quarta-feira, 11 de julho de 2012

Diário de bordo - Brasil I

09/07/2012 - 1º dia - Foz do Iguaçu/PR a Santa Helena/PR
Buenas camaradas.
Desafio. Talvez seja a palavra que melhor sintetiza o primeiro dia de viagem. A ansiedade que já não era pouca ficou ainda mais evidente nas horas antecedentes à partida. Afinal estava prestes a iniciar uma longa jornada, que justifica todos os meses de planejamento. E o começo da cicloviagem mostrou como será importante trabalhar bem a parte física e psicológica. 
A expedição começou no dia 09/07/12 às 06h10m em Foz do Iguaçu, uma segunda-feira muito fria, o termômetro marcava exatos 5°C, que na verdade não me assustava. Estava preocupado mesmo em não esquecer nada para trás, por isso verifiquei várias vezes toda a bagagem, que por sua vez, estava muito pesada, sobretudo, em razão do alforje dianteiro. A dúvida era se os bagageiros iriam aguentar todo aquele peso. E só havia uma forma de saber, partir.
  
Victoria pronta no dia anterior à partida.
Chegou a hora. Em direção à estrada.
Despeço-me da minha mãe e começo a pedalar os primeiros quilômetros em direção à BR 277. Ainda escuro, poucas pessoas estavam nas ruas para ver meu esforço em controlar a bicicleta, a direção estava extremamente pesada por causa do alforje. Pensei que era apenas questão de tempo até me acostumar com o novo equipamento. Assim, sigo mais 5 km até lembrar que, sem ser exceção à regra, também esqueço algo, dessa vez, meu chinelo. Ainda que não muito distante, resolvo não voltar.
Nascer do sol na BR 277, maravilha de paisagem.

Na estrada, os primeiros minutos foram de expectativa para a bicicleta aguentar firme. E para minha felicidade, tudo vai seguindo muito bem, pelo menos eu imaginava. Três horas depois chego a São Miguel do Iguaçu, 45 km distante de casa. Passo no local de trabalho do amigo Alexandre que viajou comigo na Expedição de Verão para Florianópolis. Converso com ele sobre o peso ser o principal motivo para o ritmo mais lento, afinal, completei o trecho de muitas subidas no dobro de tempo que geralmente costumo fazer.
 Camarada Alexandre.
Na saída de São Miguel sabia que mais subidas me esperavam.  O percurso até Missal sempre foi extremamente exaustivo. No entanto, tudo ficava ainda pior com o avanço cada vez mais lento. Já começava a suspeitar da possibilidade de chegar a Marechal C. Rondon no mesmo dia, como havia previsto. 
Às onze horas faço uma pausa para almoçar no balneário de São Miguel do Iguaçu e aproveito a estrutura do lugar para preparar uma comida simples, mas muito boa. Já penso na possibilidade em deixar parte da bagagem em Marechal, me restava pensar o que poderia ficar para trás, uma vez que tudo ali parecia tão necessário. 
Terminal turístico de São Miguel do Iguaçu
Terminal turístico de São Miguel do Iguaçu

  
Almoço.
  
Terminal turístico de São Miguel do Iguaçu
 Infelizmente o período da tarde não foi muito diferente, mais subidas intermináveis – com acostamentos praticamente inexistentes – e meu esforço para completa-las era cada vez maior. Para deixar tudo mais complexo, o vento contra aparece, logo depois, a chuva. Era o começo de viagem mais difícil de todos os tempos. Parecia que todos os fatores estavam aliados e me desafiando, imaginava-os me perguntando; É isto mesmo que você quer fazer? Está preparado para seguir viagem? A minha resposta era apenas seguir em frente, ainda que devagar. Avante.

Acostamento é luxo. 

Começava a escurecer e já procurava um lugar para passar a noite. Chego à base náutica de Santa Helena. São 18 horas quando paro em uma casa na beira da estrada e explico o que faço e o que preciso, no caso, apenas um espaço para montar a barraca e nada mais. O senhor que me atendeu disse não ser possível porque iriam sair. No entanto, recomendou que passasse na casa do “prefeito” do distrito, ele poderia ver algo para mim. Fui atrás e achei com facilidade a casa do senhor Hildo que estava na área junto com sua esposa. Novamente explico sobre a viagem. Com um pouco de receio ele permite que eu monte a barraca debaixo do pé de manga, maravilha. Assim, finalizo o primeiro dia com 97,8 km, 9h de pedal e uma velocidade média absurda de 10,86 km/h. 
 
 Primeira noite da expedição.
Às 19 horas estava dentro da barraca e pronto para descansar as pernas e foi o que fiz, já que dormir era impossível. O acampamento era na beira da pista que por sua vez, passa dentro do distrito. Para acrescentar, uma lombada na frente da casa. Logo, o movimento de veículos, sobretudo, caminhões e seus respectivos barulhos me proporcionaram apenas duas horas de sono. 

10/07/2012 - 2º dia - Santa Helena/PR a Marechal Cândido Rondon/PR

No dia seguinte saio da casa às 7 horas, não sem antes agradecer, me despedir do pessoal e verificar se havia algo estranho na bicicleta, principalmente com os freios, tudo aparentemente em ordem. Determinado, minha pretensão era completar os quase 70 km para Marechal. O percurso continua sem mudanças em relação ao relevo e infelizmente meu ritmo continua o mesmo. Nas subidas a velocidade era de 5 a 7 km/h e numa reta não passava dos 20 km/h. Seria mesmo o peso extra? 
 
 Lago de Itaipu - Santa Helena
 
  Lago de Itaipu - Santa Helena
Lago de Itaipu - Santa Helena
Lago de Itaipu - Santa Helena
 Almoço em Entre Rios do Oeste, mais exatamente no balneário da cidade, é mais um parque de lazer construído no lago de Itaipu, faço minha comida e depois converso com o segurança do local que entre outras coisas menciona a passagem de outros cicloturistas pelo lugar. Uma hora depois vou novamente para a estrada.
Inesperado. Em Pato Bragado, um cara na frente da prefeitura me deseja sucesso na viagem, ainda agradeço quando ele diz que está seguindo meu blog, instantaneamente paro e procuro saber quem era. Ele é o Edson que recentemente me adicionou nas redes sociais. É bom encontrar pessoas que conhecem e se identificam com o projeto.
Pato Bragado, portal germânico.
 Da série; coisas que a gente vê pelo caminho.
Descer para subir, funciona assim.
Com muito sacrificio venço cada subida pelo caminho e às 17 horas finalmente estou em Marechal, onde morei por quatro anos no período da faculdade. Na entrada da cidade observo a paisagem que de alguma forma me inspirou a viajar e conhecer o que existe além do horizonte. Segundo dia finalizado: 69,76 km em 6h56m e velocidade média de 10,03 km/h.
  
Finalmente, Marechal.
Paisagem. Novos horizontes.
Aqui, conforme combinado, estou na casa do amigo Altair. Na hora de tirar o alforje dianteiro tenho uma surpresa. O bagageiro prensou um dos lados do freio e assim finalmente entendo o motivo de tanto sofrimento. É certo que estava com muito peso, mas para além disso, vim de Foz até aqui com o freio da frente puxado, sem saber. Que desafio!
O problema seria fácil de resolver, bastava abrir a parte do bagageiro que estava pressionando o freio. Fiquei em Marechal para descansar e aproveitei para passar na Bicicletaria do Lírio, que sempre atende bem o pessoal e lá já deram um jeito em deixar tudo perfeito novamente. 
  
11/07/2012 - 3º dia - Marechal Cândido Rondon/PR (Folga)

Em Marechal C. Rondon. Hoje foi dia de lavar roupa, reogarnizar a bagagem e escrever os relatos. Amanhã vou para a estrada novamente, destino: Mato Grosso do Sul. Dessa vez vou com menos peso, deixei algumas roupas aqui. A tendência é ter um pedal mais tranquilo. O relato não será sempre assim, detalhado. Mas estou sossegado no momento e acho que esse começo merecia ser contado dessa forma.
Abraço a todos.
Hasta.


12/07/2012 - 4° dia - Marechal Cândido Rondon/PR a Guaíra/PR


Acho que também posso abusar dos clichês, assim; nada como um dia após o outro. Depois das dificuldades dos primeiros dias, a situação mudou, para minha felicidade. Descansado, saí da casa do amigo Altair por volta das 10 horas, não havia necessidade de madrugar. Ainda no centro de Marechal Rondon, vou à Bicicletaria do Lírio para me despedir dos amigos e fazer um registro fotográfico.
Camarada Altair
Na bicicletaria, o Lírio me presenteia com um protetor de orelhas contra o frio e também uma camiseta. Para, além disso, ele e a Marlise me avisam que em Guaíra eu poderia ficar na casa de seus amigos. Resolvi aceitar a sugestão e assim peguei o endereço e telefone. Tirei a foto com o pessoal e segui em direção à última cidade antes de entrar em território sul-mato-grossense.
Bicicletaria do Lirio: Altair, eu, Marlise e o Lirio. 
Com o problema do bagageiro/freio resolvido, a bicicleta volta a andar normalmente e o ritmo aumenta mesmo com as subidas até a cidade de Mercedes, depois o relevo não fica muito acentuado e a pedalada é ótima, facilmente consigo manter 25 km/h e sigo adiante. Ventos são constantes, de lado, contra e um trecho, a favor, ainda bem.
Plantações extensivas
  
 Mais agricultura.
  
Pórtico de Mercedes.
Obras na BR 163 requer mais atenção de quem transita pela mesma. Essa informação já era de meu conhecimento graças às dicas do cicloturista Sérgio que saiu no começo de julho de São José dos Pinhais e foi no pedal para Guaíra na companhia de alguns amigos. Assim, não foi nenhuma surpresa a situação da estrada que realmente precisa de cuidados.

Paisagens na BR 163

Resolvo almoçar mais tarde e apenas às 14 horas acho um lugar legal para fazer o almoço. Era um salão de festas de uma comunidade rural 15 km antes de Guaíra. Claro, parei no local e pedi permissão para uma mulher que trabalha no estabelecimento ao lado. Feito isso, preciso apenas degustar minha refeição; macarronada com sardinha. Delicia.
Almoço.

  
 Finalmente, Guaira. 
Em Guaíra encontro facilmente os amigos do Lírio. Luís, sua esposa e família me recepcionam de uma forma incrível, me trataram muito bem. Tivemos ótimas conversas e risadas, sobretudo, relacionadas a viagens, uma vez que o pessoal também costuma estar na estrada, ainda que não necessariamente de bicicleta.
Essa relação com as pessoas é uma das coisas que mais me emociona no cicloturismo. Não existe rotina em uma viagem assim. Encontramos paisagens diferentes e quase sempre não sabemos onde iremos almoçar ou dormir. E muitas vezes nos surpreendemos com as pessoas que conhecemos pelo caminho e sua enorme hospitalidade. Como é bom chegar a um local e sentir-se bem acolhido, faz toda a diferença para renovar as energias para o dia seguinte.
Agora fico por aqui até amanhã, quando sigo para Mato Grosso do Sul. Não se pode negar hospitalidade. Vale lembrar que tive a minha disposição um motor-home inteiro. Experiência inédita considerando que jamais estive no interior de um veículo desse tipo. A estrutura é incrível.
 Assim, finalizo o dia com 70 km em 4h20m e velocidade média de 16,11 km/h.
Vou para meu quinto dia de viagem e até agora gastei apenas 11 reais com uma fita isolante, chave para regular raio e internet. Espero continuar a viagem de modo econômico, assim será possível completar todo o percurso. 

13/07/2012 – 5° dia – Guaíra/PR a Naviraí/MS

Após uma noite bem fria em Guaíra, está na hora de arrumar as coisas e seguir viagem. Antes de partir, tomo um café da manhã, faço um registro fotográfico com o Luís e sua família, agradeço imensamente e antes das 07h30min vou em direção à ponte Ayrton Senna sobre o Rio Paraná. 
 
Ótima recepção em Guaira.
A ponte tem quase 4 quilômetros de extensão, não me lembro de ter passado em outra com essa dimensão. Uma placa indica que é proibido o tráfego de ciclistas e pedestres, mas sem alternativas ou problema com a polícia, presente metros antes, sigo os longos quilômetros até a outra margem. O nascer do sol em combinação com o clima extremamente frio resulta em paisagens magnificas. 

Ponte Ayrton Senna
 Ponte Ayrton Senna
 Nascer do sol maravilhoso.
Por curiosidade, vale lembrar que antes da formação do lago de Itaipu em razão da construção da hidrelétrica em Foz do Iguaçu, existia as sete quedas, uma obra da natureza que deixa saudosos aqueles que tiveram a oportunidade em conhecê-la.
Primeira divisa. Com muita felicidade chego ao Mato Grosso do Sul, o primeiro entre vinte estados brasileiros que devo conhecer no pedal. Estive no leste do MS há muitos anos quando fui pescar com meu avô em Três Lagoas. No entanto, a sensação de ingressar em outro estado, de bicicleta, não tem igual. Assim, tenho que obrigatoriamente parar e sacar uma foto do momento.
  
 A primeira divisa; Mato Grosso do Sul
10 km após a ponte encontra-se a estrada que segue para o Paraguai. Do outro lado da fronteira, Salto del Guaira, comércio um pouco parecido com Ciudad del Este estimula a visita de muitos brasileiros em razão dos preços mais baixos. Outdoors das lojas no país vizinho existem desde a cidade de Mercedes até o trevo de acesso à fronteira.
 
 Acesso ao Paraguay.
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Aqui no Mato Grosso do Sul o horário é alterado. Uma hora a menos em relação a Brasília.
A configuração da paisagem muda notoriamente. Se no oeste paranaense prevalecem as plantações extensivas, nesta região do MS ela cede espaço para as pastagens e a criação de gado. Claro, em algumas partes é possível encontrar o cultivo de milho, por exemplo, mas nada comparado aos hectares do estado vizinho.
Essas terras a perder de vista, voltadas à pecuária, justificam os vários acampamentos na beira da estrada. Pessoas mobilizadas reivindicam o espaço no qual outrora foram expulsas. Não posso dizer, no momento, se esses movimentos fazem parte do MST, em todo caso, a conhecer a história deste, acho a luta digna.

Acampamentos
 Acampamentos
Mito. Esse papo que no Mato Grosso do Sul tem apenas planície é a maior mentira. Ao menos a região sul tem uma série de sobe e desce, parecida com aquela da BR 277. No entanto, agora a rodovia é outra, a conhecida BR 163. Placas pelo caminho indicam o alto índice de acidentes. Não é à toa que fincadas à beira da estrada é possível verificar cruzes referentes às vitimas de um trânsito perigoso.
A estrada de mão simples e com um fluxo intenso de caminhões, somado à imprudência constante dos motoristas, o resultado não poderia ser diferente. Só quem está no dia-a-dia da rodovia pra ver as barbaridades que acontecem; excesso de velocidade, ultrapassagens em locais proibidos e tantas outras. coisas impossíveis de acreditar. Sem dúvida me sinto mais seguro na bicicleta do que em qualquer outro veículo.
Na BR 163 as placas também mostram que a pista não contém acostamento, contudo, existe um pequeno espaço de pouco mais de um metro que possibilita a circulação de uma bicicleta. É preciso pedalar com atenção. Os caminhões, principalmente eles, ao passarem bem ao lado da bicicleta desestabilizam a mesma com facilidade em razão do vento proporcionado, sobretudo, daqueles com maior carga.
Na cidade de Eldorado almoço em restaurante pela primeira vez na viagem. Estava na hora de aproveitar um buffet. E como não poderia ser diferente, me alimentei muito, muito mesmo. Nem vou dizer a quantia pra não passar vergonha aqui. Por algum motivo, almocei, peguei a bicicleta e fui para a estrada. Sempre costumo descansar após a refeição, mas a vontade de pedalar foi atendida. Parei apenas quilômetros depois na cidade de Itaquiraí em um posto de combustível para pegar água gelada e comer um pacote de bolacha.
Entre Itaquiraí e Naviraí o tráfego de caminhões longos é enorme. Muitos transportam máquinas agrícolas e cana-de-açúcar, esta última tem sua plantação presente nesta região e fica mais visível nas proximidades de Naviraí com a presença das usinas. Aliás, antes de chegar à referida cidade, passei por um canavial em chamas (processo para o corte da cana), foi tenso encarar aquela fumaça, por sorte estava numa descida.
Pôr-do-sol em Naviraí
Resolvi acampar em posto de combustível pela primeira vez nesta viagem. Entre as entradas/saídas de Naviraí só existe este posto, ou seja, não é difícil acha-lo, mas infelizmente não lembro o nome. Cheguei, conversei com um pessoal que me indicou ficar numa casa abandonada nos fundos do posto. Apenas recomendaram pedir permissão ao dono. Com a resposta positiva fui ao lar, na verdade era uma oficina desativada. Não estava muito limpa, mas pareceu segura, uma vez que tinha uma porta que permita a colocação do meu cadeado. Precisei apenas montar a barraca, fazer a comida e dormir.
Finalizei o dia com 134 km em 9h01m e velocidade média de 14,91 km/h.

14/07/2012 – 6° dia – Naviraí/MS a Dourados/MS

Mais um mito. Pensar que não faz frio no Mato Grosso do Sul. Foi a noite mais fria da viagem, fui dormir apenas de camiseta e durante a madrugada comecei a sentir um pouco de desconforto em relação à temperatura, acordei e fui fechar o saco de dormir (projetado para extremos -23°). Ao amanhecer meu termômetro marca 0°C. Não foi difícil entender o porquê do desconforto.

Noite fria dentro da oficina abandonada.
 Entrada da cidade indica a fauna que iria encontrar pelo caminho.
Dia tranquilo, em partes. Como a noite foi fria, resolvi sair pra pedalar apenas às 9h15m. Na saída da cidade fotografei o portal que indica os animais típicos do estado. Até a cidade de Juti foi uma maravilha, apareceram os trechos planos e pra comemorar resolvi ouvir umas músicas. Com uma seleção musical de primeira, fico ainda mais empolgado com a pedalada e a velocidade média aumenta bastante. Uma boa música faz toda a diferença, com certeza.
Após Juti encontro essas barracas que vendem coisas à beira da estrada, estava desativada, mas com pia, churrasqueira e água. Lugar perfeito para fazer o almoço. Satisfeito, espero um pouco e sigo para a estrada. A situação agora é outra, subida novamente. O jeito é ter muita paciência, se eu começar a me incomodar com isso não aproveito nada da viagem, ainda mais que tenho a Cordilheira dos Andes pela frente.
 A perigosa estrada.
Criação de gado e plantação de milho, resume essa parte da viagem.
Com o ritmo bom da manhã acho que é possível chegar até Dourados. Muita subida até Caarapó e o sol começa a desaparecer no horizonte. Se quisesse ir parar na cidade pretendida, seria necessário pedalar pela noite. Não estou muito disposto a fazer isso durante a viagem, ainda mais numa estrada que nem esta. No entanto, ligo o farol e a lanterna traseira no modo intermitente e sigo com as lembranças de outras pedaladas pela noite que não foram fáceis. Mas também me recordo das sábias palavras do Amyr Klink; transformar o medo em respeito e o respeito em confiança. De algum modo era isso que conseguia fazer e tranquilamente pedalava em direção à Dourados, aonde chego por volta das 20h (horário de Brasília). 

Entrada de Caarapó
 Em direção a Dourados pela BR 163
Foram pedalados: 144 km em 8h45m e velocidade média de: 16,54 km/h
Como fiquei sem tomar banho no dia anterior e cheguei de noite aqui na cidade, fui procurar um hotel barato. Achei um próximo ao centro. Chorando, a diária caiu de 40 para 34 reais com banheiro no quarto e café da manhã. Tomei um ótimo banho, carreguei as pilhas e a bateria do netbook e agora vou para Maracaju, cerca de 100 km.
Mudança. Resolvi alterar o roteiro, na verdade, vou acrescentar um destino; a cidade de Bonito. O pessoal lá em Guaíra e Naviraí disse que não poderia deixar de passar lá, portanto, irei conhecer e ver com meus próprios olhos se a cidade faz jus ao nome que tem. Com esse novo traçado, não preciso passar em Nioaque e Aquidauana. Depois de Bonito, vou direto para Miranda e posteriormente Corumbá.
São mais de 500 km pedalados até o momento o corpo fica mais fortalecido a cada dia, não sinto nenhuma dor, o que é muito bom, espero continuar assim. Também pretendo ir neste ritmo de 16 ou 17 km/h de velocidade média, assim, faço 50 km em 3 horas e posso completar 100 a 150 km diários tranquilamente.
Acho que agora mandarei notícias em Corumbá, antes de ingressar na Bolívia.
Abraço a todos.

15/07/2012 - 7° dia - Dourados/MS a Maracaju/MS

Fiquei no hotel até minha diária expirar, aproveitei o tempo para atualizar o diário de bordo. Assim, já passava do meio dia quando resolvi encontrar o caminho para Itaporã, cidade entre Dourados e Maracaju, este último, meu destino final no dia.
Para minha tristeza, meu estoque de macarrão findou-se. Estava com fome e sem nenhuma vontade de gastar, já que o hotel embolsou uma grana alta no dia anterior. Abri um pacote de bolacha pra ver se segurava a fome, sem sucesso. O jeito foi seguir pelas ruas de Dourados e ver até onde iria naquelas condições. A saída para Itaporã foi fácil de achar. O trajeto de 20 km até a cidade é bem tranquilo, pista dupla e acostamento gigantesco, apenas uma subida.

 A cidade do peixe.
Em Itaporã, um mercado acabara de fechar. Andei mais alguns metros e encontrei um restaurante, buffet a dez reais, não hesitei em parar. Fui comer com o pensamento que iria ficar sem a janta, visto que estava sem estoque de alimento na bicicleta. Enchi a barriga, comida simples, mas uma delicia. Tinha um bobó de frango bem caprichado. Depois conversei com dono do estabelecimento que por sinal era de Marechal Rondon.
Após o almoço, sigo no meio da cidade de Itaporã para achar a saída para Maracaju, pelo caminho encontro uma mercearia aberta, num domingo, depois das 14 horas, só poderia estar à minha espera. Comprei macarrão para dois dias, assim não pesa muito. Aliás, em relação a isso, a carga está bem mais leve como já era de se esperar. Afinal, a comida se acaba, ainda mais com um ciclista faminto a bordo.
De Itaporã até Maracaju são mais de 70 km, trajeto plano na maior parte. Tinha até esquecido como era pedalar por retas sem fim. Mas longe de mim, reclamar, pelo contrário, nesta condição é possível aplicar um ritmo melhor. Complicado é observar extensas plantações de milho pelo caminho. Sim, agora já é possível equiparar essa região ao oeste do Paraná. Também foi triste ver árvores derrubadas para ceder mais espaço para a criação de gado.
 Triste realidade
 Me acompanhou um bom trecho em cima do alforje.
Pena que entre essas cidades não existe posto de combustível e fazendas próximas à estrada para pegar água. Desse modo, economizei até o limite, mas infelizmente fiquei sem refrescar o “motor” por mais de 20 km, distância percorrida de noite.
A MS 156 que vai para Maracaju é bem calma, diferente das rodovias anteriormente percorridas na viagem. Portanto, pedalar de noite aqui foi tranquilo. Pra esquecer a falta de água, consegui trabalhar o psicológico, liguei o mp3 e ouvi música até chegar às 20 horas no local pretendido.
Como o dia de pedal começou ao meio dia, rendeu bastante. Foram pedalados 94 km em 5h49m e 16,18 km/h de velocidade média. Esta diminuiu em razão do trecho realizado no escuro, quando é preciso reduzir o ritmo pela própria segurança.
Aqui na cidade, parei em um posto de combustível (Posto 13) e perguntei onde era possível acampar. Para minha total felicidade me disponibilizaram a área de uma transportadora, a única exigência foi que a minha saída ocorresse antes do pessoal da empresa chegar. Sem problema nenhum. Será bom acordar cedo, quero fazer uma boa quilometragem amanhã e quem sabe chegar até a cidade de Bonito.

16/07/2012 - 8° dia - Maracaju/MS a Guia Lopes de Laguna/MS

Levantei bem cedo, conforme combinado com o pessoal do posto. Às 6 horas da manhã (horário de Brasília) estava arrumando minhas coisas, logo depois começava outro dia da minha viagem. Fui em frente em direção à Bonito que não ficava próximo, tinha consciência disso e achei mesmo que iria ficar em alguma cidade antes, talvez Jardim. Na verdade foram horas a pensar o que iria fazer. A dúvida era se realmente deveria passar em Bonito como me recomendaram ou seguir para Nioaque que estava no meu roteiro. Queria ouvir pessoas de cidades da região para determinar minha direção.
A BR 267 de Maracaju até Guia Lopes de Laguna parecia ser igual a do dia anterior, longas retas, plantações de milho e quase nenhum lugar para pegar água, maravilha. Na saída do Posto 13 perguntei para o frentista sobre algum posto de combustível nesta estrada. Me falou que em 40 km havia um. Ele quase acertou. Passaram-se 50 km e quando finalmente apareceu, estava desativado. A sorte é que estava tranquilo de água, acho que o tempo nublado ajudou. Para quem um dia passar por aqui, uma alternativa pode ser próximo ao km 420. Existe uma fazenda com silos enormes. Logo na entrada tem bebedouro e banheiro. Na ausência de responsáveis, peguei água normalmente.

BR 267 em direção à Guia Lopes de Laguna
 Começa a aparecer as montanhas
Mas ainda faltava aparecer alguém para me orientar melhor sobre o que conhecer em Jardim e/ou Bonito. Eis que surgem dois trabalhadores que ajudavam na conservação da estrada. Eles são de Jardim e falaram sobre os balneários, um em cada cidade. Mas não souberam precisar no mapa a localidade deles, assim, não adiantou muito. Agradeci e segui.
Pela primeira vez no Mato Grosso do Sul começo a ver várias espécies de pássaros. Nos dias anteriores não via nem mesmo os pardais. Agora a situação é diferente, pica-pau do papo amarelo, carcarás, um  pássaro amarelo que desconheço o nome, e mais alguns começam a despertar minha atenção. O que não esperava encontrar, e infelizmente, sem vida, foram algumas capivaras ao lado do acostamento, que por sua vez, margeava uma pequena área alagada. 
Aves. Finalmente começam a aparecer.
Com o dia nublado, muito vento e sem nenhuma infraestrutura pelo caminho, a fome chega mas não tenho lugar para fazer o almoço, ao redor, apenas plantações de milho. O negócio é enganar o estômago com paçoca e bolacha.
São quase 14 horas quando o cenário começa a mudar. No horizonte as montanhas da Serra de Maracaju começam a embelezar a paisagem e não demora muito para encontrar sinal de vida. Primeiro, uma aldeia indígena, mas resolvo não parar, não me pergunte o porque. No entanto, pouco depois um sitio à beira da estrada. Passo devagar para analisar a situação e logo os latidos começam. Com os cachorros vieram também duas crianças, que sorte.

 
Serra de Maracaju.
  
Serra de Maracaju.
Rapidamente explico a elas que preciso de um espaço para preparar o almoço e peço que chamem uma pessoa responsável. Dona Cida, avó de um deles me recebe e não se importa em ceder um lugar protegido do vento. Enquanto a comida fica pronta, converso sobre as mais diferentes coisas. Na verdade, respondo um questionário enorme sobre a viagem. Imagina a curiosidade das crianças. Elas eram de Guia Lopes de Laguna mas passavam as férias com a avó, que por sua vez, mora com a irmã, Denise que é surda e muda mas tem um sorriso encantador, do tamanho do mundo.
 O pessoal no sítio.
As surpresas são de ambos os lados, o pessoal com a minha viagem e eu com o fato da dona Cida morar apenas com sua irmã, longe de tudo e quase todos, afinal os índios estavam logo ali. Por falar neles, ouço que são amistosos e apenas se matam entre si. Como é que é? Isso mesmo. E ainda brigam na base do punhal e flechada, dizia a senhora com uma cara de quem não estava a brincar. Um tempo atrás alguns jovens haviam matado um senhor com uma dessas formas.Sinistro.
Com o almoço pronto, me alimento rápido e na sequencia vou para a estrada. A chuva dava sinal que não iria demorar. Com a serra é normal que algumas subidas estivessem presentes, mas nenhuma era de assustar. Descidas nas mesmas proporções. Ainda completo esse sobe e desce quando os primeiros pingos aparecem. Lá vou eu conferir se a bagagem está toda protegida, depois coloco a minha jaqueta impermeável e mais pedal. Havia pego chuva apenas no primeiro dia de viagem mas não foi muita coisa. Agora sim era água suficiente pra sujar ainda mais a Victoria.
A chuva cai e eu continuo sem saber em que cidade parar. No trevo que vai para Nioaque converso com um senhor no posto de combustível. Pergunto; O que não posso deixar de conhecer em Bonito? Ele responde: As mulheres bonitas. Tive que rir. Depois ele disse sobre o balneário mas sem muitos detalhes. Naquela altura resolvo não ir para Nioaque e sigo para Guia Lopes de Laguna.
Na saída de Guia Lopes a chuva continua forte e fica difícil encontrar alguém para pedir informação sobre o que conhecer em Bonito. Vale lembrar, que eu não esperava passar por esta cidade turistica, por isso não tinha informações sobre a mesma. Enfim, resolvo parar no último posto de combustível de Guia Lopes.  Faço isso na esperança que alguém ainda me ajude. Estaciono a bike e o pessoal na labuta não abre espaço para conversa. Bem sossegado, vejo a chuva continuar forte enquanto como mais bolacha. Do nada surge um senhor do meu lado, minha sorte começa a mudar.
O senhor mencionado acima era o Valdecir, dono do posto com a bandeira Taurus. Alguém que finalmente me explica melhor sobre os pontos turísticos das cidades em questão. O município de Jardim, segundo ele, era muito arrumado e tinha um balneário para conhecer. Assim como em Bonito, onde os passeios para as variadas atrações eram reservados somente através das agências. Ai meu bolso, pensei. Falou-me sobre o Rio Formoso e suas águas cristalinas e o buraco das Araras.
Parte da minha dúvida estava esclarecida. Agora restava saber se continuava em direção à Jardim, pousava e conhecia a cidade ou seguia para Bonito e parava em alguma fazenda, considerando que já passava das 16 horas e com aquela chuva não tinha chance de vencer mais 65 km. Foi quando, inesperadamente o Valdecir pergunta se não quero pousar nos fundos do posto. Pensei um pouco e aceitei. Minhas outras opções não eram muito boas. O lugar reservado é a marquise de alguns escritórios, protegia da chuva e vento, perfeito. Apenas esperei o pessoal ir embora e montei acampamento. A chuva para e o vento aumenta. O frio chega absurdamente rápido.
Já com acampamento montado e dentro da barraca, ouço os caminhoneiros estacionarem seus veículos próximos de onde estou. Não demora muito e começo a ouvir vozes e barulho de panela. Poucos minutos depois aparece um cara na porta da barraca com um copo na mão e me oferece pinga. Obviamente, recuso. E então ele me chama para jantar com o pessoal. Era uma turma de Campo Grande que faz entrega de mercadoria por essa região aqui.
Resolvo ir conversar com os caminhoneiros, eles poderiam me falar melhor sobre as cidades por onde vou passar e ainda ganhava a janta, que naquela altura iria ser uma boa, ainda não tinha feito a minha comida e estava cansado pra preparar alguma coisa. Vou dizer pra vocês, foi uma boa decisão. Ri demais com aquele pessoal, a começar pelos apelidos; Tatu, Negão, Cabeça, Gordo e outro que não soube o nome. Para além de muita conversa fiada, souberam me informar com precisão sobre os principais pontos turísticos de Bonito. Falaram muito bem sobre o Rio Formoso e o Balneário Municipal. Estava decidido, no dia seguinte iria para Bonito e não mais Jardim.
Enquanto a janta ficava pronta a galera me passou mais detalhes sobre a estrada de Bonito até Miranda, nesta última começa o pantanal, onde o pessoal também forneceu dicas interessantes, como por exemplo; o Bar da Maria, próximo de Corumbá, muitos devem conhecê-la. Ela simplesmente chama o jacaré pelo nome para dar-lhe comida. Vi uma reportagem sobre ela na televisão. Achei muito interessante, não posso deixar de conferir isso pessoalmente. Por falar em jacaré, disseram que irei encontrar muitos à beira da estrada. Não vejo a hora. Agradeço o pessoal pela conversa e a janta e assim vou para a barraca, finalmente descansar.
O dia terminou com 118 km em 07h30min de pedaladas e velocidade média de 15,79 km/h.

17/07/2012 - 9° dia - Guia Lopes de Laguna/MS a Bonito/MS


Noite fria. Por isso resolvi não sair tão cedo. Afinal, para chegar a Bonito seriam apenas 65 km. Pois bem, me enrolei e acabei por ir à estrada apenas às 10 horas da manhã. No posto tive uma baixa, minha toalha de rosto caiu dentro do vaso sanitário, sem chance de recuperação. Paciência. Me despedi do pessoal e no trevo ao lado segui em direção à Bonito e não a Jardim, que havia sido uma opção no dia anterior.

Difícil. Muito difícil continuar assim, é complicado prestar atenção na estrada com tanta natureza ao redor. Surpresas para todos os lados. Pedalei pouco mais de 8 km e ouço um barulho nas árvores, logo depois o grito inconfundível da Arara. Com o tempo nublado ficou difícil encontra-la mas ainda assim foi possível identifica-la entre as folhas. Enquanto registrava o momento, outro som nas proximidades indicava a presença de mais uma ave. Sem erro, um pica-pau no tronco da árvore. Se não bastasse isso, nem preciso sair do lugar para ver tucanos sobrevoando a estrada. Incrível.
 
 Arara-Canindé
 Pica-pau
 Pica-pau do papo amarelo.
 Tucano.
 Emas
 Da série: Coisas que a gente vê pelo caminho.
Não poderia começar o dia de forma melhor. Fiquei em puro êxtase com a fauna que se apresentava, mais e mais espécies apareciam para me desejar as boas vindas. Nossa, são momentos como estes que você simplesmente entende o porque gosta de sofrer horas e horas na estrada, na chuva, no frio, pelas subidas e pistas sem acostamento e tantos outros obstáculos. É pra observar e absorver situações como estas.
Os carros passavam por mim em alta velocidade e eu pensava; coitados, não sabem o que estão a perder. Sorte a minha em poder curtir a natureza desta forma. Claro, minha velocidade ficou cada vez menor. Para ter uma idéia, até mesmo nas descidas andava com o freio puxado para não perder nenhum detalhe da exuberante fauna pelo caminho.

 
 Urubu
 
 Carcará
 Ave não identificada
Ave não identificada
Seriema
  
 Da série: Coisas que a gente vê pelo caminho.
 
 Aves em áreas alagadas à beira da estrada.
Serra da Bodoquena. Uma placa na estrada orientava sobre as montanhas ao horizonte. Com exceção do acostamento ruim, o percurso até Bonito foi bem tranquilo. Chego na cidade por volta das 14 horas. Ainda na estrada passo pela a ponte sobre o Rio Formoso, vou espiar e me surpreendo com a cor da água. Sigo mais um pouco e duas rotatórias depois as placas apontam o caminho para o Balneário Municipal. A rua de paralelepípedos com extensão de 1km leva ao referido local. No entanto, absurdos 20 reais são cobrados para passar o dia sem poder acampar. Resolvo não entrar e vou ao camping ao lado.

Serra da Bodoquena.
 Em direção à Bonito.
 Gavião.
Serra da Bodoquena próximo a Bonito.
 Finalmente, vou conhecê-lo.

Olha a cor da água.

 Em Bonito.
  
 Na ponte de madeira em direção ao Balneário Municipal.
 
 Rio Formoso.
Camping Rio Formoso, não esqueçam desse nome. Aqui uma mulher me atende e diz que a diária é 25 reais. A estrutura é excelente e ainda tem acesso ao Rio Formoso, o mesmo do Balneário. Mas esse preço é alto. Choro um pouco e fica por 20 reais. Maravilha. 
 
 Aves na área do camping.
 
 Aves na área do camping.
 Moradia do "Jão"
 Aves na área do camping.
No camping, a primeira coisa é montar acampamento em um dos vários quiosques disponíveis. Em seguida vou lavar a Victoria, coitada, estava muito suja. Até a relação mereceu cuidados específicos. Todo o processo durou mais de uma hora. Enquanto isso, admiro as espécies de pássaros que sobrevoam o camping, mais araras, tucanos, maritacas, entre outras.
O rapaz que cuida do camping e não estava presente quando cheguei vem fazer minha ficha. Muito solícito me passa todas as informações sobre os passeios. Funciona da seguinte forma; Todas as atrações devem ser reservadas através das agências (toda tem preço tabelado) que emitem um Voucher com direito à entrada no local desejado. São dezenas de lugares para conhecer. A cidade é conhecida como a capital do ecoturismo. No entanto os preços são altos, sobretudo, agora na alta temporada, período de férias.
Um dos passeios mais baratos e imperdíveis é para a Gruta do Lago Azul, 36 reais sem o transporte. O rapaz do camping liga em uma agência e infelizmente tem vaga apenas para depois de amanhã e o transporte para uma pessoa seria de 70 reais. Descarto na hora, muito dinheiro. Penso que conhecerei em outra oportunidade.
Só depois disso tudo vou para o banho e ai sim resolvo “almoçar”, na verdade já era uma janta. O dia finaliza com exatos 62, 53 km em 4h44 de pedal e velocidade média de 13,20 km/h

18/07/2012 -  10° dia - Folga (Bonito/MS)

A noite foi extremamente fria. Termômetro registra 0°C novamente. Acordo bem cedo e vejo tudo branco, sinal da geada. Vou em direção ao Rio Formoso que passa numa área aos fundos do camping. O sol nasce neste momento e a paisagem é encantadora. Me aproximo do rio e ouço o som da cachoeira, quando vejo com meus próprios olhos é incrível e difícil de acreditar na beleza do lugar, simplesmente magnífico. Caminho pelas margens do rio e registro a grama congelada, a temperatura realmente foi baixa. 

Minha casa


Camping e o sinal da geada.

Camping Rio Formoso.


Geada.

Maravilha de momento.

Enfrento qualquer frio pra ver isso.

Tudo branco..

Reflorestamento.

Reflorestamento. 

Paisagem

Rio Formoso.

 Rio Formoso.

Rio Formoso. 

Rio Formoso. 

Detalhes.

Resultado da noite congelante.

Resultado da noite congelante.

Resultado da noite congelante.

Rio Formoso.

Camping RIo Formoso.

 Casinha
Resumidamente, quem deu o nome de Bonito para a cidade estava sendo humilde. Vale a pena conhecer. Fique tão impressionado com o Rio Formoso que resolvi ir ao centro (6 km do camping) para ver sobre o passeio da Gruta Azul. No centro de informações ao turista me disseram que realmente o preço é tabelado e a diferença está no transporte oferecido. Sendo assim, procuro uma agência e resolvo ir de bicicleta conhecer uma das atrações principais, que fica a 25 km de onde estou. Perfeito. Ainda vou ao mercado fazer a reposição de bolacha, macarrão e ainda comprar um chinelo.
Na volta para o camping, outra surpresa. Uma boiada na estrada. Era uma comitiva que viajava para Sidrolândia, mais de 200 km. São 500 cabeças de gado que andam 10 km por dia. Ainda assim o rapaz me disse que compensa financeiramente e o animal ainda se alimenta na estrada. E eu que pensei já não existir esse tipo de coisa. Foi interessante. Aproveito o resto do dia pra curtir o lugar, novamente sigo para o Rio Formoso.
Inusitado.

 200 km de viagem.

 Arara-Canindé no camping.

Arara-Canindé no camping.

Entre um passeio e outro, macarronada. Miojo é coisa do passado.

Rio Formoso.

Rio Formoso. 

Rio Formoso. 

Rio Formoso. 

Rio Formoso. 

 Rio Formoso.
Dia com 16, 47 km em 1h21 e velocidade média de 12,16 km.

19/07/2012 - 11° dia -  Folga (Bonito/MS)

Hoje fui conhecer a Gruta do Lago Azul, é simplesmente lindo. Por falta de tempo, coloco as fotos nas próximas postagens. Amanhã, após dois dias e meio aqui em Bonito ,sigo para a estrada, agora o destino é Miranda, já no Pantanal. Agora é encarar os jacarés.














Muito obrigado pelos comentários e pensamentos positivos. Isso é muito importante.

Abraço a todos.



20/07/2012 - 12° dia - Bonito/MS a Miranda/MS

Que dia! Fui sair do Camping Rio Formoso por volta das 10 horas (horário de Brasília). Como lavei a Victoria no primeiro dia em Bonito, a bagagem estava toda dentro da barraca e por isso, hoje levou um bom tempo para colocar tudo em seus devidos lugares. Me despedi da Margarida, proprietária do local e agradeci muito, afinal tive desconto em duas diárias e ganhei outra.

Entrada do camping, agora com logo DAP.
 Nosso grupo: Do Atlântico ao Pacífico.
 Camping.
 Entrada Camping RIo Formoso.
Minha pretensão era chegar à Miranda, mas confesso que não acreditei muito nisso, afinal seriam 135 km. Com a saída tardia o objetivo foi alterado para o mais próximo possível do município em questão. Antes, passei no centro de Bonito, registrei a Praça da Liberdade e segui sentido à Bodoquena pela rodovia MS 178.
 
 Caminho entre o camping e o centro de Bonito.
 
 Obrigado, obrigado.
  Praça da Liberdade
Praça da Liberdade
A estrada nos primeiros 30 km é ótima, terreno plano, asfalto novo, inclusive no acostamento, e o tráfego de veículos é baixo. Mas tudo acaba muito rápido. A Serra de Bodoquena – que separa a região de Bonito do Pantanal – prevalece e logo as subidas começam e a rodovia fica sem sinalização nenhuma. Mas o pior foi ouvir um estalo, parei e fui verificar se tinha sido na bicicleta. Infelizmente sim. Um raio traseiro quebrou e começou a ter um barulho chato. Decido que na próxima cidade vou em busca de uma oficina para arrumar antes que outros raios tenham o mesmo destino.
 Subidas e estrada sem sinalização.
 Serra da Bodoquena.
Sol na cara
Os caminhoneiros lá de Guia Lopes de Laguna já haviam me informado sobre um trecho sem asfalto nesta rodovia. Encontro um senhor à beira da estrada e pergunto quando começa a estrada de terra. Ele responde que é antes da cidade de Bodoquena e que deveria ter aproximadamente 6 km. Sigo adiante.
A fome chega logo, afinal, no meu horário biológico já está na hora do almoço, no entanto, não encontro nenhum lugar para almoçar ou preparar a comida, resolvo seguir, No caminho, a serra se impõe em todo horizonte. Também é visível toda uma fauna exuberante. Mais seriemas, tucanos, araras, papagaios, emas e outras aves que aparecem pelas matas ao redor. 
Fauna pelo caminho.
 Fauna pelo caminho.
Fauna pelo caminho.
Resolvo abrir um pacote de bolacha e observar a natureza, o almoço poderia esperar. Afinal, no camping fiz um café da manhã reforçado com granola, leite e bananas. É bom frisar que não me alimento apenas de bolacha e macarrão. Sempre que possível tomo leite, compro frutas e quando almoço em restaurante, o cardápio variado é muito aproveitado.
Rios com águas cristalinas.
 Rios com águas cristalinas.
Os quilômetros passam e fico a espreita de algum lugar pra fazer o bendito almoço e nada, nenhum lugar bacana para proteger do vento. Resolvo apenas seguir e assim esqueço-me do almoço. 54 km depois de Bonito começa o pavimento sem asfalto. Que poeira! Realmente não era estrada de terra como o senhor anteriormente me avisou. É pedra, cascalho e uma areia horrível. Os veículos passam e deixam uma poeira enorme, sem alternativas o jeito é enfrentar a situação. Fico na torcida para outro raio não quebrar.
 Transição.
 
 Realidade.
Será que levanta poeira?
9 km depois de muita sujeira, finalmente o asfalto volta, mas não é em suas melhores condições. A região serrana continua a mostrar suas subidas, nada muito terrível. Nisso tudo, já passam das 15 horas e nada de almoço e muito menos Bodoquena, cidadezinha difícil de chegar.
Bodoquena, finalmente. Já é muito tarde quando chego na cidade, 16 horas. Vou à procura de comida? Não! Vou atrás de uma bicicletaria para colocar um raio na roda traseira, no entanto, nos dois estabelecimentos eles não tinham como realizar o serviço por falta de material, acontece. O jeito é continuar em direção à Miranda. Nessa altura apenas abasteço minhas garrafas de água, afinal entre Bonito e Bodoquena não tem nenhum posto de combustível.
Segundo o funcionário do posto em Bodoquena, Miranda está a 55 km. Como tinha apenas pouco mais de uma hora e meia de claridade, procuro algum sítio ou fazenda para pedir permissão para acampar. Mas não acho nenhum lugar conveniente, quer dizer, encontrei uma casa, mas não havia ninguém no momento. Avante!
Meu receio era pedalar na escuridão por uma série de fatores; é mais difícil chegar de noite em algum lugar e pedir para montar acampamento, as chances de a resposta ser negativa são maiores e isso é compreensivo, não é qualquer um que recebe um desconhecido a uma hora dessas. Mas existia outro porém; o Pantanal cada vez mais próximo. Não estava disposto a chegar em território de jacaré à noite. Desse modo, prometo a mim mesmo que na próxima residência na beira da estrada eu paro. Tarde demais, não tem nada e a escuridão toma conta.
Só havia uma opção; seguir para Miranda, mesmo de noite. Já que enfrentaria 25 km no escuro, paro a bike e pego meu energético, paçoca. Como uma porção delas para aguentar chegar ao destino do dia. Afinal, meu almoço não saiu até o exato momento. Bebo muita água, ligo as luzes e vou na esperança de não encontrar um jacaré no acostamento. Na verdade, esse espaço muitas vezes nem existe, uma vez que foi tomado pelo mato.
Tomo outro cuidado, não passar por cima de nenhum animal morto. Durante a tarde visualizei dois tamanduás enormes, atropelados. Logo, a qualquer cheiro de carniça fico ainda mais atento para não passar por cima. Além de desagradável poderia ser bem perigoso.
A minha sorte é o pouco trânsito, assim consigo utilizar melhor a pista, evito ficar próximo ao mato. Sempre ouço barulhos estranhos e de noite dificilmente conseguimos identificar do que se trata. Uma boiada ao lado da estrada se espanta com a minha presença e se manda em debandada, levei o maior susto. Vejo luzes muito ao longe e isso aumenta o moral, sigo firme no pedal. Embora o físico esteja cansado, meu psicológico manda forças do além para meu corpo, pedalo com força e venço as subidas que teimam a continuar. Essa Serra de Bodoquena é extensa demais.
Faço pausas para me hidratar quando olho para trás e vejo um céu magnifico, muito estrelado. Nos últimos dias também notara tamanha beleza. Havia tempos que não contemplava um céu desse jeito. Lembro-me da frase; é somente na escuridão que podemos ver as estrelas. Ou seja, tudo depende dos olhos de quem vê. A situação era complicada, mas nem por isso deixei de aproveitar o momento.  
Superação. É a palavra que utilizo para definir meu dia de hoje. Foram 148 km em 9h40m e velocidade média de 15,34 km/h, sem descanso e almoço. Apenas um pacote de bolacha, algumas paçocas e água. Minhas pausas foram para tirar fotos. Logo, me pergunto; como é possível? De onde conseguimos forças para isso? Precisamente, não sei. Mas acho que a experiência ajuda muito nessas horas. É preciso administrar a situação para não cometer erros, sobretudo, infantis. Portanto, coloque em prática tudo o que você aprendeu com a vida e mantenha o respeito e a confiança.
Em Miranda resolvo perguntar sobre a localidade de um hotel, fiquei muito sujo com os quilômetros de poeira. Tinha que tomar um banho e descansar. Achei um hotel e expliquei que precisava apenas passar a noite. Cobraram 25 reais, mas com uma boa conversa, chegamos aos 15 reais, ótimo. Tomei banho, escrevi o relato e só agora vou almoçar, digo, agora é a janta.
Amanhã sigo para Corumbá que fica a mais de 200 km daqui, provavelmente ficarei em algum lugar antes. Mas, depois de hoje, tudo é possível.

21/07/2012 - 13° dia  Miranda/MS ao km 650 - BR 262/MS

Pantanal. É uma grande satisfação estar neste paraíso.
Involuntariamente acordei cedo. Os hóspedes do quarto ao lado acordaram por volta das 5 horas da manhã e não hesitaram em falar alto. Assim, despertei e não voltei a descansar. Aproveitei para fazer meu chá e toma-lo na companhia de algumas bolachas. Fiz isso por pensar que não haveria café da manhã no hotel. Afinal, paguei apenas 15 reais para pernoitar. Todavia, quando vou ao encontro do proprietário para paga-lo, a surpresa. Ele pergunta se já tomei o café. Com a minha resposta negativa, ele então diz que posso me servir à vontade. Que maravilha. Fui reforçar meu estômago, comi bastante, vários pães, bolos e leite. Hotel Catarinense, se você passar por Miranda, procure esse local, é simples, mas eu recomendo.
Com a barriga cheia vou para a estrada por volta das 8h45m, mas não pedalo muito e faço a primeira parada. Ligo para meu pai a fim de parabeniza-lo, não é todo dia que se faz 50 anos. Desejo tudo de bom e sigo em frente. Vale lembrar que tenho recebido a maior força da minha familia e isso é fundamental para realizar esse projeto.
Agora estou em outra rodovia, a BR 262, ela liga Miranda a Corumbá. A primeira cidade é a minha porta de entrada para o Pantanal. Estava na expectativa em pedalar seus quilômetros. Sua fama é em razão das várias espécies de animais que vivem na região. Não demorei em constatar com meus próprios olhos. Apenas 10 quilômetros e ouço um barulho nas margens. Olho e identifico na hora; tuiuiú. Seu tamanho é o que mais chama atenção, seu voo é um espetáculo à parte.

BR 262

 Últimos quilômetros em território nacional.


Tuiuiú
Tuiuiú 

Aqui, como o próprio nome sugere; extensas áreas são alagadas, o que proporciona um cenário único às margens da estrada. A 262 está em ótimo estado, o acostamento é largo, o que possibilita transitar com mais segurança e aproveitar para observar os animais que aparecem pelo caminho. E eles não são poucos. Desta vez, as capivaras são vistas no horizonte.

Áreas alagadas.

Áreas alagadas.

Capivaras pelo caminho.
Pássaros das mais diversas espécies começam a surgir das árvores e o som emitido por eles é um show verdadeiro show. Contudo, pedalava com mais calma e atenção para não deixar passar despercebido aquele que é o mais temido deste território; jacaré. Entretanto, nada como um olhar observador. Mais alguns quilômetros à frente vejo algo em um dos vários lagos que são formados, freio a bicicleta e retorno alguns metros. Ainda meio distante tenho que pegar a câmera fotográfica, puxar o zoom e conferir o que era. Tirei a foto e no visor estava comprovado. O primeiro jacaré da expedição pelo Pantanal. Consegui, finalmente. Mas foi muito rápido, ele logo percebeu a movimentação e se mandou. A partir de então comecei a redobrar minha atenção.

Carcará

Cardeal

Presente também no Pantanal

                                                                        Primeira imagem do jacaré no pantanal

Maravilha de ave. Desconheço o nome.

O Amor é lindo.

Diferente!

Esta parte da rodovia é extremamente sinalizada, nunca vi tantas placas de alerta, a maioria relacionadas a presença de animais silvestres. Ainda assim é possível, infelizmente, constatar animais mortos no acostamento. O pessoal abusa muito da velocidade.

Placas são vistas em boa parte da rodovia.

Pantanal!
Com auxílio do meu mapa e informações de pessoas nas cidades, sabia que essa seria uma parte bem deserta em relação a qualquer tipo de apoio para água ou comida. Depois de Miranda tem o rio homônimo e o povoado Salobra. A próxima referencia é a Policia Rodoviária Federal, 47 km após Miranda. Neste lugar parei e abasteci minhas garrafas de água. Conversei com os policias sobre a viagem e obtive maiores informações sobre o trecho a seguir. Inclusive, me disseram que o próximo estabelecimento seria a Dona Maria (aquela dos jacarés), 40, 50 km dali. O policial que enche minhas garrafas avisa que aquela sim era boa, ao contrário da água salobra que existe na região.

Rio Miranda.

Da série: coisas que a gente encontra pelo caminho.
Pois bem, o dia até então estava uma maravilha. O tempo excelente, sol, céu azul e poucas nuvens. Contudo, após o meio dia essa realidade iria mudar, sobretudo, em relação ao vento. E aí foi uma variação de sentimentos. Minha felicidade com as paisagens, os animais e tudo ao redor foi quase comprometida pelo forte vento contrário que diminuiu drasticamente a velocidade e o pior, mais um forte estalo; outro raio quebrado, o segundo. Pensei: pronto, agora vai começar a quebrar um atrás do outro e serei obrigado a pegar carona, justo agora, no fim da primeira etapa. Não! Isso não poderia acontecer. Paro um pouco na estrada, respiro fundo e busco pensar positivo. Vai dar tudo certo, martelo na minha cabeça. Na cidade de Bodoquena o mecânico da bicicletaria disse que uma roda pode andar com até quatro raios quebrados. Se é real eu não sei, mas se fosse, eu ainda teria duas “vidas”.
A maior parte deste trecho é plano, mas tem umas inclinações bem chatas, daquelas que a ilusão de ótica faz você pensar que desce enquanto o contrário acontece. Some isso ao vento contra e a expectativa para não quebrar outro raio e imagine a situação. Mas, apesar de todos esses fatores, o importante é avançar. E desta forma vejo no horizonte vários veículos estacionados à beira da estrada. Pela quilometragem no meu velocímetro só poderia ser o estabelecimento da Dona Maria.
Meus amigos, se tudo é passageiro, os momentos difíceis também. E os meus foram embora com a chegada de uma concentração enorme de jacarés. Desde a manhã eu tinha visto apenas um. Agora são sessenta deles. Informação repassada pela Dona Maria que tem sua casa e uma pequena mercearia ao lado deste lago. Mulher simples e bem conhecida na região, ela está neste local há trinta anos e conforme suas próprias palavras, ela que atraiu os jacarés para o lago e começou a ensina-los. Hoje, ela alimenta os animais chamando-os pelo nome, por ser brevemente correspondida, o fato ficou conhecido, principalmente depois que apareceu em programas de televisão. Uma placa na frente de seu pequeno comércio estampa esta participação.

Estabelecimento da Dona Maria.
Como em muitos quilômetros não existe comércio algum, o ponto da Dona Maria é disputado e muitos clientes que param pra ver os animais acabam por comprar alguma coisa, sobretudo, água mineral, sou um destes, estava morto de sede. Feito isso, vou até os jacarés e chego bem perto dos mesmos. Claro, registro o momento único em minha vida. Um senhor que limpava o local menciona que é possível segurar o rabo do animal. Sem temer me atrevo a tal ousadia sem estressar o bicho. Pronto, mais uma foto para posteridade.

Concentração.

In foco.

 
Momento único.

In foco.

Faço vários registros quando resolvo ir a outra margem do rio, atravesso a ponto e estou novamente na frente de vários crocodilos que aproveitam para tomar sol. Com a presença de outros curiosos, peço para tirarem uma foto minha e da Victoria com aquelas feras. Que fantástica que ficou. Literalmente, cicloturismo selvagem.


 Cicloturismo Selvagem

In foco.
 Também presente no lago dos jacarés.

Fico um bom tempo neste local, converso com algumas pessoas, inclusive, que pedalam e me fazem várias perguntas, todas respondidas com a maior atenção. Tenho o cuidado de ser educado com todos que sentem-se interessados pela viagem, ainda que por várias vezes tenho que responder as mesmas perguntas ao dia. Isso não me incomoda.
Pergunto para a Dona Maria sobre a presença de fazendas nos próximos quilômetros, afinal o sol baixava e eu não queria ficar a esmo naquele território selvagem, ainda que num primeiro momento, aparentasse amistoso. Sou informado que em 7 km tem a Policia Militar Florestal. Com quase 100 km pedalados até aquele momento, vou em direção ao local indicado.
Na Policia Florestal uma decepção. O funcionário mal me atende e sem pensar muito, nega a permissão para montar acampamento em um espaço enorme que havia. Sua justificativa foi que a área é militar e que na região tem muitas onças, se acontecesse algo ele não queria ser responsabilizado. Agradeci e pensei no que poderia ser feito. Seguir viagem era arriscado, iria pedalar no escuro e ainda assim sem lugar para ficar. Mas minha sorte havia mudado.
A região da Policia Florestal é conhecida como Buraco das Piranhas. Fica no trevo de acesso para a Estrada Parque, caminho alternativo que segue para Corumbá. Enfim, neste ponto também tem uma pequena mercearia que serve de apoio para os turistas que seguem para o interior do parque. Explico a situação para a proprietária e peço apenas um espaço para acampar e passar a noite. Como o local, ainda que estivesse em frente da Policia, não pertencia a mesma,  fui autorizado.
A senhora era mãe do Daniel e esposa daquele que se apresentou como Barba, padrasto do “gordinho” apelido do filho da dona do estabelecimento. Fui muito bem recebido por todos, tiraram fotos comigo, iniciativa deles, achei muito legal. Conversamos e depois fui preparar minha janta. Sim, como já sabia que não havia nada pelo caminho, troquei o almoço pelo jantar. É o dia mais quente da viagem, difícil ficar dentro da barraca, contudo, na parte de fora é ainda pior, milhões de mosquitos e pernilongos. Quem tem alergia e vem para a região, não esqueça o repelente. Porém, esse ataque tem horário especifico, acontece pela manhã e ao anoitecer, depois fica tranquilo.
Assim, mais um belo dia na viagem, o primeiro no pantanal. 106 km pedalados em 7h19m com velocidade média de 14, 52. Vale ressaltar que o ritmo mais tranquilo, para além do vento contra, ocorreu em decorrer da observação minuciosa sobre essa fauna exuberante.


Mais um dia maravilhoso.

Pôr-do-sol


22/07/2012 - 14° dia - km 650 - BR 262/MS a Corumbá/MS

Acordei cedo. Não precisei nem de despertador, os galos no quintal e ao lado da minha barraca se encarregaram desse papel. Sem problema. A pretensão era ir o mais breve possível para a estrada a fim de chegar ainda com claridade em Corumbá. Lógico, estava na expectativa para que a Victoria aguentasse sem quebrar outro raio, o que seria um grande problema.

Acampamento ao lado da merceário no Buraco das Piranhas.

Começa mais um dia bonito.
Pedalei 8 km e acabou o acostamento. Que maravilha, pensei. Minha sorte é que foi apenas por 12 km e como minha saída foi logo cedo e ainda mais em um domingo, pouco movimento na estrada, foi tranquilo percorrer esse trajeto.

12 km sem acostamento na BR 262.
Mais aves diferentes começam a aparecer. O amanhecer no pantanal é algo sensacional, os cantos vêm de todas as partes, simplesmente maravilhoso. Contudo, outro animal surge pelas áreas alagadas, o cervo-do-pantanal. Aliás, foi possível encontrar aproximadamente cinco deles durante o pedal.


Aves do Pantanal

Cervo-do-pantanal
 
Aves do Pantanal

Aves do Pantanal 

Aves do Pantanal 

Aves do Pantanal 

Aves do Pantanal 

Moradia diferente.

                                                                                                                  Aves do Pantanal
Aves do Pantanal 

A partir do lago da Dona Maria, os jacarés são vistos com maior frequência, pela manhã são encontrados em pontos de terra mais altos, para conseguirem tomar sol. Hoje foi possível nota-los em vários lagos nos dois lados da estrada. Em algumas vezes me assustavam ao mergulharem ao notarem minha presença.


Vida selvagem no Pantanal

Vida selvagem no Pantanal
50 km após a Policia Florestal aparece o Rio Paraguai, minha travessia pela ponte foi facilitada porque a mesma está em obras e um dos lados estava bloqueado para os veículos motorizados. Assim, segui tranquilamente. No final da ponte tem um pedágio e deste ponto até Corumbá são mais 70 km. Passei neste trecho antes do meio dia, achei que seria fácil chegar ao destino do dia, mas de novo ele apareceu; o vento contra.

Ponte sobre o Rio Paraguai

Rio Paraguai
Vale mencionar que depois do pedágio tem um posto de combustível, parei pra conseguir água. A mesma só tinha disponível mineral, para comprar. A da torneira era salobra e o frentista não recomendou. Realmente essa água não é das melhores. No Buraco das Piranhas, o Daniel encheu minhas garrafas com ela e no pedal de hoje senti a diferença. Não passei mal, mas a garganta fica seca e você sente ainda mais sede. No posto resolvo não pegar nenhuma água e avançar.
Pedalo com o vento contra muito forte e isso derrubo meu moral, a velocidade mal passava de 8 km/h. Foi nesse ritmo que tive um encontro com duas capivaras, estavam atravessando a pista quando, ao notarem minha presença, desistiram. Novamente, resolvo seguir sem almoçar, até porque não haviam opções pelo caminho. E com aquele vento não iria cozinhar nada. Minha água salobra lá do Buraco das Piranhas acaba aos poucos e quase não tem nada quando 25 km após o pedágio aparece um casa à beira da estrada. Sem pensar duas vezes vou pedir água. Pego quase 2 litros de água gelada, acho que era salobra também, mas tinha gosto de suco de acerola. Acontece, não desperdicei.

Capivara na beira da estrada.
No horizonte começam a aparecer montanhas. Estranho que no mapa não aparece nenhuma serra pelo caminho. Mais tarde descubro que se trata da cadeia de montanhas de Urucum. Uma mineradora explora a região. Em todo caso, dois paredões enormes são visíveis bem ao longe.

Urucum
Com um ritmo baixo e cansado vou em direção à Corumbá. Uma das garrafas de água acaba e não espero para que a outra tenha o mesmo destino. Desse modo, paro em um posto de fiscalização sanitária e peço para encher duas garrafas. Água gelada, maravilha. Quando chego ao local, percebo que um homem uniformizado, aos fundos do lugar, nota minha chegada. Quando estou quase de partida ele pergunta se já almocei. Digo que não e no mesmo instante ele faz a pergunta; Quer almoçar? Na mesma hora respondo que sim. Então ele pede para aguardar enquanto prepara meu prato.


Gil, eu e o Sargento Dorival.
Maravilha. Prato com arroz, feijão, macarrão e frango assado. Juro que já estava satisfeito em ter água, com o almoço fico extremamente grato. Durante a refeição converso com este senhor, Sargento Dorival. Falamos sobre conhecimento, vida, fé, família, bondade, entre outras coisas. Um homem inteligente, percebe-se pela forma como conduz a conversa. E pra falar a verdade, é muito bom encontrar pessoas assim, principalmente em uma viagem onde, as vezes, passo horas e horas sem falar com ninguém. Quando me despeço, Dorival diz que é pastor, não estranhei e também não mudou nada meu pensamento sobre sua pessoa. É preciso ter mente aberta para aceitar as diferenças. E assim, agradeci muito pelo almoço, tiramos uma foto e fui completar os 40 km restantes para Corumbá.
Com o tempo que fiquei parado no almoço, o vento cessa um pouco e quando retornei foi mais tranquilo pedalar, por volta das 19 horas estou na última cidade brasileira antes de entrar na Bolívia. Foram pedalados 122 km em 8h51m e velocidade média de 13,88 km/h.

Finalmente, Corumbá.

Corumbá.
Devo atravessar a fronteira nesta segunda ou terça-feira. Vou levar a bicicleta para colocar raios novos e centrar os outros. Depois é seguir viagem. Estou em um hotel que tem wi-fi, assim será possível postar o relato. Aliás, que maravilha ler os vários comentários. Cada palavra é um incentivo, podem ter certeza.
Bom, finalizei com sucesso a primeira etapa da viagem. Foram pedalados 1,229 km em 14 dias, dos quais 3, eu tirei para descansar ou conhecer o lugar onde passei.
Agora, mandarei noticias a partir da Bolívia.
Abraço a todos.
23/07/2012 - 15° dia - Corumbá/MS (Folga)

Aproveitei o dia para descansar, mas só um pouco. Fui procurar uma bicicletaria para trocar os raios quebrados. Na primeira oficina não tinham a peça em questão. Me desloco ao centro de Corumbá atrás de uma loja indicada por muitas pessoas a quem perguntei sobre um lugar bom para arrumar a bicicleta. Ciclo Pixote é o estabelecimento que procuro.
No centro do município pergunto o nome da rua onde devo ir e logo estou no local desejado. Converso sobre os reparos que a Victoria necessita e na sequencia tenho a notícia que o conserto sai por nove reais. Deixo a minha guerreira na oficina e vou andar pela região central, teria muito tempo, já que o trabalho ficaria pronto apenas às 16 horas.
Em três horas livres caminho pelas ruas da quente Corumbá. Não parece inverno, mas ele aparece aqui, dias atrás as temperaturas estavam bem mais baixas. No entanto, agora a realidade é outra. Aproveito e ainda encontro um restaurante aberto. Buffet a 12 reais. Penso um pouco e resolvo ficar e comer. Vai saber quando terei outra refeição caprichada. Portanto, comi demais, muito mesmo. Foram cinco pedaços consideráveis de bife, panqueca, salada e muito arroz e feijão. Panela Velha é o nome local, recomendo. Comida caseira deliciosa.
Saio do restaurante com aquela preguiça e a barriga cheia. Caminho pelas praças e observo as pessoas e arquitetura local. Casarões e prédios antigos são a maioria. Contudo, muitos não estão conservados e isso acaba não favorece a imagem da cidade. Ruas ainda de paralelepípedos completam o cenário. O povo também tem suas particularidades aqui. A aparência indígena está fortemente presente, um indicio da proximidade com a Bolívia.
Ainda tenho muito tempo disponível e resolvo fazer algumas ligações do meu celular. Assim gasto o crédito restante já que o aparelho vai ficar inativo por muitos meses em território estrangeiro. Aproveito também e vou ao supermercado completar o estoque de bolacha e macarrão. Procuro uma casa de câmbio, mas infelizmente elas estão presentes apenas na fronteira do lado boliviano.
Busco a Victoria que está pronta para mais outra batalha. Compro três raios reservas para garantir, afinal em várias cidades por onde passei eles não tinham a peça disponível. Assim,  vou em direção à pousada onde estou hospedado. Takayama é o nome da mesma. O valor da diária não foi muito barato, procurei em alguns lugares e o preço não mudou muito. Aqui, lavo algumas roupas e vou descansar. Amanhã não vou sair cedo, quero ficar até o meio dia antes de seguir viagem.
Vamos aos gastos. 293 reais em 15 dias, ou seja, gasto diário de 19 reais. Tentei economizar o máximo que pude, mas os dias em Bonito e Corumbá não foram baratos. Mas faz parte. Agora a pretensão é diminuir o gasto por dia, uma vez que na Bolívia os preços são mais baixos.
Acho que é isso.
Abraço.
Diário de bordo - Bolívia (LEIA AQUI!)

88 comentários:

  1. PArabéns cara! Tenha uma ótima viagem!
    Estarei acompanhando!

    Abraço amigo!

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    1. Muito obrigado, Edward. Fique à disposição pra viajar nas histórias da viagem. Aquele abraço a toda Foz do Iguaçu.

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  2. Então companheiro de estrada... pelo visto, vc está reavaliando a relação entre o peso da carga e a total autonomia. Realmente, faz diferença e vc sabe que sou um tanto minimalista na carga, em comparação a vc. Pena que vc não percebeu antes o freio travado, já que pelo seu relato, era demais o sofrimento pra atribuir somente à carga. Mas é isso, primeiros dias acostumando com o equipamento, abandonando algumas coisas, juntando outras, vc sabe bem como funciona. Abraço!

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    1. Buenas camarada.

      Pois é Guilherme, confesso que essa é uma luta quase diária contra o peso, rs. Nunca fui de levar pouca coisa. Mas com o tempo a gente aprende o que é realmente necessário. No entanto, agora é uma viagem diferente, muitos meses na estrada e tudo o que está na bagagem parece primordial, rs. Mas o importante é aproveitar a viagem e avançar. Isto está sendo feito.

      É isso, continue acompanhando e mandando aquela força.

      Abração

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  3. Mêeeee!
    Meu nome é Sergio já passei por uma pedalada solitaria dessas rumo ao caminho da fé, a descrição do sentimento nessas ocasiões não pode ser descrita é realmente emocionante, força siga em frente, estarei acompanhando sua jornada!!!

    Boa Viajem!!!

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    1. Valeu Sergio. Realmente alguns momentos são indescritívéis.

      Abração.

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  4. E ai Nelson blz e eu vi seu relato e realmente no começo e com mais peso fica um pouco lento no começo ate pega o ritimo e ainda mais qui sempre aparece o imprevisto como vento chuva e ai vai e ainda mais qui sua burrachinha de frei estava presando no aro forçado com o bageiro diateiro ai qui pesa mais e como diz o ditado td no começo e dificio ,e mais deva chega la Boa viagem ,eu estou aqui na casa do meu pai depois de pedala 470km e ainda falta ums 450 km pra chega em BH e mais depois tem a volta qui ainda to vendo o roteiro da volta um Abraço e qui Deus te acompanhe ...

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    1. Obrigado Carlos. Espero que você tenha finalizado sua viagem com sucesso. Nos vemos daqui alguns meses no Espirito Santo.

      Abração.

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  5. Força... Estou te acompanhando e o início já foi muito emocionante... Aguardo... Beijo

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  6. hola, chamigo!
    fiz a meia maratona de Foz no domingo e saí de lá às 14:30h de segunda, indo até 4 Pontes (onde moram meus pais)e pelo teu relato eu teria passado por vc em algum lugar entre S. Miguel e Santa Helena, mas não me recordo de ter passado por vc!
    qual o caminho q vc fará no MS para chegar a Corumbá?
    abraços e boa sorte
    Elton Xamã - Campo Grande/MS

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    1. Buenas Elton.

      Parabéns pela participação na maratona, deve ter sido uma experiência única, correr com aquela paisagem, não é mesmo?

      Pois então, infelizmente não nos vimos na estrada. O caminho feito pra chegar em Corumbá está no próprio relato ou no link do projeto da viagem. Foi uma aventura e tanto passar pelo Pantanal, naturea pura.

      Abração

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  7. Ôo Nelsão, que azar essa história do freio hein... Mas será que corrigido o problema era realmente necessário deixar coisas para trás, haja visto que em era tanto o peso que te atrasava? Buenas, vou te acompanhado da banda de cá e rezando pra dar tudo certo mais uma vez meu amigo! Boa viagem, que os bons ventos lhe acompanhem!

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    1. Buenas hermano.

      Pois é Serginho, talvez me faça falta nos Andes, deixei roupas de frio em Marechal. Mas qualquer coisa vou ter que comprar pelo caminho. Na Bolivia vestuário é mais em conta. Mas pra você ter idéia, ainda continuo com a dificil decisão de ter que deixar mais coisas para trás. Mas a gente dá um jeito.

      Abração e valeu pela força.

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  8. Aí Neto, tem muita gente torcendo por ti... estou acompanhando seus relatos. Faça-os sempre que tiver oportunidade. Tire muitas fotos e se possível faça vídeos também; mesmo que não vá publicá-los durante os relatos, serão importantes como arquivo...

    Boa sorte, saúde e... hasta!!!

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    1. Buenas

      Verdade Robson, muita energia positiva. E isso é maravilhoso. Pode deixar, sempre que possível coloco à disposição novos relatos e fotos. Sobre os vídeos, sigo seu conselho mas a postagem dos mesmos ficará apenas para depois da viagem.

      Abração.

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  9. É Nelson Neto....
    Depois de muito esperar, a viagem começou! =)

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  10. Salve Nelson!!!
    Boa jornada!! Fala a verdade: tu deixaste o freio pegando pra aproveitar melhor a paisagem!!! Mas tudo de bom!! Felizmente achaste o que te travava!!
    Um abraço e boas pedaladas!!!

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  11. E aí biker, é uma pena que não conseguimos nos encontrar em Guaíra. Nesta quinta logo pela manhã tive que vir para Umuarama. Mas desejo boa viagem e vou acompanhar sua viagem. Minha travessia pelo PR foi um sucesso, eu meus dois amigos fizemos 730 km entre São José dos Pinhais e Guaíra, sendo que um deles de Cascavel foi para Foz. Depois vou publicar no blog. Abraços.

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    1. Buenas Sérgio. Foi uma pena mesmo. Mas, ainda nos encontraremos por estas estradas, não irão faltar oportunidades. Fico muito feliz no sucesso da sua expedição. Agora, planejamentos mais ousados irão lhe acompanhar, rs. Pode ter certeza.

      Abração.

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  12. Oi Querido Neto,
    Contrariando todas as expectativas em relação ao meu esquecimento eu estou lendo seu blog. E foi uma grata surpresa... Seu depoimento emocionante, me inspirou e parece até que estou viajando com você....
    Neto, cuide-se
    Boa viagem, que vc possa conhecer lugares e pessoas novas.
    Beijão
    Érika, dona margarida \o/

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    1. Querida, Margarida.

      Que maravilha ver um comentário seu aqui no site. "

      Contra toda expectativa, contra qualquer previsão. Há um ponto de partida, há um ponto de união: Sentir com inteligência, pensar com emoção."

      Obrigado pelo carinho e força de sempre.

      Saudades.

      Viaje comigo!

      Abração.

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  13. olá meu amigo, estou acompanhando seu relato por aqui e desejo toda a sorte e energia poositiva em seu caminho. Aqui em Roraima tem um amigo lhe eperando e pronto para lhe ajudar no que for preciso, boa viagem

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    1. Buenas camarada.

      Obrigado pela força. Daqui seis, sete meses, se tudo ocorrer bem, estaremos pedalando pelo norte do país. Boas histórias não irão faltar.

      Abração.

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  14. Que beleza,ja na estrada curtindo esta aventura! Um perrengue inicial para segurar esta energia toda kkkk, mas agora vai que vai solto pelo mundo... Vou curtindo aqui no seu blog.
    Abraços

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    1. Valeu Alessandro.

      Ah, uso aquele seu método impermeável no alforje traseiro, inclusive, os mesmos sacos de quando estive lá no continente da saudosa Floripa. Água na bagagem, nunca mais.

      Abração.

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  15. Buenas Hermano !

    Surpresa ! Voltei para a Net !

    Hermano, um primeiro dia complicado, mas ainda assim acredito que melhor do que 3 dias seguidos de chuva e frio em uma tal Expedição de Inverno... hehe

    ...pedalar frenado é fogo. Espero que já tenha realmente restabelecido velocidade e rítmo favorável...

    Seu relato me abre o peito de saudade ! Ainda mais na minha atual condição. Como eu gostaria de estar na Estrada...

    Ah Hermano ! Pedale por nós !

    Suerte Suerte ! HLV Siempre !

    Ps. Vou escrever no e-mail.

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    1. Buenas hermano.

      Realmente, a Expedição de Inverno teve um começo tenso demais. Frio e muita chuva por três dias seguidos, não foi fácil.

      Velocidade e ritmo restabelecidos, ainda que, com muita carga, minha velocidade média fique na casa dos 15 a 17 km/h, tá ótimo, aproveito ainda mais cada detalhe.

      Espero que ainda possamos pedalar juntos em algum trecho desta expedição. Melhoras pra você Marcão.

      Hasta la Victoria Siempre!

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  16. Oi Nelson,
    Que perrengue no primeiro dia de viagem! Fico feliz em ler teu relato, em ver as fotos inspiradoras que acendem no coração dos cicloviajantes que por motivos diversos agora estão em "casa" o desejo de estar na estrada.
    Bom ver tua determinação, avante, sempre avante, meu amigo!!
    beijos da Mi

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    1. Obrigado pelas palavras Mih. Avante, sempre avante e sem deixar de aproveitar cada quilômetro, esse é o lema. E se prepara que ano quem vem estarei pelo litoral paulista.

      Beijos.

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  17. Ainda bem que descobriu o detalhe do freio logo no início da jornada.

    Sigo acompanhando.

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  18. Neto,

    Que fotos lindas de Bonito. Gostei porque você seguiu sua intuição e mudou de rota, adoro isto.

    Boa sorte pra ti e cuide-se

    Beijo
    Dona Margarida, rsrs

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  19. Boraaa Nelson!

    Sucesso na viagem e traga mais notícias!

    Acompanhando sempre :)
    Forte abraço aqui do PR! =D

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    1. Obrigado, Franklin.

      Notícias sempre que possível aqui no site.

      Abração.

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  20. Parabéns pela viagem, sou de Pato Bragado, amigo do Edson o qual semanas antes de sua jornada já havia me passado seu blog, vi você passando por aqui, porém não tive como ir cumprimentá-lo, estou acompanhando fervorosamente seu diário de bordo, grande abraço.

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  21. Boa sorte! Força no pedal! :D
    Sua dieta é só caboidrato e proteína?
    Não tem complemento (BCAA, ...) frutas.

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    1. Buenas Sandro.

      Não uso complementos tipo BCAA mas como frutas sempre que possível. Quando almoço em restaurante, onde o cardápio é mais variado, aproveito tudo o que tem à disposição, incluindo, saladas. Também levo granola que ajuda.

      Acho que é isso, não tem muito segredo.

      Valeu.

      Abração

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  22. Que coisa maravilhosa está sendo sua viagem, a cada click uma emoção diferente e isso que está apenas no começo. Abraços.

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  23. Fascinante...

    ...e você acha Bonito né ?! :D

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  24. Marlise ( bicicletaria Lírio)20 de julho de 2012 às 10:37

    Olá Nelson, estamos te acompanhando, o Lírio vem todo dia ver se postou algo, hahaha que bom que gostou do pessoal de Guaira. Meu se tivesse nos dito poderíamos ter te ajudado muito mais eu morei em Maracaju podia ter te arrumado mais lugares por aí, mas que bom que deu tudo certo, que DEUS te acompanhe sempre, é maravilhoso ler seus comentários. Um abraço Marlise.

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    1. Buenas Marlise.

      Que bom estarem acompanhando a viagem. Fico feliz em poder compartilhar as histórias e aventuras com vocês. Sim, o pessoal em Guaira foram super receptivos, gostei muito. Uma pena não saber que você morou em Maracaju, mas não tem problema.

      Continuem de olho no site.

      Abração a vocês.

      Hasta

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  25. eai .tiramos os pontos do bichano..ele tá legal,,valeu pela confiança..boa viajem. estamos acompanhando,legal Bonito estive ai em 2001,,

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  26. Rapaz, que coisa incrível! Que viagem sensacional!
    Estou morrendo de inveja. Um dia farei a minha.
    Num frio daquele, recusaste a pinga dos caminhoneiros? rsrsrs

    Boa sorte e boa viagem!

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    1. Obrigado Marcio.

      Ah, mesmo que tivesse com neve, iria recusar, rs. Assim sobrou mais pra eles, rs.

      Abraço.

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  27. Amei... Emociante demais... Estou no aguardo de mais relatos... Beijo Paula Andrade- Bauru-SP

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  28. Salve Grande Nelson Neto!!! Força no pedal aew!!!! Abraços meu camarada!!

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  29. Fiquei curiosa pra saber a quantidade que tu comeu no seu primeiro almoço num restaurante!!.... kkkk!
    Quase que não te reconheço, o que é essa barba aí??? srsrss...
    Ótimas as fotos!
    Boa viagem...

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    1. Buenas Kathia Sun.

      Nossa, repeti duas vezes, muito arroz, feijão e ainda foram dois pedaços enormes de carne bovina, frango, quatro ovos e mais alguma coisa, rs. Estava com muita fome. Depois de repor as energias a vontade de pedalar foi ainda mais evidente.

      Ah, vou deixar a barba crescer um pouco. Estiloso, não? rs.

      Valeu a força, Japa.

      Abração

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  30. oieee
    poxa Nelson, lendo seus relatos fiquei triste, pq tenho um casal de amigos q mora em Jardim MS e conhece tudo na região,inclusive ele é professor de História e ela de química, q triste vc podia ter ficado na casa deles...
    lindas paisagens, nosso país é lindo demais
    parabéns pela coragem Nelson

    Sandra Zenere Bugs

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    1. Buenas amiga Sandra.

      Ah, que pena. Afinal nem eu mesmo saberia que iria ficar na dúvida sobre passar em Jardim. Mas a região é muito bonita, assim, em outra oportunidade poderei conhecer seus amigos e conhecer ainda mais o local.

      Agradeço pela força.

      Hasta Aracaju.

      Beijo.

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  31. OLÁ NELSON

    Por acaso, ontem perto do meio dia, vc estava na estrada entre Guia Lopes da laguna e Nioaque???

    digo isso, pois passei por um ciclista viajante de moto, eu e minha esposa............buzinei e quase parei, mas não sabia que era você.

    Sou paranaense, mas moro em Jardim a quase 3 anos.........poderia ter ficado por lá em nossa casa.


    um Moto abraço e boas pedaladas!

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    1. Vai na fé que vamos na garupa! Relatos nota 1.000! Abraço

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    2. Buenas Alex.

      Obrigado pela hospitalidade, fica para uma próxima oportunidade.

      Não cheguei a passar pela estrada em direção à Nioaque, seria minha primeira opção mas acabei seguindo para Bonito e não me arrependi, lugar maravilhoso.

      Abração.

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  32. Muito show o seu diário!!!! Já se tornou leitura obrigatória! Um dia ainda faço uma aventura dessas!!! Boa viajem! Filippon/Cambota/Cascavel

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  33. Neto querido,
    Agora q estou lendo seus relatos estou ficando com aquela vontade louca de viajar, sabe como é?
    Tome cuidado com o jacaré?
    Sdds
    Dona Margarida

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  34. Isso aí Nelsão... aquecimento no Brasil, logo mais chaco, e em seguida altiplano. Boa sorte!

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  35. Cara, eu procurei ver seu roteiro para ver se você iria passar por Bonito, pois lá iria lhe indicar a pousada do meu tio que era até pouco tempo de Foz certamente iria lhe acolher muito bem lá!!!! que pena. Mas valeu pela mudança é um lugar incrível.

    At.
    Sergio
    Cascavel-PR

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  36. Da-lhe hermano! De agora em diante vais ter que por em prática o espanhol! rsrs, toma cuidado na Bolívia, o povo gosta de cagar no meio da rua por lá rsrs

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  37. Oi Nelson. Estou encantada viajo através de teus olhos . Obrigada por abrir esta janela para nós. Deus te abençõe e te proteja sempre. Abraços.

    Kaka ,Pelotas RS

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  38. Realmente, impressionante os relatos, estou acompanhando palavra por palavra, não economize, seguimos firmo com você, a propósito seguindo sua dica do warm showers já fui contatado para dar pouso para um casal de Canadense em plena aventura selvagem aqui pelo Brasil, uma abraço e siga firme.

    At.
    Sergio

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  39. Netoooo seu chatooo... nao veio me ver né... mas te desculpo e estou torcendo demais por ti. Acompanho seus passos por aqui e fico deslumbrada com tudo. Saiba que mora em meu coração, entao siga com Deus.
    Grande beijo e abraço.
    Hasta
    Su

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  40. Estou ansioso pelos próximos relatos! Sucesso e Boa Viagem!

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  41. Oi Nelson, estamos com você a bordo do seu relato de viagem. Como eu sempre digo: "só entende quem pedala".
    Pena que os passeios em Bonito sejam tão caros, não exploram o turismo e sim, os turistas. Você iria adorar o Buraco das Araras e a Trilha da Onça, mas mesmo assim, creio que conseguiu registrar muito bem o que estava a seu alcance e, principalmente, contar com maestria para a gente, que está do lado de cá.
    Boa sorte na estrada, que o caminho te conduza e que não te falte nada!
    Coragem e força para você.
    Abraços,
    Sônia e Leco

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  42. Belos relatos, belas paisagens, belos cliques. Chega dar inveja...

    Estou sempre acompanhando suas "notícia".

    Saúde e sorte sempre!

    Abraços...

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  43. Neto querido....
    Estou aqui acompanhando seu blog, nem eu estou acreditando nisto. Então quer dizer q vc encontrou uma outra dona margarida, rsrs...

    Gostei de todos relatos, tudo muito intenso e verdadeiro. Adoro quando vc encontra com as pessoas interagi e fz nova amizades.... Adoro isto!!!!! É tão vivo e intenso.... Tb gosto muito qdo eles te dão comida, água ou água com gosto de suco de acerola, rsrs

    T liguei hj pra saber se estava td bem mas seu telefone estava fora de área, acho q é pq vc já atravessou a fronteira né... Se a TIM não funciona nem no Brasil imagina fora, rsrs.

    Hj compartilhei uma foto sua no meu face pra divulgar sua trip para as pessoas, foi muito legal... dps veja....

    Beijo
    Sdd

    Dona Margarida

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  44. Grande Nelson, to te seguindo meu amigo, que inveja boa que tenho de ti por estar aproveitando tudo isso, simplesmente show de bola garoto! Bons ventos sempre!

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  45. Caro Nelson! sou de Aracaju/SE, Amigo de Sandra e Fernando! Quando me falaram sobre sua aventura não acreditei...Que seria possível...mas realmente vc está fazendo o impossível virar realidade! gostaria de parabenizalo pela iniciativa! sucesso e boa sorte nessa pedalada!!!estaremos torcendo e acompanhando via net, atráves de suas postagens!!!

    Abraços

    Guylherme

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  46. Nelson meu velho, baita saudade do tempo de Marechal, qdo vc praticamente iniciou suas viagens em viajar de bike, testemunhei parte de sua história, ainda que sejam apenas umas virgulas, qdo vc voltar vamos nos reunir, aposto que teu diário não está completo e vc vai ter muita coisa pra contar. Boas pedaladas.
    Abraço.
    Negri e família.
    Medianeira-PR

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  47. Li o relato inteiro e aguardo novas postagens. Parabéns pela viagem, sucesso e boa sorte!

    Até mais.

    João

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  48. Este comentário foi removido pelo autor.

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  49. Olá.
    Tenho acompanhado seus relatos, parece que consigo sentir as sensações que descreve...mto bom!
    Sou formada em geografia pela Unioeste de M.C.Rondon, logo, amo viajar, é um aprendizado imenso, mesmo que nunca tenha encarado nada parecido com a riqueza de suas viagens!
    Continue firme
    Abraços
    Hasta!
    Daia Gemelli

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  50. Parabens pela viagem,eu tinha falado com vc meses atras quando vc ainda estava na praia sobre suas viagens,mas não tinha me escrito pra receber as suas postagens,então hoje vim dar uma olhada e me deparo com uma "ODISSEIA EPICA"(rsrsrsrsrsrsrsrs)li somente a primeira parte e não vou dormir enquanto não ler a segunda, obrigado por compartilhar suas experiencias e viagens conosco,ano passado achei seu blog meio que sem querer,mas virei fá de suas aventuras logo nas primeiras linhas, abraços (agora provavelmente recebo suas atualizações).........

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  51. Este comentário foi removido pelo autor.

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  52. fla Nelson, não nos conhecemos pessoalmente, moro aqui em marechal cândido rondon e pratico cicloturismo também, estou na torcida por você, mandando energias positivas, siga sempre cultivando pensamentos positivos em sua trajetória, sendo assim, apenas coisas boas irão acontecer para você!
    forte abraço!

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  53. Cara, que show o seu diário, comecei a ler, quando vi já eram 1:30 da manhã, apartir de amanhã, leio todos os dias!

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  54. Fala brother, agora que estou colocando td em ordem, e resolvi começar a ler todos os relatos novamente, e isso é muito melhor, esses primeiros dias foram muito bacanas, hj tb analisei todas as fotos, e sempre boas..enfim mesmo esses relatos já terem seus dias arquivados...curti muito...e bora continuar lendo os proximos...grande abraço brother, se cuide!

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  55. Cara, sou ciclista tambem, amador e amante de um bom pedal. Amo a natureza, e as aventuras que ela nos proporciona. Hoje lí uma parte: até a entrada na Bolívia. Foi demais. Obrigado pelos relatos adorei. Zedequias Pereira - Sao Luis -Ma.

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  56. Hola Nelson, soy un cicloturista peruano q tambien es guia de bike aventura en Cusco, ahora estoy en Rio Branco porque me case con una brasileira hace 18 meses, yo hice 7 veces el recorrido desde Cusco hasta Rio Branco por la "Carretera Interoceanica", conocido en Brasil como Rodovia do Pacifico cuando aun estaba de tierra, despues cuando estaba en trabajos y ahora q esta asfaltada,esa via es la ruta 'Pantanal-Amazonia-Andes-Pacifico', que espero hagas algun dia, solo te dire q cometistes un GRANDE error al haber salido de casa en julio, ya que en la sierra y selva del Peru (y tb en Bolivia) en mayo, junio, julio y agosto son los meses secos (sin lluvias) y muy soleados...te perdistes de cruzar los abras (cumes, pasos de montanha) soleado y sin frio, deberias haber salido de casa a FINALES de marzo o MEDIADOS de abril para estar en Cusco en setiembre o octubre y podriamos haber ido pedalando juntos hasta Machu Picchu por una ruta alterna secreta q yo conozco y no habrias gastado tanto dinero y hasta habrias tenido tiempo para conocer CHOQUEQUIRAO conmigo y banhos termales... y a otra cosa, la proxima vez has como yo, lleva solo la MITAD de lo q llevas de equipaje (te falto llevar el perro) pues asi estas gastando mucha energia y vas lento y es super dificil en las subidas, deberias hacer como yo q solo llevo lo MINIMO indispensable q es MAS de la mitad de lo q cargas tu... yo voy con 2 PANNIERS traseros SAIKOSKI impermeables y uno delantero del timon tb de Saikoski, encima del alforje trasero llevo mi carpa + un sleeping de -5*C (total 1kg) y 2 camaras mas 1 llanta extra de MAXXIS, no llevo cocina ni alimentos pues como en el camino, siempre encuentro gente en el camino y pido ayuda para comer, ropa de frio: llevo polar que es termica, chompa de lana de alpaca y afuera una casaca pluma de ganso GORETEX (los 3 son leves) encima de todo eso un impermeable cortaviento para q no se moje nada...toda mi carga en total no pasa de 30-35 kgs, incluyendo mi camelbak y repuestos y herramientas, casco... y por ultimo comprate guantes de MOTOQUEIRO, que tiene fleece por dentro y cuero por afuera, asi no se te congela cuando pasas los abras a mas de 4,000 (solo para usarlos cuando llega la temperatura a 5 grados para abajo), compralos en Cusco en el "Baratillo de los Sabados", que hay de segundo uso y cuesta bien poco aqui...y por ultimo deberias haber comprado tus repuestos al frente del ESTRELLITA, que esa tienda tiene de todo y el personal me conoce y podria haber conseguido descuentos para ti... escribeme a mi correo:
    biac13@gmail.com
    para darte mas detalles para el proximo viaje juntos...

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  57. Cara, não sou ciclista, mas depois do seu relato de viajem, (1ª Etapa)confesso que vc me inspirou. Tenho 49 anos e vou seguir os seus passos. Vai com Deus e boa viajem.

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  58. Cara, não sou ciclista, mas depois do seu relato de viagem, (1ª Etapa)confesso que vc me inspirou. Tenho 49 anos e vou seguir os seus passos. Vai com Deus e boa viagem.

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  59. Cara vc é um guerreiro, te desejo todas as realizações de seus sonhos, tb estou planejando a minha viagem para a America do Sul, ainda não tenho data de partida, mas ja estou arrumando as coisas e planejando o roteiro, procuro companhia para essa expedição, é só entrar em contato glassmanndesigner@gmail.com sou de Francisco Beltrão - Paraná

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  60. Parabéns Nelson! A primeira parte foi muito emocionante e a forma como você relata a sua viagem é inspiradora. Adorei essa primeira parte. Sucesso nas futuras viagens!

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  61. Pessoas como você, nos inspiram para a vida. Parabéns pela sua determinação. E vamos seguindo no barco até Belem. Prazer em conhecê-lo.

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