Expedição de Inverno - Parte 1
Buenas camaradas.
Postagem novamente, sinal de que alguma aventura aconteceu. Então vamos ao que interessa.
Após a Expedição Foz, Estrada Real e Belo Horizonte, no começo de 2010, não tinha em mente nenhuma outra viagem, de bicicleta é claro, que não fosse para Machu Picchu, a continuação da trip que terminou em Belo Horizonte/MG. Mas tudo muda o tempo todo. Meus planos para realizar o sonho de conhecer a Bolívia e o Peru antes de julho ficaram adiados em razão do cálculo renal que me deixou dois meses sem poder pedalar ou fazer qualquer outra atividade física, foi uma fase complicada e de muitas dores, contudo, superada completamente. No entanto, isso atrasou minha pretensão de finalizar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) , última matéria para estar formado no curso de História, logo me concentrei apenas nos estudos. E para voltar ao condicionamento físico anterior aos dois meses parado, retornei aos treinamentos.
No mês de maio em meio a uma conversa informal com o amigo e cicloturista Marco de Itanhaém/SP, surge a possibilidade de alguns dias livres para a realização de uma viagem, ainda sem destino e data exata para acontecer. Amadurecemos a idéia e entramos em contato com outros amigos, sobretudo, da comunidade no orkut (do Atlântico ao Pacífico), para tentarmos conciliar um roteiro viabilizando o encontro com a turma, amigos do pedal de longa data.
Após algumas conversas decidimos seguir o roteiro proposto pelo Aramis no qual consistia em uma saída de Curitiba passando pelo litoral catarinense e posteriormente as serras do estado, entre elas a do Corvo Branco nas proximidades de Urubici e a Serra do Rio do Rastro, região de Bom Jardim da Serra e Lauro Muller. Seguiríamos para o Estado do RS passando pelos canyons em Cambará do Sul e a região serrana de Gramado e Canela. Consequentemente a passagem pela capital Porto Alegre de onde desceríamos em direção ao Chuí, ingressando no Uruguay.
Claro, por motivos óbvios e principalmente por falta de tempo, muitos amigos não poderiam percorrer o roteiro em sua totalidade. Mas deixamos bem claro na comunidade que o importante seria reunir o maior número possível do pessoal, um encontro histórico. Assim, a companhia na estrada, nem que fosse por um dia já seria o suficiente.
A data em comum acordo foi marcada para 17 de julho com saída em Curitiba às cinco horas da manhã no supermercado Wall Mart da Avenida das Torres. Dias antes do encontro, algumas pessoas confirmaram presença. Aramis, Marco, João Paulo, Romulo, Tui, Rodyer, Damasceno (mais dois amigos) e eu. Em comparação ao número de membros na comunidade, ainda eram poucas as pessoas interessadas em participar de alguma forma da viagem. Enfim, fizemos a nossa parte em divulgar e convidar todos. Restava saber quem iria mesmo comparecer na hora da verdade, ou seja, a partida.
Entre a primeira conversa com o Marco e a data da viagem foram aproximadamente dois meses para podermos nos preparar, seja fisicamente, psicologicamente e toda a estrutura necessária na concretização da aventura, itens indispensáveis, sobretudo, em uma expedição de inverno, como roupas especiais, saco de dormir, isolante térmico, cobertor de emergência, barraca, fogareiro, comida, entre outros. Uma bicicleta revisada e ferramentas para qualquer imprevisto. E ainda a questão financeira, a busca de recursos diante das possilidades de cada um.
Eu particularmente treinei bastante assim que fui liberado para atividades fisicas, gradativamente com ritmo e distância maiores. O lado psicológico estava mais voltado para a monografia, mesmo assim, buscava me manter atento aos acontecimentos referentes à viagem. Em relação aos itens citados acima, tive que adquirir pouca coisa, precisei comprar uma camiseta (segunda pele) da Curtlo que me custou cem reais e uma calça de ciclismo. Investimento que valeu cada centavo.
Analisei o roteiro da expedição, em seguida montei uma planilha baseada no projeto do Aramis, fiz uma modificação, estendendo até Montevideo no Uruguai, onde a priori iria sozinho, uma vez que o Marco ficaria em Porto Alegre com pouca possibilidade de seguir até o Chuy (Uruguay) e Aramis finalizaria em Punta del Este. Não comentei, mas a pretensão inicial, no meu caso, seria sair de Foz do Iguaçu pedalando até Curitiba, contudo, o tempo precioso para adiantar os estudos me fez ir de ônibus até a capital paranaense.
Todos se encontrariam em Curitiba com exceção do Aramis que partiria de Paranaguá/PR por questões profissionais. Marco e eu ficaríamos na casa do João Paulo Saboia, saindo na madrugada do dia 17 para o Wall Mart.
Comprada a passagem (presente do meu irmão André), embarco em Foz do Iguaçu dia 16 de julho, 7 horas da manhã com a empresa Catarinense, com a bike desmontada e devidamente posta dentro da barraca não me cobraram nenhuma taxa extra pelo embarque da mesma. O dia começa chuvoso e com muito frio e assim continua quando chego de noite na capital. João aparece de carro junto com o Marco que estava na cidade há poucas horas e partimos da rodoviária até sua casa.
Acostumado a hospedar ciclistas, nossa recepção não poderia ter sido melhor, um rodizio de pizza feito pelo próprio Saboia, estava ótimo. Conversa agradável na companhia do João Paulo, Bruno, Marco e a Juliana. Jantamos e fomos dormir para acordar de madrugada.
Em razão do tempo, muito frio e com indícios de mais chuva, João resolve não nos acompanhar. Da mesma forma recebemos a notícia do Damasceno, seus amigos e também do Rodyer. Estávamos desacreditados que alguém realmente estaria presente para o nosso encontro histórico. Acordo às 4 da madrugada para sair, Marco demora um pouco mais pra levantar. Quase 5 horas e ainda não saimos, é quando meu celular toca, é o Romulo comunicando que já estava no local combinado juntamente com o Tui. Beleza, alguém apareceu. Marco levanta rápido com o telefonema e começa arrumar suas coisas. Nos despedimos do João Paulo que nos explicou o caminho até o supermercado e começamos a jornada, com ela também a chuva que nos acompanharia por muito tempo.
>> Parte 2
Parabéns pela iniciativa, muito bom este roteiro que vcs fizeram.
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