoso Pinheiro do Paraná. |
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In foco. |
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In foco. |
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Lugar bom demais para pedalar. |
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Na direção do sol.. |
O diário está um pouco resumido nestes últimos dias, mas pelo menos vai ser atualizado. A próxima postagem será apenas em Foz do Iguaçu após a finalização do projeto. Aguardem!
Por falar em chegada, para quem quiser me acompanhar nesta parte final, estarei de passagem pelo Posto Gasparin (entrada da cidade) às 9 horas da manhã do dia 15 de setembro. Na sequencia sigo na companhia de alguns amigos para a entrada do Parque Nacional do Iguaçu onde outros ciclistas estarão à minha espera para me acompanhar até as cataratas onde finalizo o projeto. Aguardo a presença de todos.
Grande abraço a todos.
Dia finalizado com 151,24 km pedalados em 8h40m e velocidade média de 17,3 km/h.
"Hasta la Victoria Siempre"
12/09/2013
- 431° dia - Irati a Guarapuava
Mais
um dia atípico em vários sentidos.
Hoje
as coisas começaram a acontecer bem cedo. Primeiro acordei naturalmente por
volta das 5 horas da madrugada, na verdade acho que não dormi direito pensando
em uma estratégia para conciliar a atualização do diário de bordo e a
continuação da viagem no pouco tempo que me restava. Começou a contagem regressiva para a finalização do
projeto. Salve-se quem puder! (Risada Sacana)
Sei
que ao despertar nem mesmo levantei da cama, apenas peguei o computador, entrei
na internet e comecei a organizar os registros fotográficos no site. Essa
tarefa também sempre demandou um bom tempo, afinal, a cada nova postagem é
preciso realizar a seleção das imagens e depois enquadra-las no texto com a
devida legenda. Foi isso que procurei fazer antes de qualquer coisa.
Pensei
que conseguiria terminar a atualização antes das 9 horas para começar a
pedalar, contudo, os minutos passaram extremamente rápidos e nada de finalizar
a postagem. Foi quando resolvi que ficaria até a diária do hotel expirar, ou
seja, meio-dia. Claro que era uma decisão arriscada porque significava que eu
permaneceria na estrada até a madrugada para não comprometer a quilometragem
programada para o dia.
Meio-dia
e ainda faltava 5% para terminar a última atualização antes da conclusão da
expedição. Como eu precisava deixar o quarto, arrumei minhas coisas e finalizei
o trabalho nas escadas do hotel. Ufa! Que alivio! Realizar uma nova postagem é
sempre uma sensação de missão cumprida.
Aproveitei
o restaurante da própria hospedagem para almoçar antes de finalmente retornar à
estrada. O almoço custou 12 reais no buffet livre e estava simplesmente
magnífico. Caprichei no prato e não deixei de saborear a sobremesa disponível. Energia
extra! Recomendo!
Voltei
a pedalar apenas às 13h30m. Começar o pedal de tarde é uma das coisas que não costumo
fazer em viagem. Se não estou enganado foi a primeira vez que realizei essa proeza
durante a expedição. Paciência.
Para
não comprometer meus planos de chegada à Foz do Iguaçu no dia 15 de setembro eu
deveria finalizar o pedal de hoje nas proximidades de Cantagalo com a marca de
180 km no velocímetro. Claro que isso implicaria em permanecer na estrada até altas
horas da madrugada. Eu simplesmente não tinha outra opção. Era preciso aceitar
o desafio.
A
maior dificuldade do roteiro seria a passagem pela Serra da Esperança no
distrito de Relógio, antes de Guarapuava. Passei pelo local em duas oportunidades, contudo, em ambas
no sentido contrário, ou seja, montanha abaixo. Desta vez existia a necessidade
de completar os sete quilômetros de subidas.
O
tempo de tarde estava muito propicio para pedalar, pelo menos não tinha chuva e o vento
não atrapalhava. O que também contribuía para um deslocamento mais rápido era o
relevo. Entre Irati e Relógio há subidas, contudo, não são extensas e íngremes.
O que vale destacar após Irati é a existência de um trecho plano que permite um
ritmo maior em meio a um cenário muito bonito que permanece em minha memória
desde 2007 quando realizei a passagem pelo local durante a Travessia do Paraná.
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Trecho agradável de pedalar entre Irati e Relógio. |
O
trajeto até o início da serra em Relógio foi marcado pelas paisagens típicas do
Paraná, principalmente no final da tarde quando o pôr-do-sol deixou o ambiente
ainda mais encantador e que se encontra apenas aqui no Estado, que por sua vez,
proporciona um dos cenários mais bonitos do Brasil.
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Magnifico pôr-do-sol na BR 277 nas proximidades de Relógio. |
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Hasta mañana. |
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Conhecido Morro do Chapéu próximo da Serra da Esperança. |
Cheguei
à Relógio por volta das 18 horas com aproximadamente 80 quilômetros pedalados.
Parei no SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário) da concessionária que
administra a rodovia para reabastecer as garrafas de água porque eu tinha
conhecimento que a subida da serra não seria fácil e o “motor” ferveria fácil e
exigiria hidratação especial. Aproveitei para tomar um café na companhia de
algumas bolachas. Eu precisaria de todas as energias para completar o trecho
difícil e a quilometragem necessária.
Após
poucos minutos de descanso voltei a encarar a estrada. Estava na hora de subir
a famosa Serra da Esperança. Já estava tudo escuro e precisei redobrar a
atenção durante o aclive. A lanterna traseira no modo intermitente não me
deixava passar despercebido pelos motoristas que seguiam pelo mesmo sentido,
contudo, o farol dianteiro não me ajudou na iluminação do caminho como eu
precisava. Achei muito estranho porque as pilhas foram recarregadas durante a
madrugada, mas como aquele não era o local para consertar o equipamento,
continuei com a visão bastante comprometida.
O
pouco feixe de luz iluminava precariamente a faixa lateral que era meu referencial
durante a subida que, por sua vez, não tem acostamento, apenas a faixa
adicional que serve para a passagem dos veículos lentos, sobretudo, caminhões.
Os veículos pesados não comprometeram a minha passagem e em nenhum momento a
situação ficou critica. Na maior parte das vezes os motoristas me
ultrapassavam com bem mais de 1,5 metros de distância como sugere a lei de
trânsito.
A
parte mais complicada da subida é a passagem pelos viadutos que geralmente se
encontram em trechos sinuosos à beira de precipícios. Nestes locais eu
procurava pedalar afastado da mureta de contenção para evitar qualquer tipo de
acidente e consequentemente a queda. Também pedalava o mais rápido
possível para sair logo desse trecho.
Como
eu não havia pedalado durante a manhã, minha parte física estava muito boa e
completei os sete quilômetros de subidas sem parar de pedalar em nenhum
momento. Esse fato me surpreendeu, pois não estou acostumado a essas
realizações históricas ininterruptas, ainda mais durante a noite. Se não me
engano, foram necessários quarenta minutos para subir a serra.
Depois
de Relógio, incluindo a passagem pela serra, foram aproximadamente quarenta
quilômetros até Guarapuava. Diferente do trajeto anterior, esse trecho
apresenta subidas que exigem um pouco mais de paciência e esforço físico em
razão de suas inclinações. Nas proximidades de Guará tem uma bonita cachoeira
na beira da estrada que desta vez tive a oportunidade de apenas escutar o som da queda d´água.
Por
volta das 22h30m cheguei à Guarapuava um pouco cansado e achei melhor parar na
cidade. Havia mais 50 quilômetros para serem pedalados e eu ainda tinha
condições para seguir viagem, mas por questões de segurança (falta de luz) resolvi
encerrar o pedal antes do previsto. Fiquei hospedado no Hotel Soledade, o mesmo
onde pernoitei na Expedição de Verão (2010). É um dos poucos localizados à margem
da rodovia.
No
Hotel Soledade a diária estava 35 reais no quarto mais barato e com café da
manhã à disposição no dia seguinte. O estabelecimento está totalmente reformado
e as instalações todas novas. A recepcionista autorizou a permanência da
Victoria na lavanderia do hotel. Na ocasião passada, a cozinha tinha sido o
estacionamento seguro. A funcionária me informou que o local tem sido parada de
outros cicloturistas e que as bicicletas ficam sempre neste espaço que é
vigiado 24 horas por câmeras de segurança e outros funcionários. Assim tirei
apenas os poucos itens de maior valor e levei para o quarto.
Devidamente
alojado fui tomar um excelente banho quente (banheiro compartilhado) para
relaxar os músculos e na sequencia voltei para o quarto na pretensão de verificar
o problema do farol e notei que uma das pilhas tinha perdido a capacidade de
segurar a carga e por isso a peça não funcionou como deveria. A forma como eu
descobri qual pilha estava com defeito foi simples, apenas testei as três no
meu aparelho mp3. A pilha inválida nem ligou o eletrônico.
Verificado
e solucionado o problema com o farol, fui descansar e dormir o sono dos justos.
Dia
finalizado com 117,30 km pedalados em 7h39m e velocidade média de 15,3 km/h.
13/09/2013
- 432° dia - Guarapuava a Guaraniaçu
Dia
marcado por encontros e muitas subidas.
A
noite foi curta, porém tranquila no hotel. Levantei por volta das 6 horas da
manhã por causa da refeição matinal que já começava a ser servida. Eu não
poderia perder muito tempo para começar a pedalar e por isso arrumei as coisas
rapidamente e fui degustar o café da manhã que, sem dúvida, foi um dos mais
caprichados que encontrei durante toda a viagem. Energia garantida.
Voltei
à estrada por volta das 7h30m para encarar um dia que necessariamente deveria
terminar acima dos 180 km pedalados. Com todos esses acontecimentos dos últimos
dias fui obrigado a mudar o planejamento mais uma vez, todavia, agora ele não
poderia ser mais alterado, incluindo a quilometragem do dia seguinte que, anteriormente,
ficaria em 100 km também será na faixa dos 180 km. Paciência.
Com
o novo roteiro eu deveria finalizar o pedal na cidade de Guaraniaçu com
passagem em Cantagalo, onde eu encerraria o pedal de ontem, contudo, fui chegar
ao município apenas por volta do meio-dia. Durante o trajeto na parte da manhã
o ritmo foi muito bom, sobretudo, por causa do relevo que, para a minha
felicidade, passou a apresentar mais trechos com declínio.
A
paisagem começou a ficar diferente com a presença do cultivo de
plantações extensivas que se estendem em direção ao oeste do Paraná. O Estado é
um dos maiores produtores de grãos do país. São diversos hectares destinados ao
trigo, soja, milho, feijão e outras culturas. Uma pena que toda essa “riqueza”
esteja concentrada nas mãos de poucos agricultores.
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Saída de Guarapuava: silos que armazenam grãos. |
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Plantações extensivas. |
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In foco. |
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Em direção à Guaraniaçu. |
A
casa de madeira está em praticamente todas as regiões do Paraná. Aqui no Estado
ainda é comum a construção com este material, embora não se possa comparar com
outros tempos, onde boa parte das casas era levantada com ela. Atualmente sua
utilização não está relacionada somente às pessoas com baixo poder aquisitivo
como erroneamente muitos devem supor. Na estrada também é fácil encontra-las pelo
caminho.
|
Típicas casas de madeira à beira da estrada. |
Quando
me aproximei de Cantagalo uma longa descida me levou à Ponte do Rio Cavernoso.
O local chama atenção da maioria dos ciclistas que passam pela estrutura
diferente e o nome não muito comum. Mas o que realmente se destaca é a subida
que aparece na sequencia. E não importa em qual direção você esteja. De
qualquer lado você vai ter que colocar força nas canelas e encarar a subida.
|
Ponte sobre o Rio Cavernoso |
No
meu caso, o esforço empregado na subida após a passagem pelo Rio Cavernoso era
para chegar à Cantagalo que ficava alguns quilômetros depois. A cidade é
inesquecível para meu histórico no cicloturismo. Foi onde realizei meu segundo
acampamento na vida de viajante sobre duas rodas. Não foi uma das melhores
experiências e tampouco tenho boas lembranças, mas ficou o aprendizado. Para
quem quiser voltar ao tempo e relembrar o episódio ocorrido na Travessia do
Paraná (2007), basta acessar o seguinte endereço:
Leia Aqui!
|
As paisagens da região. |
Em
Cantagalo aproveitei para almoçar justamente no complexo onde pernoitei em
2007. O local tem borracharia, posto de combustível e restaurante. O almoço
poderia ser por quilo, buffet ou prato feito. Este último era a opção mais
barata, uma vez que custava dez reais. Não hesitei em solicita-lo. Aprovado.
Descansei
um pouco e voltei à estrada para encarar outro trecho longo de subidas. Talvez
seja o mais complicado da BR 277. São várias subidas entre Cantagalo, Virmond,
Laranjeiras do Sul e Nova Laranjeiras. Para quem já vinha de uma quilometragem
alta nos últimos dias, o trajeto foi bastante cruel para a parte física. Claro
que o avanço ficou mais lento, contudo, eu ainda continuava determinado a parar
apenas em Guaraniaçu.
Logo
depois de Laranjeiras do Sul fui surpreendido por um veículo que parou no
acostamento. O motorista saiu do automóvel e se aproximou do local onde eu
estava parado, comendo algumas bolachas. A primeira pergunta foi se eu era o
ciclista que estava na Venezuela quando o Chávez havia falecido. Respondi que
sim e na sequencia também falei meu nome que confirmou que eu estava sendo
reconhecido por um leitor de Cascavel, cujo nome não consigo recordar, mas que
acompanhou toda a viagem pelo diário de bordo. Fiquei muito feliz pelo encontro
inesperado porque foi mais uma prova de que meu árduo trabalho teve resultado.
Reconhecimento é algo que simplesmente não tem preço. Conversamos um pouco e na
sequencia cada um seguiu seu caminho, diga-se de passagem, repleto de subidas.
|
Leitor do diário de bordo que me reconheceu na estrada. |
No pedágio localizado um
pouco antes de Nova Laranjeiras encontrei duas argentinas
que saíram há três meses de Buenos Aires na Argentina e seguiam em suas bicicletas para uma
volta no Brasil e quiçá na América do Sul. Pelo que entendi, o roteiro estava
em aberto e tampouco tinha uma data especifica para ser concluído. Elas
gostariam de subir a costa brasileira até a Bahia e depois pedalar pela
Amazônia.
|
Hermanas argentinas! |
O
encontro com as argentinas foi interessante pela simpatia e coragem daquelas
mulheres. Elas viajavam em bicicletas extremamente simples, pesadas e sem
marcha. No terreno totalmente acidentado da região, isso implicava em completar
as subidas empurrando o meio de transporte escolhido para a aventura. Mas,
apesar de todas as dificuldades, foi possível encontrar um sorriso inerente
àqueles se propõem a realizar um sonho ou objetivo sem se “importar” com os
obstáculos do caminho.
Desejei
toda a sorte do mundo para elas e mencionei que o Brasil reservava boas
surpresas com paisagens magnificas e um povo muito hospitaleiro, algo que já
havia sido percebido pela dupla. Fiquei de entrar em contato pela internet para
conseguir hospedagem com alguns amigos pelo Brasil afora.
Após
o encontro com as argentinas, passei por Nova Laranjeiras que trouxe, junto com
a escuridão, o maior e inesperado trecho de subidas do trajeto de hoje. A
cidade também é conhecida por compreender os aldeamentos indígenas, cujo
território passa às margens da rodovia. Se você pedalar pela região certamente
vai ouvir alertas sobre a presença dos índios e de que eles oferecem perigo e
que não raramente existem casos de roubos a viajantes. Particularmente não
notei nada de estranho nas três vezes em que estive no local. Então não se
assuste com os comentários alheios e siga tranquilo, porém sempre com atenção.
A
subida depois de Nova Laranjeiras termina ao mesmo tempo em que uma placa
anuncia o fim dos aldeamentos indígenas. Não sei exatamente a extensão do
aclive, mas foram vários quilômetros montanha acima. O nível de dificuldade pode
facilmente ser comparado com aquele encontrado na Serra da Esperança. Na
estrada eu conseguia visualizar no horizonte as luzes da cidade que ficava para
trás.
Depois
da subida mencionada acima, o relevo é marcado, novamente, pelo sobe e desce,
assim, me restou completa-lo com paciência até chegar à Guaraniaçu onde me avisaram
que o único hotel da cidade ficava na região central. O detalhe é que para
chegar à hospedagem eu ainda precisaria encarar um último aclive. Depois,
bastou seguir as placas do Dallas Hotel onde estava às 23h10m. O recepcionista informou
que a diária custava 32 reais com direito ao café da manhã. O preço não era
convidativo, mas àquela hora da noite eu não tinha muita opção.
O
quarto não tem banheiro, mas todas as instalações são novas e limpas. O hotel
ainda conta com wi-fi, mas não cheguei a utiliza-lo. Como eu estava cansado, apenas
tomei um banho, degustei uma bolacha (janta) e fui para a cama ter um descanso
merecido. Foi um dia longo, porém cheguei ao destino desejado. Maravilha!
Dia
finalizado com 183,43 km pedalados em 12h53m e velocidade média de 15,3 km/h.
14/09/2013
- 433° dia - Guaraniaçu a São Miguel do Iguaçu
Penúltimo
dia da expedição. O terceiro que não terminou.
A
inesquecível recepção pelas cidades do oeste paranaense.
Acordei
cedo e mais uma vez meu sono foi curto e o descanso se limitou a menos de 5
horas. Isso porque às 6 horas da manhã eu já estava levantado e com as coisas
arrumadas para poder voltar à estrada. Eu deveria começar a pedalar o quanto
antes porque a “missão” do dia era chegar à São Miguel do Iguaçu, no entanto,
para cumprir o objetivo eu necessitava pedalar, novamente, 180 quilômetros.
Claro
que eu não retornei à estrada sem completar o “combustível” da máquina. O café
da manhã estava caprichado e aproveitei o máximo possível para recarregar as
energias. Na sequencia voltei ao quarto onde a Victoria pernoitou em minha
companhia e posteriormente fui às ruas para encontrar a saída para a BR 277 que
não estava muito longe. Ao contrário da noite anterior, precisei apenas descer.
Hoje
o relevo prometia ser um pouco menos inclinado do que o trecho de ontem,
contudo, isso não significava que as subidas não estavam presentes. Logo após
Guaraniaçu passei por algumas delas e na sequencia encontrei um casal de
bicicleta que se deslocava à Ponta Grossa. Somente o rapaz estava com um pouco
de bagagem na bicicleta e apenas mencionou que meus “brothers” estavam logo
atrás. Estranhei, mas imediatamente pensei que poderia ser o Sérgio Figueira de
Cascavel na companhia de outros ciclistas da cidade. Acontece que ontem o
camarada me ligou para saber onde eu estava, pois havia a possibilidade de
pernoitar em sua casa.
Não
demorou muito e encontrei os “brothers” que tinham sido mencionados. Estavam
presentes, Sergio, Timoteo (Tim) e Rubens. Ambos fazem parte do conhecido grupo
de ciclismo Cambota ao qual Tim é o fundador. Fiquei realmente feliz pela recepção
inesperada. Seguimos animados no percurso até Cascavel que estava a
praticamente quase 50 quilômetros. Claro que a conversa se estendeu por todo o
trajeto. Sergio acompanha o diário de bordo desde o começo e resgatou muitos
acontecimentos marcantes da expedição. As horas passaram rapidamente e a cidade
ficava cada vez mais próxima. Rubens e Tim nos deixaram um pouco antes em razão
de compromissos e por volta do meio-dia, Sergio e eu chegamos à Cascavel.
|
Registro com a galera do Cambota: Sergio e Rubens. |
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Timoteo (Tim) e Rubens |
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Presenteado com a famosa Pimenta do Tim. |
|
Em direção à Cascavel. |
|
Meu Paraná! |
|
Sergio na chegada à Cascavel. |
Na
maior cidade do oeste paranaense nos dirigimos à casa do Sergio que me convidou
para almoçar com a sua família, que por sua vez, me recebeu muito bem em sua
agradável residência que não raramente recebe cicloturistas. O local se
transformou em ponto de apoio para quem viaja sobre duas rodas desde que o
anfitrião entrou na rede
Warmshowers a qual teve conhecimento através deste
diário de bordo. Em um ano de portas abertas aos cicloturistas, pessoas de
todas as partes do mundo já compartilharam culturas, histórias, risadas e
muitos momentos inesquecíveis.
O
almoço estava caprichado, leia-se, farto e saboroso. Ao acompanhar a expedição o anfitrião tinha conhecimento da minha fome quase sem fim e não
hesitou em solicitar à sua esposa o preparo de uma refeição com mais “água” no
feijão. (Risada Sacana). Sei que o almoço me deixou com muitas proteínas e
energias a mais. Tudo muito bom. Obrigado Sergio, Andrea e o pequeno Heitor.
Foi um prazer conhece-los pessoalmente.
|
Sergio, Andrea e Heitor. Valeu família. |
Descansei
um pouco e fui verificar (na internet) a distância para chegar à Medianeira
onde o grupo de ciclismo Pedal Verde me aguardava para um jantar. Ainda
faltavam quase 80 km, ou seja, eu precisava pedalar muito para não encontrar o
pessoal muito tarde.
Ainda
em Cascavel recebi um telefonema do Tim que mencionou que o grupo Cicles
Matelândia também estaria à minha espera na cidade de Matelândia que fica um
pouco antes de Medianeira. Combinei com o pessoal que por volta das 19 horas chegaria ao local. Mais um compromisso
firmado.
O
Sérgio me acompanhou até a saída para Foz do Iguaçu e quase às 15 horas eu
retornava à BR 277, não sem antes me despedir e agradecer o camarada pela recepção
na estrada e também em sua casa. Grande abraço, hermano.
Sinceramente
pensei que o trajeto seria mais difícil, afinal, passei algumas vezes por esse
trecho em ambos os sentidos e a lembrança não era das melhores. Talvez as
subidas acumuladas nos dias anteriores fizeram diminuir a impressão e/ou a dificuldade
dos aclives em direção à Foz do Iguaçu.
|
Todas as capitais visitadas. |
|
Países latinos da América do Sul, todos pedalados. |
|
Em direção à São Miguel do Iguaçu |
|
Chegada ao Parque Nacional do Iguaçu em Santa Tereza do Oeste. |
|
Plantações à beira da estrada. |
Sei
que a passagem por Santa Tereza do Oeste e Céu Azul foram tranquilas e
relativamente rápidas. Neste segundo município aproveitei para cumprimentar o
amigo Mauricio Dezordi que estudou comigo na universidade. Conversei um pouco
com ele e a família, registramos o momento e minutos depois eu seguia à
Matelândia. No caminho me deparei com um pôr-do-sol magnifico no “velho oeste”
paranaense.
|
Um registro com o camarada Mauricio Dezordi. |
|
Uma imagem vale mais do que mil palavras. |
Os
poucos mais de vinte quilômetros entre Céu Azul e Matelândia foram pedalados em
meio a muitos telefonemas. O pessoal de Matelândia queria saber onde eu estava,
a galera de Medianeira procurando ter notícias de qual horário eu apareceria
para a janta e o Luciano, presidente da Associação Ciclística Cataratas do
Iguaçu (ACCI), entrando em contato para ter informações sobre meu avanço final. Acho
que meu celular não tocava desse jeito desde a minha saída do Brasil no ano
passado. Claro que eu estava curtindo toda essa recepção.
Cheguei
à Matelândia quando já passava das 19 horas e encontrei o pessoal no local combinado.
Que surpresa! Toda uma galera à minha espera. Não tenho nem palavras para
expressar o sentimento daquele momento. Infelizmente eu não conhecia a maioria daqueles que
estavam presentes, mas o pessoal me conhecia por acompanhar este diário de bordo, por exemplo,
André Brandão, leitor assíduo que fez questão de me incentivar pessoalmente. Muito
obrigado.
|
Recepção em Matelândia. |
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Com a galera do Cicles Matelândia. |
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André Brandão e Claudionor |
|
Camarada Claudionor |
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Lauro e Claudionor |
Não
sei se alguma vez eu cheguei a mencionar aqui no diário de bordo, mas certo dia
eu ouvi em determinado lugar que não se nega/recusa elogios. E desde então eu
não interrompo nenhuma pessoa que me dirige a palavra com mensagens positivas. Em
Matelândia foram várias delas. Meu sentimento é de que todo esse reconhecimento
é devido a semente que plantei durante esses anos dedicados ao cicloturismo
como estilo de vida.
Em
um momento da conversa com os ciclistas de Matelândia, Lauro começou a contar a
história de um senhor com mais de cem anos de idade que faleceu semana passada
na cidade. Apesar da idade avançada, Lauro mencionou que não conhecia e
tampouco tinha escutado sobre aquele senhor que talvez tenha vivido sempre no
anonimato. E então ele vez comparação com a dimensão da minha viagem e toda essa questão de
deixar uma “marca” no mundo. Se referiu também à semente que foi plantada e que
hoje nasce nos lugares por onde passei. Achei essa alusão bastante digna de ser
pensada.
Não
procuro fama, dinheiro, status, ou coisa parecida, pretendo apenas compartilhar,
mostrar a existência de caminhos alternativos para essa vida e que eles são
simples e também nos proporcionam a desejada felicidade verdadeira.
Antes
de voltar à estrada registrei o momento e combinei de pedalar futuramente com os
novos amigos do pedal. Deixei Matelândia
muito renovado com toda aquela energia positiva. Obrigado a todos que estiveram
presentes.
A
saída de Matelândia foi marcada também pela passagem no Castelinho, um
conhecido estabelecimento às margens da BR 277, cujo nome indica a característica
de sua arquitetura. Para nós ciclistas o local serve como referencia de relevo.
Para quem vem de Foz do Iguaçu a subida para chegar a esse lugar castiga
demais, sobretudo, no verão. Mas agora estava na hora de descer já que meu
caminho era na direção da terra das cataratas.
A
rodovia BR 277 entre Matelândia e São Miguel do Iguaçu foi duplicada enquanto
eu estive fora. Aliás, é também nessas horas que eu vejo o quanto eu fiquei na
estrada. Enfim, com poucas subidas pelo caminho eu me aproximei rapidamente de
Medianeira onde, ainda na estrada, encontrei com o amigo Adriano Dias. “Tio”
como costumo chama-lo é amigo desde a época da universidade, foi meu veterano e
também chefe no meu primeiro emprego em Marechal Cândido Rondon. Atualmente
mora e leciona em Medianeira onde chegamos pouco tempo depois. Claro que
durante o caminho conversamos bastante, afinal, não encontrava o tio há muitos
anos, inclusive, soube hoje que seu filho acabara de nascer e eu nem mesmo
sabia que sua esposa estava grávida. Sim, é muito tempo na estrada. (Risada
Sacana).
|
Grande tio. |
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Adriano e eu pelas ruas de Medianeira. |
Em
Medianeira fui encontrar com o pessoal em uma chácara e mais
uma vez a turma me recepcionou muito bem e a conversa foi agradável e o ambiente estava divertido. O amigo Alexandre (Jamanta) que é de São Miguel do Iguaçu e viajou
comigo na Expedição de Verão em 2010, também estava presente. O assunto muitas
vezes esteve direcionado a questões ligadas à viagem. E como sempre ocorreu
durante a expedição, respondi cada uma delas com a devida atenção.
|
Atenção máxima durante a conversa, rs. |
|
Registro histórico com o Pedal Verde. |
O
churrasco em Medianeira acontecia desde o período da tarde e quando eu cheguei
precisei apenas degustar a carne que estava muito boa. Valeu mesmo pessoal. Obrigado pela consideração. Infelizmente não pude ficar muito tempo e por volta da meia-noite retornei à estrada
para encarar o trecho final do dia até São Miguel do Iguaçu.
|
Churrasco com o Pedal Verde. |
Durante
parte deste trajeto para São Miguel do Iguaçu, Alexandre fez, com paciência, a minha escolta de carro. O
relevo nem foi o problema, mas o cansaço bateu e estava difícil pedalar. Mas
com muita determinação (sempre ela) consegui chegar à casa do anfitrião por
volta da 1h30m da madrugada. Quando estacionei a bicicleta na frente da residência
notei que o pneu traseiro estava murcho e, consequentemente, furado. Que maravilha! Não pensei duas vezes
em troca-lo naquele instante, afinal às 6 horas da manhã eu já deveria estar de
volta à estrada para completar o esperado último dia da viagem.
Troquei, com a ajuda do anfitrião, a câmera de ar furada e na sequencia fui imediatamente tomar um banho para poder dormir por volta das 2h30m quando finalmente foi possível descansar e ter o sono da
última noite da expedição. Estava extremamente cansado, mas tudo tinha ocorrido conforme o planejado, eu tinha finalizado o dia em São Miguel do Iguaçu e agora faltava apenas mais 45 km para chegar, na data prevista, ao destino final; Foz do Iguaçu.
Dia
finalizado com 181,06 km pedalados em 11h45m e velocidade média de 15,3 km/h.
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Foi uma honra te receber aqui e participar de alguma forma da sua viagem, guri!
ResponderExcluirAproveite bem os últimos momentos dessa grande aventura!
Boa sorte até domingo!
Cara, tenho acompanhado sua viagem e, de verdade, você está de parabéns!!! Que bela história de vida você terá para passar adiante. Um grande abraço e um bom e seguro retorno à sua casa! Sergio
ResponderExcluirUma conversa-entrevista que fiz com o Nelson, sobre a viagem em Curitiba está dividida em 4 links:
ResponderExcluirhttp://doatlanticoaopacifico.com/archives/5577
http://doatlanticoaopacifico.com/archives/5580
http://doatlanticoaopacifico.com/archives/5582
http://doatlanticoaopacifico.com/archives/5600
AAAAAAAAAAAAAA
ResponderExcluirNelson caramba.
Eu li o post todo CRENTE. Absolutamente CRENTE que a veria o final da expedição.
Rapaz, que banho de água fria quando vi que não tinha o final ainda. Mas que bom, porque terá mais um post e não ficarei órfão desse lindo relato ainda rsrs (e vou colaborar com o livro ainda essa semana se tudo der certo =) )
Mais do que parabenizar você por todas estas maravilhas eu quero agradecê-lo. Agradecer mesmo por ter compartilhado este desafio e sonho tão grande da sua vida conosco.
Portanto. Muito obrigado.
Por nos mostrar as belezas deste continente, por nos mostrar que existe sim muita gente maravilhosa neste país, por nos mostrar que não importa o tamanho do seu sonho, basta buscá-lo para alcançar e por uma série de lições que eu posso afirmar que aprendi nestes meses que te acompanhei.
E aguardo ansioso o último capítulo.
Muito legal esse retorno ao Paraná, imagino quanta coisa/ história não rolou nesse encontro em Paranaguá, deve ter sido realmente fantástico! Só estranhei nas fotos o João de Deus estar pedalando de tênis e sem a pochete no colo, quase não reconheci, rs. Forte abraço!
ResponderExcluirClaudio Lima
ResponderExcluirNelson, Parabéns pela viagem!
que tipo de bagageiro dianteiro você utilizou?